Fofoqueira?

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Eu estava no meu quarto fitando a paisagem sem graça pela janela que ficava perto da minha cama, pensando no que fazer de útil para essa minha vida inútil quando alguém diz:

- Licença? – me assustei com a voz de Grazy, uma das empregadas.

- Oi. – me virei sem demonstrar muitas emoções.

- Tem uma pessoa na sala, Senhorita Freire. – falou meia séria.

Frisei a sobrancelha não entendendo muito bem aquilo. Quem procuraria por mim? Não me lembro de estar a espera de alguma pessoa.

- Okay Grazy, eu já desço. – sorri por alguns segundos antes de deixar a cara de curiosidade tomar conta novamente.

Calcei o chinelo, peguei um casaco e sai do quarto me dirigindo rapidamente em direção a escada. Avistei um homem com um casaco preto, de costas pra mim e olhando fixamente a casa.

- Pois na... – parei de falar assim que ele se virou – Rodolfo? – olhei pra cima para garantir-me que ninguém estava vendo – O que... o que você esta fazendo aqui? – fui em sua direção.

- Juliette? – me olhou surpreso, ou tentou parecer surpreso – Que mundo pequeno. – sussurrou abrindo um sorriso falso.

- O que faz aqui? – o encarei, repetindo a pergunta.

- Eu vim visitar minh... -  limpou a garganta -  Amiga. – a última palavra soou um pouco mais... Irônica.

- Conhece a Sarah?

Ele pensou alguns segundos antes de sorrir e dizer:

- Sim. Somos... Velhos e ÓTIMOS amigos – sorriu destacando a palavra com um sorriso debochado.

- Okay. - respondi, deixando minha desconfiança óbvia no meu tom de voz.

Aquilo era estranho e nem um pouco convincente, pois Sarah não tinha nenhum outro amigo além dos mesmos que ela  sempre trazia aqui e ela não citou o Rodolfo como amigo quando me viu com o mesmo na boate na semana passada.

Mas eu não iria fazer perguntas, só queria que o Rodolfo saísse logo, porque, se a Sarah  chegasse eu estaria fodida.

- E o que você veio fazer aqui? – sorri sendo um pouco direta.

- Eu vim visitá-la, pode dizer que estou aqui? – sorriu passando o dedo indicador em um dos enfeites da estante.

- A Sarah não está, mas... – cocei a nuca – eu digo que passou aqui. – sorri.

Acho que meus olhos deixavam a amostra à frase “some daqui”.

- Faria isso por mim? – sussurrou com um sorriso sedutor.

- Cla- claro – falei já desnorteada com aquele sorriso.

E ele percebendo minha timidez abriu um sorriso. E quando eu pensei que aquela tentação acabaria ele começa a andar em minha direção, com um sorriso fixo e um olhar malicioso. Ele aproximou a boca do meu ouvido sussurrando:

- Tenha uma boa tarde, Juliette. – sorriu colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. E eu fechei os olhos engolindo seco assim que ele começa a caminhar firme até a porta.

Era difícil encontrar alguém que me causava as mesmas coisas que ele: essas borboletas no estômago e essa vontade loca de ficar longe só para não me sentir, atraída.


- Eu acho melhor você não receber essas visitas mais intimas, dona Juliette. – Grazy começa a descer as escadas assim que o Rodolfo fecha a porta da sala, e eu tive a vasta impressão de que ela estava me vigiando do alto da escada.

Obsessed with meOnde histórias criam vida. Descubra agora