S/n é uma escritora famosa de terror e mistério. Seus livros andam na boca do povo e seu rosto esta em todas as capas de revistas de jovens promissores.
Ela acaba de se mudar para Los Angeles, a cidade das celebridades e do luxo, quando começa a te...
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"June chegou ao restaurante, sentou perto do bar e olhou vagamente ao seu redor. Os rostos das pessoas estranhas faziam ela pensar melhor e quem sabe beber uma dose de tequila também.
Abriu sua pasta com as fotos horripilantes do misterioso caso. Sentiu ânsia de vômito.
Diziam que naquela altura ela já deveria estar acostumada a ver de tudo, mas aquilo chegava a ser doentio.
Quem dera o pesadelo que teve na noite anterior fosse um meio de resolver aquele quebra-cabeça, mas acreditar no além agora não iria ajudá-la... Se...Se..."
- Droga... - S/n bateu com o punho na mesa. - Droga de bloqueio criativo. - ela disse e tomou o último gole do seu chá.
Já fazia uma semana que ela não conseguia escrever. Escrevia talvez dois parágrafos, quem sabe até três se desse sorte, mas sempre acabava apagando, pois sempre virava algo sem sentido ou clichê demais.
Maldita hora que ela havia prometido entregar algo para sua editora até o final do mês. Mas ela não havia contado com a falta de ideias quando ela concordou com aquilo.
Levantou de sua cadeira frustrada e cruzou os braços andando de um lado para o outro, como se a criatividade tivesse saído para passear e ela estivesse esperando impaciente até que voltasse de repente.
Por que ela havia concordado em escrever um novo livro para começo de conversa? Ela não precisava de dinheiro. Seus quatro livros anteriores já estavam dando muitos lucros, além de que iriam fazer uma série nova para televisão baseada em um deles.
Então, por que inventar escrever outro? Talvez porque, ela estivesse tendo pesadelos demais ultimamente. Muitos familiares e amigos diziam para ela procurar um psicólogo, ver se ela não tinha algum trauma escondido. Mas procurar um psicólogo? Admitir suas fraquezas e coisas pessoais a um estranho? Jamais. Aquilo sim era horripilante.
Escrever ajudava. Transferir seus medos para páginas era seu forte. Quando escrevia não tinha pesadelos, não via coisas, não ficava triste. Era como uma droga, um remédio calmante.
