Chapter Nine

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Any Gabrielly

Cometi um erro. Um erro tático terrível:

Subestimei Josh.

Mas deveria saber. Eu o conheço melhor que ninguém. Melhor do que a mim mesma. Sei o quanto é competitivo, e deveria saber que seus impulsos estariam voltados para suas habilidades sexuais.

E, meu Deus, isso ele tem de sobra.

O primeiro beijo foi no máximo morno. Ele estava se esforçando demais para se provar, é verdade, mas eu não estava muito no clima, porque fazia questão de não sentir nada. Não podia me deixar abalar com o fato de que seus lábios eram gostosos e seu cheiro era delicioso. Havia muita atividade cerebral envolvida, de ambas as partes.

Mas agora — no segundo beijo — nem sei mais onde meu cérebro fica.

Só existem mãos, lábios e a sensação do corpo excitado de Josh contra o meu. Eu deveria estar fugindo para me salvar; quando acabar, provavelmente é o que vou fazer.

Mas enquanto isso...

Eu retribuo.

Nunca fui beijada desse jeito antes. Nunca fui prensada contra a parede, com as mãos presas por dedos fortes e braços ainda mais. Nunca tive minha boca devorada como se fosse a melhor das sobremesas por um corpo firme e masculino que faz com que me sinta exatamente a mulher que sou.

Tento lembrar que o homem em questão é Josh.

E consigo.

Então a língua dele encontra meu lábio superior, acariciando-o até me fazer suspirar, depois deslizando para dentro da minha boca, se enroscando na minha. Eu esqueço que sou Any e que ele é Josh, e me lembro apenas de que somos um homem e uma mulher, e de que nascemos para isso.

Contorço os dedos e os pulsos até ele finalmente me soltar. Minhas mãos se dirigem imediatamente para sua cabeça e meus dedos agarram seu pescoço para manter sua boca bem perto. As mãos dele vão para minha cintura, me prensando com ainda mais firmeza contra a parede, e meus quadris se projetam para a frente, lembrando exatamente o que acontece em seguida.

E, meu Deus, como eu quero o que acontece em seguida.

Era sério que eu tinha voltado atrás na minha ideia maluca. A explicação dele fazia todo o sentido.

Mas não estou nem aí para o bom senso no momento.

Não quando a boca dele vai para meu pescoço, não quando seus beijos quentes e molhados passam logo abaixo da minha orelha, não quando suas mãos percorrem minhas costas com carícias possessivas.

Só quero... Josh.

Não, isso não está certo. Não é Josh que eu quero. Quero sexo. Ele é só um instrumento.

Certo?

Certo?

Meu cérebro não confirma a informação, o que me deixa em pânico.

Minhas mãos encontram seus ombros e eu o empurro, a princípio de leve, depois com mais força.

Josh recua devagar, relutante, e eu me preparo para um sorrisinho presunçoso, mas, para minha surpresa, Josh não parece triunfante. Só... confuso.

É como eu me sinto também.

Me obrigo a abrir um sorriso, sentindo um desejo repentino de voltar à nossa relação de sempre. Tranquila. Casual. De amizade.

— Pelo jeito você vai ter que ver Bachelor no computador por um tempo, hein? — ele diz.

Seu sorriso demora um pouco mais que o habitual para aparecer, mas me faz soltar um suspiro de alívio.

Mais Que Amigos (Adaptação Beauany)Onde histórias criam vida. Descubra agora