Capítulo 31 - Agora ou nunca

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Finn

Lavei o meu rosto antes de sair. Olhei o celular para ter certeza que a ligação ainda estava aberta e logo após ter certeza guardei em meu bolso. Respirei fundo  enquanto encarava meu reflexo no espelho. Minhas mãos tremiam como se houvesse perdido a estabilidade. Seja lá o que viesse a acontecer essa era a hora. É agora ou nunca!

Sai do banheiro indo em direção a mesa onde estava Willian, que me encarava com peculiaridade, provavelmente pela minha demora.

-Esta tudo bem, Finn? - Perguntou assim que me assentei a mesa.

-Desculpa a demora, acho que os Donuts não me fizeram muito bem. - Respondi, o Sr.Clark me olhou como se me analisasse. Minhas mãos ainda tremiam, pelo menos isso me ajudou a ganhar um pouco mais de credibilidade com ele.

-Caramba! Mas seu rosto tá pálido mesmo. Quer que eu peça uma água pra você? - Perguntou. Olhei para a bancada e naquele mesmo momento um garçom aos fundos , que segurava uma xícara em uma bandeja, estava saindo dali. Essa poderia ser a única e perfeita hora para criar uma distração. Deduzi que o Senhor Willian o chamaria por estar mais próximo a nossa mesa, então eu assenti com a cabeça.

-Garçom! - Chamou Willian, tendo a atenção do garçom voltada a si. Ele se aproximou ainda com a pequena bandeja a qual estava a xícara em mãos, dava para ver o vapor saindo dela. Essa era minha chance! - Você pode trazer um copo d'água para ele, por favor? - Perguntou direcionando a atenção a mim, para minha sorte o garçom estava próximo o bastante do Sr. Willian, se tudo desse certo eu conseguiria fazê-lo derrubar a xícara.

Fiz uma expressão sofrida e me inclinei para levantar.

- Eu não estou me sentindo bem.... acho que ... - fingi me desequilibrar, caindo com tudo e empurrando o garçom, o homem acabou se desequilibrando e a xícara junto a bandeja se espatifou abruptamente sobre a mesa, fazendo com que vestígios do líquido quente espirrasem pra todo canto e inclusive no sobretudo e no rosto de Willian.

- Aí, droga ! - Exclamou Willian, dando um leve pulo sobre a cadeira, provavelmente pela quentura.

-Nossa! me desculpem... - Digo ainda caído sobre o chão.

-Ta tudo bem Finn, é melhor eu te levar pra casa mesmo. Só preciso ver o que consigo fazer em relação a minha roupa. - Afirmou, colocando a mão sobre o rosto aonde havia espirrado.

-Sinto muito senhor, eu deveria ter deixado a bandeja antes de vir os atender. Irei pegar um pano pra limpar e uma água pro seu filho. - Diz o garçom. Filho? Confesso que aquela frase havia me deixado sem reação,Willian apenas o olhou e consentiu, me levantei com a ajuda do garçom e voltei a sentar sobre o banco, mantendo o papel de ainda estar desnorteado.

-Sinto muito Finn, eu deveria ter te levado desde a hora que pediu. Só me de um minuto que eu já volto. - Diz o Sr. Willian após se levantar, colocando a mão sobre o meu braço enquanto me encarava com um sorriso. Eu apenas assenti com a cabeça e esperei ele e o garçom sumirem de vista.

Por um breve segundo me desliguei, relembrando a palavra usada pelo garçom, balancei a cabeça de maneira rápida tentando afastar aquilo que estava tirando o meu foco. Eu precisava deixar para trás aquelas boas lembranças com ele.

- Era apenas uma farsa, Finn. - Digo para mim mesmo.

Voltando a realidade, olhei para o lado me certificando que Willian não estivesse mais a vista, por sorte não. Peguei seu celular rapidamente colocando a senha que já havia descoberto. Abri no site anônimo - a qual ele teve o descuido de deixar aberto - Começei a tirar foto rapidamente de algumas conversas dele com esse cara misterioso, enquanto fazia isso outra notificação apareceu; era do banco. Havia muito dinheiro sendo depositado, quantias altas. Dinheiro que estranhamente começou a ser depositado e retirado, o que me deixou em dúvida. Com certeza não era Willian fazendo aquelas transferências (até porque estamos no mesmo ambiente) e muito menos para somente ele uma quantia  tão enorme. Será que esse tal mandachuva utiliza as contas dos seus próprios membros e para que? Com que tipo de produtos trabalhavam e como eram capazes de ganhar tanto dinheiro? E o pior, será que aquela parte depositada que eu estava vendo diante da tela do celular era realmente para ele com o intuito de fazê-lo calar a boca? Será que ele realmente...  Seria capaz de me matar?!

Sem tentar pensar muito tentei juntar o máximo de informação em seu celular, o que seria mais fácil para mim se eu não  estivesse correndo contra o tempo. Tirei foto de tudo que consegui juntar e mandei diretamente para o contato do meu irmão.  Havia até esquecido que ainda estávamos em ligação.

Olhei para os lados pra ter certeza de que ele não teria saído do banheiro. Não havia sinal dele, e foi aí que juntei forças para sair daquele estabelecimento.

Abri a porta  calmamente  e depois corri como se não houvesse amanhã, eu sabia que não seria  fácil. Eu poderia estar sendo seguido mas não podia hesitar.

Enquanto eu corria para longe daquele  lugar  continuava  a olhar cada canto, meu coração estava acelerado, não sabia se daria certo mas precisava acreditar até o fim.

Me escondi em um beco assim que senti a tontura tomar conta de mim, minha respiração  estava ofegante.  Não parecia estar sendo seguido, não havia nada de suspeito, por enquanto....

-Finn, Finn! - Diz  Rick no celular. Eu havia levado um susto com a chamada repentina.

-Droga Rick! Não te disse pra  deixar no mudo?

-Desculpa... Eu precisava saber se esta bem.

-Eu estou. Apenas faça o que te falei, certo?

-Certo... - Diz Richard.

Ouvi barulho como se alguém estivesse se aproximando do beco. Fiquei em alerta, esperando seja lá o que estivesse vindo.

Me surpreendi com quem apareceu. O que ele fazia aqui?

A garota dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora