POV'S JULIETTE.
STRATFORD, CANADÁ.
Eu estava pasma, e ao menos fiz questão de esconder isso. E porra, Luan me conhecia bem demais para saber que tinha algo de errado, então eu vi seu sorriso inocente e singelo sumir da sua boca, fazendo com que seu rosto ficasse totalmente sem expressão.
- Por que? Não está feliz? - voltou a guardar o e-mail impresso dentro do envelope.
Engoli seco, tentando arranjar uma resposta convincente o mais rápido possível.
- Nã-não é isso, Luan. - tá, isso não foi nada convincente. - Só que... sei lá... é outro país. A gente não pode simplesmente largar tudo e ir. - eu estava nervosa, e Luan percebeu isso. Merda.
- "Tudo" o que, Juliette? - apoiou os cotovelos em cima da mesa, fitando-me sério. - Essa faculdadezinha que a gente se limita a ter? - Luan estava exaltado. - Essa rotininha meia boca que a gente engole todos os dias e finge que está tudo bem? - ele dizia com tanta verdade, parecia estar desabafando sobre algo que estava entalado há muito tempo. - Isso é "tudo" para você?
- E o que te faz ter tanta certeza de que lá vai ser melhor?
- Eu não tenho certeza, Ju.. Eu nunca, ao menos, disse isso! - olhava-me fixamente. - Eu só estava disposto a tentar, e por um segundo... Eu achei que você também. - foi tudo o que ele disse antes de se levantar e sair, deixando-me sozinha.
E era bom, eu não sabia como dizer, eu ao menos sabia o que dizer.
Engoli seco, tentando não desmoronar. Luan sempre havia sido essencial em tudo na minha vida, e eu me sentia na obrigação de recompensa-lo de alguma maneira. E porra, tudo aquilo era tão injusto com ele. Ser egoísta nunca foi uma característica minha, mas no final das contas, eu estava zelando pelo nosso relacionamento e pelo sentimento que eu jurava sentir por ele. Mas nada daquilo era válido, e Luan - obviamente - não me entenderia.
Eu não queria ser responsável por arruinar o seu futuro.
O novamente... Juliette Freire estava deixando o coração gritar, enquanto o cérebro ficava em um total e perturbador silêncio.
Levante-me, indo a procura do Luan. Eu me arrependeria daquilo num futuro próximo?
Talvez.
Mas eu nunca iria saber se eu não tentasse.
- Hey. - peguei seu braço assim que o achei. - Não fica assim, a gente pode conversar sobre o intercâmbio. - tentei sorrir ao vê-lo tão desanimado, confesso: ver ele assim acabava comigo. - Eu só não quero que se precipite.
Luan sorriu debochado, sorria para não gritar comigo.
Típico do Luan Santana.
- Precipitar? - continuava sorrindo. - Você tem ideia de quantos anos eu venho planejando isso? - é, fazia sentido. - Eu não quero que faça nada obrigada, Juliette. - se virou, e novamente segurei seu braço, na esperança de falar menos merda dessa vez.
- Luan... - o encarei. - Eu to dentro! - saiu, quase contra a minha vontade. - E parabéns pela boa nota... - finalmente fui em sua direção, o abraçando fortemente.
POV'S ROBERTA.
CHICAGO, EUA.
Já fazia mais de 3 horas que eu estava ali... Deitada na minha confortável cama box de casal, fitando o teto e chorando litros enquanto ouvia músicas melodramáticas e me queixava por não ser auto-suficiente. Eu amava a Sarah, de uma maneira que eu nunca pensei que amaria alguém. E fodia comigo ver ela me trocar pela vagabunda da Juliette mesmo sem a presença dela. Fodia comigo toda essa merda de sentimento que eu me negava a sentir, mas porra... eu sentia... e como eu sentia.
- Não! - disse a mim mesma, levantando da cama. - Eu não vou admitir que você chore por uma babaca... - Sim, eu conversava comigo mesma na 2° pessoa, e por mais ridículo que parecesse... realmente adiantava. - Você vai sair por aquela merda de porta, e vai mostrar a Sarah que você não precisa dela. - eu procurava uma roupa dentro do armário enquanto tinha uma aula particular de auto-ajuda dada por mim mesma.
POV'S SARAH.
CHICAGO, EUA.
Roberta desceu as escadas, eu acharia aquilo a coisa mais normal do mundo, se ela não estivesse usando um vestido extremamente provocante:
Era de uma fina seda de cor cinza, com um exagerado decote nos seios, e por maior que ele fosse, tinha um enorme corte nas pernas, deixando as mesmas totalmente expostas. Engoli seco, a vendo descer os últimos degraus. Ela passou por mim e nem ao menos olhou na minha cara.
Vagabunda.
Minha vontade era de soca-la e a fazer tirar essa merda, mas eu não queria admitir pra mim mesmo o quanto aquilo me incomodava. Eu não amava ela e tinha certeza daquilo, mas eu sempre fui uma pessoa extremamente egoísta, nunca dividi o que era meu, e Roberta, de uma certa forma, não deixava de ser minha. A mesma morava na minha casa, vivia com o meu dinheiro, então sim, ela era minha propriedade e eu não admitiria que ela saísse dessa maneira.
- Onde você pensa que está indo? - finalmente protestei. A mesma apenas encarou-me, pareceu achar graça no que eu dizia, já que riu. - Quem te deu permissão para sair, e ainda mais com essa merda? - puxei seu vestido, me referindo a ele.
- Ciúmes, Srt Andrade? - sorriu, pareceu estar adorando o joguinho de poder. Avaliei seu corpo mais de perto, ela realmente sabia ser deliciosa.
- E se for? - sussurrei, a encarando.
Peguei sua cintura, a puxando para mais perto de mim. Senti seu corpo quente chocar contra o meu, e aquilo já foi o suficiente para uma... excitação inesperada.
- Aí o problema é seu. - afastou minha mão dela, e isso fez um sorriso surgir no meu rosto.
- Fazer a linha difícil não combina com você! - ela pareceu se incomodar com aquilo, só não sei o porquê.
- O que você pensa não me interessa, Sarah. - me olhou. - Agora se me da licença... Tenho uma boate me esperando... - sussurrou.
Ela está tentando me provocar?
Se for, deu certo.
Eu estava puta.
A agarrei por trás, sentindo sua farta bunda chocar contra minha coxa.
- E se eu te convencer a ficar? - sussurrei em seu ouvido.
Eu estava louca, e era nítido.
Ela se virou lentamente, me olhando feito cadela. Roberta se aproximou de mim, fechei os olhos na esperança de sentir seus deliciosos lábios e logo em seguida sentir sua deliciosa buceta, mas só senti seu hálito quente.
- Você não vai... - sussurrou, anunciando a frase lentamente. Aquela excitação estava ficando dolorida.
Segurei seu braço fortemente, assim que ela se vira, ameaçando sair pela porta.
- Você não vai sair daqui! - Aquilo era uma ordem, não mais um pedido.
- E por que não? - sorria, provocante.
- Porque eu não quero. - disse sério. - Porque... - fui em sua direção. - Tenho certeza que aqui... - em um rápido movimento, rasguei seu vestido, deixando seu delicioso corpo quase totalmente amostra, sendo coberto apenas pela fina calcinha. -, tem coisa muito mais interessante para fazer. - a joguei no sofá, subindo por cima, beijando-a com vontade...
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