Capítulo VIII - Bons Soldados Seguem Ordens

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Obi-Wan estava sentado sobre uma caixa de bagagens da nave, pensativo e envergonhado, Anakin olhava furioso para ele e Kohr-Ann estava longe encarando o horizonte e organizando seus pensamentos.

— Quando pretendia me contar? — Anakin questionou seu antigo mestre.

— Era apenas uma precaução, não pretendíamos colocar os clones em ação. Os nativos não podiam ter notado...

— São primitivos, têm os instintos aguçados, não pensaram nisso? Não é a primeira vez que você e o Conselho escondem as  coisas de mim, Obi-Wan, e você me prometeu que não aconteceria novamente!

— Eu já lhe disse, não era pra ter acontecido como aconteceu, eu ia te contar mais tarde...

— Não contou porque sabia que eu iria discordar, assim como não contou para Kohr-Ann — Anakin não conseguia guardar as palavras que vinham em sua cabeça, fazia questão de soltá-las pela boca. — Você e o Conselho nos queriam fora do caminho!

— Como pode dizer uma coisa dessas? Você é aquele que trará o equilíbrio da Força, além de ser como um irmão para mim, eu nunca tentaria te colocar fora do caminho — Obi-Wan demonstrou ter ficado ofendido com a acusação.

— Você não, mas o Conselho sim. E você obedece tudo que o Conselho lhe ordena...

— O conselho é sábio, nosso dever é seguir suas ordens.

— Como bons soldados — Anakin disse em tom sarcástico.

— Generais — Disse Rex, entrando na conversa. — Lamento interromper, mas o general Kohr-Ann sumiu.

Os dois Jedi olharam em volta e realmente não tinha nenhum sinal do parceiro deles. Procuraram em volta, gritaram seu nome e tudo que encontraram foram pegadas, que aumentavam em direção ao campo de batalha e supostamente em direção à vila.

— Eu tenho um mal pressentimento sobre isso — Disse Obi-Wan.

— Vamos atrás dele — Disse Anakin, já correndo atrás das pegadas. — Antes que ele faça alguma besteira.

— A investigação não pode parar.

— Não quero ter que voltar com a discussão, mestre.

— Nem eu. Leve os clones com você e salve nosso amigo, eu prossigo com a investigação sozinho.

— Tem certeza? Pode ser perigoso...

— Que graça teria se não fosse? E além disso, Grievous não terá chances contra mim.

— Se é o que diz... Que a Força esteja com você.

— Até logo, velho amigo. Que a Força esteja com você.

***

Kohr-Ann partiu decidido em direção à vila, decidido de que acabaria com aquilo de uma vez por todas. Não importava o que o Conselho acharia, aquilo já não lhe importava mais, só o que queria era salvar o povo daquela lugar e provar para si mesmo que tinha honra o suficiente para seguir seus ideais ao invés de ouvir um monte de velhos sentados em cadeiras, que outrora foram Jedi mas agora tinham se transformado em políticos. Chegou na vila facilmente, já que o grupo de defesa tinha se separado durante a batalha, porém encontrou Hetro e alguns aliados prontos para atirar nele se desse mais um passo.

— Nos dê um bom motivo para não te matar — Ameaçou Hetro. — Um só basta. 

— Não posso te dar um motivo — Ele respondeu, tirando seu sabre de luz da bainha e o jogando no chão aos pés de Hetro. — Pra falar a verdade, vocês têm todos os motivos para atirar em mim. Então só o que posso oferecer é minha confiança, pois acredito que não atirarão.

— Quem lhe garante?

— Você não é o líder daqui, é? Te ouvi falando sobre sua mãe. Onde ela está? Os separatistas estão usando-a como refém?

— Fala como se pudesse fazer algo a respeito, sendo que tudo o que você e seus amigos demonstraram saber fazer hoje é trazer discórdia e destruição.

— Eu sei disso, e me arrependo. Por esse motivo, como já disse, estou lhes dando minha confiança. Não posso lhes dar motivo para confiarem em mim, mas tenho motivos para confiar em vocês, sei que só querem proteger seu povo de todas as ameaças. 

— Pode achar que conseguiria resgatar minha mãe, mas é impossível. São centenas de dróides...

— Vocês têm coragem?

— É claro que temos, mas...

— Então temos todo o necessário — Ele estendeu a mão para que Hetro pudesse apertar, e assim ele o fez. — As vezes, para lutar contra a opressão, tudo que precisamos é do primeiro passo: coragem — O sabre de luz que estava no chão foi levitado de volta para a mão de Kohr-Ann, que o ligou e estendeu a lâmina verde para o alto. — Onde estão eles e sua mãe?

— Na mansão principal, onde eu e ela moramos. O lugar está totalmente trancado, não tem como entrar.

— Dou um jeito nisso, não se preocupe. Reúna todos os guerreiros que puder e me encontrem em frente à mansão. Que a Força esteja com vocês.

Ele foi em direção à mansão e parou em frente a ela, com o sabre de luz ainda ligado. Estendeu a mão desocupada em direção ao portão e rapidamente o derrubou, fazendo um som altíssimo. Era o aviso que os separatistas precisavam para sair de lá. Centenas de dróides apareceram, marchando em fileiras, o Jedi se viu sozinho contra todos eles mas não teve medo. De repente, viu um dróide ser atingido por um tiro vindo por detrás dele, e vários outros tiros se prosseguiram. Quando olhou para trás, viu a dúzia de clones liderada pelo general Skywalker.

— O Conselho mudou de ideia? — Questionou Kohr-Ann. 

— Nós mudamos de ideia — Respondeu Anakin. — Não fique tão convencido, sugeri te abandonar mas Obi-Wan me obrigou a vir.

— Muito comovente. Onde estão ele e Rex?

— Obi-Wan foi atrás de Grievous, Rex foi fazer um favor para mim. Por enquanto somos só nós.

— Espero que seja o suficiente.

Os dois Jedi lutavam bravamente, com movimentos certeiros, nenhum dróide saía inteiro de seus golpes. Lutavam pelo povo da vila, pela paz e pela honra, não permitiriam que a tirania tirasse aquilo deles. Kohr-Ann conseguia ver seu propósito nitidamente, ser um guardião da paz, disposto a fazer isso com ou sem o Conselho.

Skywalker estava feliz por ajudá-lo em sua luta, por finalmente apoiá-la ao invés de só concordar calado e também por Obi-Wan ter o incentivado a fazer isso. O Conselho poderia ser falho, a galáxia poderia estar coberta em sombra, mas sua luta ainda fazia sentido.

Hetro chegou com os melhores guerreiros que pôde reunir, liderando-os contra os dróides padronizados e não-pensantes dos separatistas. Seus guerreiros pensavam, sentiam e sonhavam com uma vida livre e pacífica. Se precisassem entrar na guerra para que isso acontecesse, estavam dispostos a isso.

Star Wars: Honra e DesonraOnde histórias criam vida. Descubra agora