𝐎𝐍𝐄.

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"Tudo é questão de talvez. Talvez minha vida mude agora, talvez mude em 20 minutos, talvez tivesse mudado se eu não tivesse me entregado. Nada é certo demais para dizer 'sim' ou 'não'. O talvez sempre é a melhor resposta? Talvez..."

𝐎 𝐖 𝐄 𝐍

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𝐎 𝐖 𝐄 𝐍

É uma manhã fria em Nova Iorque, estamos no final de fevereiro e o frio ainda prevalece. Nunca gostei do calor, por isso dias como esses são os melhores para mim, tudo aparenta ser mais calmo e sem a agitação do calor. Ando pelas ruas tão movimentadas dessa cidade de onde eu nunca sai. Parece que meu mundo se resume à Nova Iorque, como se o resto não importasse. E não importa, pelo menos não para mim.

Paro em frente ao café que fica no final da rua da minha casa, onde moro com a minha mãe e meu irmão mais velho. Analiso meu reflexo no vidro, meus cabelos de um tom castanho médio, nem muito claro nem muito escuro, meus olhos de cor de um esverdeado profundo e meu tronco magro fazem as pessoas acharem que sou bonita, mas eu sei que não sou. Minha aparência, não importa o quão boa esteja, vai sempre ser ofuscada pelo meu interior horrível e repleto de pensamentos obscuros e pervertidos.

Entro em um ônibus que vai para o centro, sento-me no fundo, onde não tem ninguém. Tiro meu celular junto aos fones do bolso de trás do meu jeans preto e a inconfundível voz da Lana Del Rey começa a tocar. Eu gosto de músicas assim, como as dela, além de punk rock, claro.

Fico tão distraída com as músicas que quase não percebo quando o ônibus chega no ponto que eu tenho que descer, mas por sorte consigo sair em cima da hora.

Vou caminhando sem pressa até o centro comunitário, ainda ouvindo música. Não estou com a mínima vontade de participar dessa terapia em grupo, só estou fazendo isso pela minha família, ou o que sobrou dela. Mãe e apenas um irmão, desde quando isso é uma família?

Entro pela porta de trás do grande centro comunitário, já que se entrasse pela frente iria ter de andar muito até a sala onde o grupo se reúne. Entro no local onde todas as cadeiras estão postas em uma roda, nem todos chegaram ainda, apenas uma garota com os cabelos cor de fogo e dois garotos morenos.

Sento-me ao lado da garota e ficamos em silêncio até todos os 11 participantes do grupo chegarem. A psicologia que é responsável pelo grupo vai até o meio da roda e inicia seu habitual discurso.

- Sejam bem-vindos ao grupo de apoio. Eu sou a psicóloga responsável, Srta. Diana e estou aqui para ajudar vocês. - Ela tem um sorriso simpático que a minoria retribui. - Todos aqui tem algo em comum. Alguém pode me dizer o que é? - Ela passa os olhos por todos, mas ninguém toma a iniciativa, então decido fazer isso.

- Temos um vício em comum. - Digo. - Uma obsessão para ser mais exata.

- Muito obrigada pela sua iniciativa, eu achava que muitos aqui eram tímidos. - Eu sou tímida, penso. Só falei porque ninguém nessa porra de grupo de apoio disse nada. - O que a Srta... - A psicóloga se refere a mim.

- S/N. S/N Owen.

- O que a Srta. Owen disse está correto. Todos que estão reunidos aqui tem um certo vício em comum e vieram até essa terapia em grupo porque querem deixar isso no passado.

- Não vim aqui porque eu quis. Estou aqui pela minha mãe, caso ao contrário não perderia meu tempo aqui. - Um garoto moreno que está do outro lado da roda diz. Ele está de capuz e óculos ray-ban, seu jeans preto tem a mesma cor da camiseta e de seus tênis. A Srta. Diana se coloca à frente dele, lançando-o um olhar desaprovador porém calmo.

- Você deve ser novo por aqui, qual é seu nome rapaz? - Pergunta ela.

- Louis Partridge. - Ele responde frio.

- Bem Sr. Partridge...

- Me chame de Louis e não por esse caralho do meu sobrenome. - Ele retruca grosso. A psicóloga suspira e assente.

- Louis, você está aqui pela sua mãe e tenho certeza que graças à ela, você vai conseguir largar o vício. - Não sei como ela ainda está calma.

- Certeza? Nada é certeza. Tudo é questão de talvez. - Louis diz, com o olhar para o chão mostrando que não se importa com tudo isso. - Talvez eu me livre do vício, talvez não. Nada é certo nessa vida. A única coisa da qual temos certeza de verdade é que vamos morrer. Então não me diga que tem certeza que eu vou conseguir. - Todos permanecem em silêncio, um silêncio envergonhado e cheio de pensamentos adicionais. Srta. Diana está com uma expressão chocada diante do que acabou de ouvir e abre a boca várias vezes sem ter o que dizer.

- Ok, continuando... - Ela desvia do assunto rapidamente. - Alguém poderia me falar um pouco sobre o vício? - Mais uma vez não se tem voluntários.

- O que podemos dizer sobre o vício? - Digo do nada, me afundando ainda mais na cadeira.

- Bem, me explique um pouco sobre...

- Explicar o que? Não temos nada para explicar. - A interrompo, endireitando-me na cadeira e encarando-a. - Você só está reunida com um grupo de adolescentes obcecados em sexo, não tem como explicar. - Concluo, tendo olhares de aprovação na minha direção.

Esse primeiro capítulo ficou muito curto, mas os próximos serão mais longos

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Esse primeiro capítulo ficou muito curto, mas os próximos serão mais longos

Ela é de conteúdo maduro, a leitura fica na autoria do leitor, se não gostarem não se deem ao trabalho de denunciar, apenas não leiam.

𝗢𝗕𝗦𝗦𝗘𝗦𝗜𝗢𝗡, ꪶ𝘰𝘶𝘪𝘴.𝘱 Onde histórias criam vida. Descubra agora