Kohr acordou com o corpo totalmente dolorido e uma tremenda dor de cabeça, deitado ao lado de uma fogueira, seus ferimentos estavam enfaixados e pareciam ter sido bem tratados. Olhou em volta, estava na companhia de Hetro e outros sobreviventes.
— Finalmente acordou! — Disse Hetro. — Cheguei a pensar que tivesse batido as botas.
— Por quanto tempo eu dormi?
— Dois dias. Vimos a queda e imaginamos que fosse você, felizmente chegamos antes deles e te resgatamos. Seu plano falhou.
— Já notei esse detalhe — Ele olhava em volta, estavam em uma caverna enorme, algo parecia estar errado com o número de habitantes. — Estamos além do rio?
— Sua nave caiu além dele, por sorte não tivemos que atravessá-lo te carregando. Encontramos outros sobreviventes, não sei se já percebeu.
— Percebi. Mas tem algo estranho, reconheço novos rostos e não encontro alguns antigos.
— Eles estão sempre atrás da gente, os imperiais. Muitos de nós foram pegos...
— Capturados?
— Mortos.
— Sinto muito.
Depois disso os dois permaneceram calados, apenas observando a fogueira que logo seria apagada para não chamar atenção durante a noite. Hetro questionava se viveria o dia seguinte, se valia a pena toda aquela luta já que não tinham para onde ir, como se estivessem nadando no meio do oceano para eventualmente serem comidos por um tubarão. Pensava em Kohr, estava feliz por ele ter voltado, mas algo parecia estar faltando nele e conseguia ver que estava faltando em Kohr também.
— Você não vai dormir agora, vai? — Ele perguntou. — Dormiu por dois dias seguidos.
— Pode deixar que fico de vigia.
— Mas e a sua cabeça?
— Tá melhorando aos poucos, não se preocupe — Hetro estava indo dormir, quando Kohr perguntou: — Como sabe que minha cabeça tá doendo? Eu não te disse...
— Da pra ver pela sua cara feia — Ele deu uma piscada de olho para Kohr, que deu uma leve risada. — Boa noite.
As horas foram passando, Kohr ficava remoendo seu passado, pensando no que devia fazer no presente. Seu plano de rendição deu errado e um inimigo aparentemente perigoso estava vindo, cabia a ele proteger o povo da vila dessa nova ameaça, mas como faria isso? Como um Jedi? Algo que não conseguia admitir é que havia gostado de fugir daquele star destroyer e pilotar aquela lançadeira, sentia falta da adrenalina das batalhas com sabre de luz. Precisava se livrar desse sentimento.
Quando a manhã chegou, sentiu uma presença muito próxima, várias formas de vida. Se levantou da vigia e foi correndo ver o que era, encontrando fileiras de speeders servindo de montaria para vários seres que claramente não eram do Império e nem da vila.
— Olhem só o que temos aqui! — Disse um dos seres aos outros, um Twi'lek, apontando para Kohr. — Exatamente quem viemos procurar!
— Vão desejar não ter encontrado — Ele os encarou com a cara brava.
— Relaxa aí camarada, não viemos aqui para machucar vocês! Meu nome é Aldros Ghat, eu e meus amigos viemos para ajudar...
— Pensei que a ideia de ficar de vigia era não deixar ninguém passar — Disse Hetro, aparecendo de repente. Ele esfregava os olhos e bocejava de sono.
— Volte para dentro — Disse Kohr, colocando o braço na frente dele para protegê-lo.
— Relaxa, cavaleiro sagrado, eles disseram que vieram para ajudar. Vamos ouvir.
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Star Wars: Honra e Desonra
FantasyNove meses antes de Palpatine dar a Ordem 66 ao seu exército e da ascenção do Império, o Cavaleiro Jedi Kohr-Ann abandonou a ordem e foi viver no planeta isolado e primitivo de Vensodred. Agora que a sombra do Imperador se espalha pela galáxia, é qu...