Todos embarcaram nos speeders de garupa com Aldros e seus homens e partiram em direção ao hangar, sem olhar para trás, sem desacelerar em nenhum momento. O caminho foi longo, durou horas, mas felizmente não chegaram a ser abordados por imperiais. Kohr não conseguia parar de se sentir uma desonra, uma desgraça que não se encaixava em lugar nenhum e não tinha compromisso com nada. Havia perdido tudo o que já tinha se comprometido na vida.
Quando chegaram no destino, viram o hangar enorme e com três grandes andares, tão alto que era impossível ver qualquer coisa que estivesse no topo. Foram subindo as enormes escadas ao lado dos homens de Aldros, alguns dos sobreviventes ansiosos e pulando de alegria para finalmente ficarem livres dos invasores e outros lamentando por ter que abandonarem suas casas e seu planeta, suas vidas e suas lembranças. Hetro sentia tanta raiva de Kohr que parecia não sentir nada a respeito de deixar Vensodred, sua cara estava fechada, odiava Kohr por ter entregado o objeto que sua mãe morreu para recuperar. No meio do caminho, quase chegando no terceiro andar, Kohr teve um desequilíbrio e quase caiu escada abaixo, levando todos atrás dele consigo.
— Hetro, precisamos voltar! — Ele disse, sua cara estava branca de pavor.
— Agora não, Kohr — Hetro respondeu, revirando os olhos.
— Eu tô falando sério, esquece nossa briga só por um tempo, tem algo de muito ruim acontecendo...
— Eu disse que agora não, Kohr! Já chega das suas superstições, já chega das suas "sensações", estou farto disso! Essa é nossa única chance de escapar dos imperiais que vieram atrás de VOCÊ, então por favor, não estrague tudo.
Kohr se calou e continuou a subir as escadas, mas a sensação ruim não ia embora. Quando enfim chegaram no último andar, viram o espaço totalmente aberto e desocupado, sem nenhuma nave. Porém haviam dezenas de soldados imperiais, liderados por uma criatura trajada de preto cuja respiração podia ser ouvida como o som de uma máquina trabalhando. Kohr sentia as intenções da criatura, tudo que havia em volta dela era uma aura sombria e de terríveis intenções. Ele se sentia confuso, era viva e pensante como um ser orgânico, mas não só a aparência como a total ausência de compaixão a fazia parecer uma máquina.
Os nativos mal tiveram tempo de reagir antes que os homens de Aldros, que havia sumido de repente, começassem a atirar neles pelas costas e matando muitos de uma só vez. Hetro e os outros pegaram suas armas para se defender, enquanto Kohr encarava a criatura sombria em silêncio. A máscara ocultava suas expressões, mas seus sentimentos perversos eram claros para Kohr. Sem perder tempo, tentou usar a Força para empurrá-la, mas ela permaneceu parada, devolvendo outro empurrão tão forte que ele despencou de todos os andares, batendo seu corpo nas escadas até enfim atingir o chão.
Seu ouvido zunia, não conseguia ouvir nenhum barulho vindo lá de cima. O corpo inteiro doía, sangrava por alguns lugares incluindo a cabeça e não conseguia ter forças para se levantar. Berrava profundamente de dor e pavor, chorava com medo de morrer ali, sozinho e sem ter alcançado nenhum propósito. Sua vida inteira foi passando diante de seus olhos, se lembrava do treinamento Jedi, da vida como general e de quando chegou em Vensodred. Tudo o que havia acontecido em sua vida culminava para aquele momento e não podia terminar daquele modo, com seu corpo machucado estatelado no chão. Reuniu todas as forças que tinha para se levantar, ainda gritando de dor, e foi mancando em direção ao elevador.
De repente viu Aldros, que fugia de fininho sem seus homens em direção à sua nave e se assustou quando viu Kohr, que usou a Força para imobilizá-lo e atrair o pescoço do caçador de recompensas até sua mão.
— Não me mate, por favor! — Implorou Aldros. — Prometo recompensá-lo como quiser!
— Não vou te matar e nem quero nada vindo de você, só vim recupar o que é meu e... — Kohr dizia, até que viu a nave de Aldros. — Na verdade, sua nave vai me compensar bastante!
Ele nocauteou o caçador de recompensas e pegou seu sabre de luz de volta, encarando-o. Não importava o que sentia quanto aquele objeto e o que ele representava, apenas sabia que precisava usá-lo para lutar por aqueles que não podiam. Não importava o que havia acontecido com o Conselho, com Hetro ou com Luipa, devia lutar pelo que acreditava, e o cavaleiro Jedi Kohr-Ann acreditava na paz e na justiça. Foi com esse pensamento que ele embarcou no elevador, subindo de volta para encarar Darth Vader.
***
Olá, caro leitor!
Honra e Desonra está chegando ao fim, me sinto ansioso para saber o que está achando dessa história e espero que esteja tão empolgados para o final quanto eu! Sinto muito orgulho de ter criado Kohr-Ann anos atrás e finalmente tomado coragem de compartilhar a história dele com você.! AVISO IMPORTANTE !
O final de Honra e Desonra trás consigo uma virada de página para minha carreira como autor do Wattpad e eu gostaria de compartilhar essa mudança com meu público. Você, caro leitor, é meu público. A partir desse domingo 30/05/2021, adotarei o pseudônimo de Felipe Magno e meu user será @ofelipemagno. Porém não se assuste, nada em relação às minhas histórias vai mudar, muito pelo contrário: me sinto mil vezes mais livre e a vontade para compartilhar o máximo de histórias que puder com todos os meus leitores.O mês de junho começará trazendo o fim de Honra e Desonra, mas pode esperar muitas novidades vindo por aí! ;)
Te vejo no dia 04/06, que a Força esteja com você!
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Star Wars: Honra e Desonra
FantasyNove meses antes de Palpatine dar a Ordem 66 ao seu exército e da ascenção do Império, o Cavaleiro Jedi Kohr-Ann abandonou a ordem e foi viver no planeta isolado e primitivo de Vensodred. Agora que a sombra do Imperador se espalha pela galáxia, é qu...