Capítulo 1 - Sonho ou realidade?

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Eu estava sentado sobre um banco na praça a qual costumo frequentar. Um lugar calmo e sem muita movimentação. Gosto de vir exatamente pelo silêncio e paz que o lugar traz. Ele fica perto do meu lar, no condomínio de Greenpeace, por isso minha mãe não se preocupa que eu vá frequentemente, desde que não chegue tarde.

Mas dessa vez, algo estava diferente.

Enquanto eu observava o lugar - as folhas caindo lentamente dos galhos das árvores, o chafariz tão antigo que disputava lugar com a velha árvore, mas que sempre encantava aos que ali passavam. As flores vibrantes e o singelo som emitido pelas aves que sobrevoavam o céu - todo o misto de elementos que traziam harmonia à praça, - notei algo, ou melhor, uma pessoa:

Uma menina no balanço, aparentando ter um pouco menos de minha idade. Achei estranho, já que conhecia cada rosto que passava por ali, mas aquele eu nunca havia visto.  Poderia ser nova no bairro, porém não havia nenhum sinal de caminhão de mudança ou alguma movimentação nas casas vagas, também poderia ser apenas parente de alguém, mas ainda sim, era estranho.

A garota tinha um sorriso angelical, seu cabelo era longo e totalmente loiro; ela estava com um simples vestido branco e agora parecia olhar para mim como se já me conhecesse, mas eu nunca a havia visto antes.

Eu estava curioso para saber quem ela era. Levantei-me do banco em que estava sentado e fui em sua direção, só que repentinamente um estranho som me paralisou, chamando minha atenção, e quando me deparei... era apenas um sonho que mais me parecia real, agora estava acordado assustado com aquela situação.

Fiquei alguns instantes parado sobre a cama tentando recuperar o fôlego da estranha sensação que eu sentia. Nunca tive um sonho tão real na minha vida. Tirei a coberta listrada e pus os pés sobre o chão. Depois de um leve suspiro, levantei-me da cama. Não podia ficar inerte ali por um sonho. Eu só precisava esquecer e seguir meu dia, por isso saí do meu quarto logo após me arrumar e então desci as escadas em direção à cozinha.

Minha mãe estava preparando panquecas e ovos mexidos com bacon para o café da manhã. Eu abri a geladeira para pegar um pouco de água, peguei a garrafa e bebi direto dela. Estava com tanta sede que a garrafa que estava cheia ficou pela metade.

-Ouu, ou, ou!! O que eu disse sobre não beber direto na garrafa? E que velocidade é essa desse jeito vai se engasgar! - Diz minha mãe, tomando a garrafa de mim.

-Desculpe! - respondo de cabeça baixa.

-Vai lá em cima e dê um jeito de chamar seus irmãos, apesar de que esses dorminhocos não acordam nem se tacar uma panela na cabeça.

-E você espera que eu consiga fazer isso? - perguntei na inocência.

- Como é que é?

-N-nada! Eu já estou indo acordá-los. - Digo e logo me apresso a subir as escadas.

O primeiro quarto em que passei para acordar foi o de Joseph. Eu acho meio errado eu ter que ser responsável por acordar meus dois irmãos mais velhos, apenas por serem preguiçosos de mais para levantarem por si, mas eu o faço pela minha mãe que acaba sendo encarregada de fazer tudo sozinha.

Além de cuidar das coisas de casa ela é a única que trabalha, antigamente meu pai era dono de uma empresa que infelizmente faliu. Eles nunca me contaram o porquê, na verdade, eu nem me lembro dessa época, mas não faço muitos questionamentos sobre.

-Vamos lá Joseph! Sei que está acordado, mas não quer levantar.

-A qual é, só mais dois minutinhos! - diz com voz de sono.

-Só mais dois minutos? Tá bom!

-Sério? Nossa valeu maninho eu sabi-

Nesse mesmo instante, abri a cortina do quarto dele, direcionando a luz daquele lindo dia sobre o ambiente e fazendo com que ele tivesse que cobrir o rosto com a coberta para proteger seus olhos.

A garota dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora