Mais Que Amigos (Adaptação Beauany)

Chapter Six

Josh Beauchamp

Em teoria, passar uma segunda-feira qualquer em um bar bacana com duas gatas é o sonho de qualquer cara...

Mas, quando uma delas é minha melhor amiga, totalmente fora de questão, e a outra é a amiga dela, quase o mesmo, a coisa muda de figura.

Principalmente porque elas estão vestidas para a ação, o que significa que as mulheres que não estão fora dos meus limites na certa vão manter distância.

Mesmo assim, não vou deixar Gabrielly sair sozinha com essa ideia fixa de pegar homem, sem chance. Os sorrisos e as risadas dela não me enganam. A garota acabou de sair de um relacionamento de anos. Está fragilizada.

Ela precisa de uma noite como essa. Eu entendo. Quer se livrar da sensação de ter sido rejeitada. Mas está sem prática, e não sei se vai conseguir identificar os maiores babacas.

É aí que eu entro.

E se eu conseguir levar alguém para casa no processo... é um bônus.

— Mais uma bebida? — pergunto para as duas.

— Que tal aquele ali? — Any pergunta, ignorando o que falei e dando mais um gole na vodca-tônica.

— O de camisa azul.

Sigo seu olhar.

— É uma camisa jeans. Então não.

— Concordo com o Josh — Sabina diz. — Camisa jeans só fica bem em caubóis texanos. Em Portland, não está com nada.

— Não posso nem falar com o cara só porque vocês não gostaram da camisa dele? — Any protesta.

— Que tal aquele? — Sabina aponta. — De camisa preta, bem na minha frente. Ombros largos.

Gabrielly e eu viramos a cabeça para olhar.

— Ele já está acompanhado — Any responde.

Sabina e eu trocamos olhares, sem entender.

— A ruiva com quem ele está falando é o quê? — Any insiste, olhando para nós como se fôssemos dois idiotas.

— Ah, eles não estão juntos — Sabina explica.

Gabrielly franze a testa, confusa.

— Como você sabe?

— Ele chegou com os amigos logo depois da gente — Sabina esclarece, com toda a paciência.

— E a ruiva já estava aqui — complemento.

Any lança um olhar perplexo para nós.

— Vocês notaram tudo isso?

Sabina se inclina para a frente e dá um tapinha na mão de Any.

— Foi por isso que você trouxe a gente.

— Pra aprender a perseguir as pessoas? Quero ajuda pra conhecer caras, não pra ser agente da CIA.

— Não são coisas muito diferentes — aviso.

Gabrielly me lança um olhar atravessado.

— Qual é? Já vi você assistindo aos filmes do Jason Bourne não sei quantas mil vezes. Deixa essa sua fixação por espiões fora disso.

— Não, ele está certo — diz Sabina. — É meio parecido com espionagem mesmo.

Abro um sorriso como quem diz "obrigado, Sabina", e ela retribui, me olhando nos olhos. Viro o rosto, para Any não perceber. Sabina é muito gostosa, e em qualquer outra situação já teria tentado a sorte com ela meses atrás.