O Psicopata e a Suicida

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Clementine

Acordo com uma dor de cabeça imensa, minha visão está turva e não me lembro direito do que aconteceu noite passada.

Tento me lembrar do que aconteceu noite passada, mas a dor atrapalha mais do que deveria. Droga de ressaca. Aos poucos vou me lembrando, eu fui em um bar, conheci um garoto e o chamei para o meu apartamento –qual era o nome dele mesmo? –. Depois disso, não consigo lembrar de mais nada. Será que decidimos fazer uma noite mais selvagem do que o normal?

Minha visão se normaliza e observo o local em que estou, claramente não é o meu apartamento ou um algum local que eu conheça. Parece um porão, sujo e praticamente vazio. Um balde ao meu lado e uma mesa de madeira um pouco distante, também tem uma câmera sobre um tripé.

Ouço um barulho e escuto passos.

- Ela já acordou - uma voz distorcida diz.

- Eu disse que não tinha colocado muito produto no pano - outra voz também distorcida diz.

A luz se acende e meus olhos doem pela repentina claridade. Depois que a dor diminui olho para os meus sequestradores, ou que se dava para ver, pois ambos estavam vestidos de preto, roupa preta, luvas pretas, até mesmo sua máscara eram pretas.

- O que vocês querem? - pergunto cuspindo as palavras.

- Acordada o suficiente para ser respondona. - Uma das pessoas diz se aproximando e acariciando meu rosto e colocando uma mexa do meu cabelo para trás.

- Por favor, não me machuque. - Digo sentindo a garganta fechar.

- E acordada o suficiente para saber que não deve ser respondona. - A outra pessoa diz.

- Relaxa gatinha, não vamos te machucar. - diz a pessoa a minha frente, sinto um alívio ao escutar isso - não sexualmente.

Sinto as lágrimas começarem a surgir.

- Pronto, agora você assustou a garota. Não vamos te machucar, ao menos que seja necessário.

- Quem são vocês? O que querem de mim? - grito enquanto as primeiras lágrimas descem.

- Bem, - a pessoa que havia acariciado o meu rosto fala enquanto tira a luva esquerda - eu que tirei a luva você pode chamar de 0, este que irá ficar com as luvas de 1. E a pergunta correta não é o que queremos de você, e sim o que queremos do seu pai.

Com isso eles viram as costas e saem, me deixando sozinha e assustada.

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Jason

Assim que Luke fecha a porta tiro aquela máscara sufocante.

- 0 e 1? Você não tinha nomes melhores?

- Foi a primeira coisa que passou pela a minha cabeça.

- Sei. Então 1, quando gravamos o vídeo?

- Muito engraçado da sua parte, 0. - Ele ri com desdém - Vamos esperar ela perder a noção do tempo de novo.

Aproveito para tentar dormir, na noite passada tive novamente pesadelos. É nesses momentos que eu sinto falta da Safira, ela inexplicavelmente consegue fazer com que esses sonhos ruins desapareçam. Vou para meu quarto e antes de tentar dormir, mandou uma mensagem para ela.

My Moon

- Você já está com saudades de mim? Pode me mandar um áudio cantando uma música de ninar?

Fecho os olhos na esperança de poder dormir sem sonhos.

Duas horas depois Luke me acorda para podermos continuar com o nosso trabalho. Assim que Clementine nos viu ela se encolheu feito um cachorrinho assustado.