Chapter One

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Any Gabrielly

No segundo ano do ensino médio, fiquei amiga de uma menina chamada Joalin Loukamaa. Ela até que era legal.

Exagerava um pouco no delineador roxo, não parava de falar e dizia "tipo" toda hora, mas fazíamos as mesmas aulas do primeiro semestre, então a amizade meio que veio por inércia.

Enfim, Joalin sempre dizia que seu melhor amigo no mundo todo era Bailey May, um garoto que conhecera quatro semanas antes de promovê-lo a esse status.

Era, tipo, aimeudeus, a melhor coisa do mundo ter um cara com quem conversar sem as complicações que vêm com o envolvimento romântico.

Sei .

É verdade que melhores amigos de verdade não conseguem passar mais de duas horas sem mencionar o nome um do outro, mas Joalin arrumava um jeito de mencionar Bailey a cada duas frases.

Não era "só amizade" nada.

Acho que a relação deles foi mesmo platônica por um tempo. Bailey tinha uma namorada chamada Shivani Paliwal ou qualquer coisa do tipo, e Joalin vivia indo e voltando com o namorado do tempo do fundamental.

Mas qualquer um que já tenha visto um filme ou um programa de TV, ou que possua um conhecimento básico das formas de interação humana, sabia exatamente para onde Joalin e Bailey estavam se encaminhando: para a terra da pegação.

Apesar de Joalin jurar que não gostava dele "daquele jeito", os dois já estavam solteiríssimos no feriado de Ação de Graças daquele ano.

No recesso de fim de ano, Joalin não estava mais tão ocupada falando "tipo" o tempo todo. Por quê? Porque a língua de Bailey estava dentro da boca dela antes da aula, depois da aula e nos fins de semana.

Mas todo mundo sabe como isso acaba, certo? Alguns meses depois, Joalin e Bailey não só não eram mais um casal como nem chegavam perto de ser "melhores amigos".

O rápido romance e o rompimento que se seguiu quase não provocaram fofocas na escola, mas gosto de pensar que todos aprendemos uma boa lição:

Garotos e garotas não conseguem ser só amigos. Ou pelo menos não melhores amigos.

As coisas acabam se complicando.

Agora vamos avançar alguns anos na história...

Aos vinte e quatro anos, tenho um anúncio de utilidade pública a fazer: eu estava errada.

Garotos e garotas podem, sim , ser melhores amigos.

Dá para ter um relacionamento platônico com um cara sem qualquer desejo romântico, fantasia sexual e tentativas fúteis de esconder a dor do amor não correspondido com declarações ingênuas como "eu não gosto dele desse jeito".

Como é que eu sei disso? Como sei que homens e mulheres podem ser melhores amigos sem qualquer envolvimento romântico?

Porque sou o lado feminino dessa equação há seis anos.

Seis anos .

!

História verídica:

Josh Beauchamp e eu nos conhecemos nas férias de verão anteriores ao nosso primeiro ano na Universidade do Oregon, durante a recepção aos calouros. Fomos colocados no mesmo grupo em uma dessas atividades tenebrosas para quebrar o gelo, em que se gruda um papelzinho na testa e tenta adivinhar qual animal somos ou coisa do tipo. Então a coisa...

Rolou?

Não sei por que desde o começo foi algo meio "você é legal, mas não vai rolar nada entre nós", mas foi.

Mais Que Amigos (Adaptação Beauany)Onde histórias criam vida. Descubra agora