Capítulo VI - Escolhas

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— Tem certeza que as crianças falaram o nome de Grievous? — Indagou Mace Windu, representado novamente por um holograma do conselho.

— Absoluta. A descrição também bate — Respondeu Kohr-Ann, mantendo a postura e falando com propriedade.

— Se isso for verdade, tem minha confiança Kohr-Ann. Prossigam a investigação com cautela, tentem um acordo de paz com os nativos. Que a Força esteja com vocês.

O holograma foi desligado e Obi-Wan foi avisar aos clones que não iriam mais partir, deixando Kohr-Ann e Anakin sozinhos e pensativos.

— Percebeu como eles mudaram de ideia assim que citei Grievous? — Ele comentou com Anakin, mantendo a discrição. — É como se não se importassem com a segurança do povo, só em capturar um inimigo de guerra.

— Não é a primeira vez que acontece — Respondeu Anakin. — Eu tento compreender as decisões do conselho, mas elas não fazem sentido. É como se deixássemos...

— Como se deixássemos de ser guardiões da paz para virarmos soldados. 

— Exato. Tenho me desapontado muito com o conselho ultimamente, principalmente pelo que fizeram com minha... — Anakin parou de falar de repente, aquele assunto ainda o machucava.

— Com a sua o quê? — Kohr-Ann questionou.

— Vocês dois estão prontos? — Interrompeu Obi-Wan. — Precisamos ir falar com os nativos o mais rápido possível, antes que a situação saia do controle.

— Como assim? — Anakin perguntou.

— A presença de Grievous muda tudo. Se nossa investigação confirmar que ele está aqui mas os nativos não o entregarem, teremos que lutar contra eles.

— Pois eu não quero ter que matar inocentes! — Se indignou Kohr-Ann.

— Ninguém aqui quer isso, assim como ninguém no conselho quer, mas se os nativos estiverem mantendo Grievous sob proteção estarão cometendo um crime de guerra.

— Mas eles não tiveram escolha, foram alienados! Você sabe disso, Obi-Wan.

— Eu sei, mas não há nada que possamos fazer quanto a isso além de tentar mudar a percepção deles, e é exatamente o que estamos indo fazer. Mas se eles não cooperarem, só teremos uma escolha.

— E faremos essa escolha mesmo sendo ruim?

— As vezes temos que tomar decisões não tão boas para o bem maior. Se destruirmos Grievous, estaremos mais próximos do fim da guerra e assim mais vidas serão poupadas. Nem sempre uma decisão é boa ou ruim, as vezes ela só é a que julgamos o menor dos males no momento.

— E se nos arrependermos dessa decisão no futuro, ou se descobrirmos que ela é a pior que poderíamos ter tomado?

— Então arcaremos com as consequências.

Anakin ficou calado durante toda a discussão, pois apesar de concordar com Kohr-Ann ele respeitava a opinião de Obi-Wan e entendia sua posição. Nem sempre foi assim, Anakin costumava ser teimoso e impulsivo em tudo o que fazia, mas a guerra o fez amadurecer. Mais especificamente, ser mestre de Ahsoka Tano o fez amadurecer, ele precisava ser um bom exemplo para sua aprendiz. Vê-la ser injustiçada pelo conselho e depois abandonar a ordem o machucou profundamente, sentia falta dela todos os dias.

Os Jedi e Rex partiram novamente atrás dos nativos em direção a aquela mesma clareira, sem disfarces dessa vez. O povo permanecia lá, como se estivessem fazendo uma defesa para proteger a passagem até a vila. Dessa vez estavam mais agressivos, tentando jogar pedras nos quatro, mas a Força fazia com que errassem os alvos todas as vezes.

— Pensei que haviam dito que estavam de saída! — Disse Hetro, apontando seu blaster para eles.

— Não queremos conflito — Começou Kohr-Ann. — Mas suspeitamos que estejam escondendo Grievous, um importante general separatista. Isso é um crime de guerra.

— Está nos ameaçando?

— Estou explicando a gravidade da situação. Não queremos envolvê-los em nossa guerra, mas se estiverem escondendo um general separatista vocês já se envolveram nela por conta própria. 

— Estamos propondo uma investigação — Anakin continuou. — Se não estiverem com Grievous, vocês não têm o que temer, apenas confirmaremos e depois iremos embora daqui para sempre. Mas se estiverem com Grievous, sugerimos que o entreguem imediatamente, nossa luta é contra ele e não contra vocês.

— Como podemos confiar em vocês? Como podemos acreditar que estão do lado certo da luta?

— Nosso compromisso é com a República, com a democracia — Obi-Wan começou a dizer. — Lutamos para preservá-la, preservar uma política cujo objetivo é garantir o bem coletivo e manter a paz. Os separatistas planejam destruir essa paz, fazer as coisas do jeito deles e eliminar quem discorde.

Hetro avaliou as informações antigas que recebeu de outros e as informações novas que recebeu dos Jedi, ficando pensativo. Ele abaixou sua arma, considerou apertar a mão de Obi-Wan e se sentiu disposto a fazer um acordo com a República e com os Jedi. Porém tudo mudou quando ele notou o primeiro soldado clone se esgueirando no meio da mata, como se estivesse esperando para atacar. Rapidamente notou mais um, dois, três, toda a dúzia de clones que deveriam estar esperando na nave estava ali.

— É UMA ARMADILHA! — Gritou Hetro, logo depois apontando seu blaster para Kenobi.

Em um movimento de puro instinto, Anakin ligou seu sabre e partiu o blaster de Hetro ao meio, tudo para proteger seu antigo mestre. Todos os nativos ali presentes os olharam com puro horror estampado nos olhos, começando a atirar nos Jedi para proteger o filho da mestra. O cenário que antes deveria ser de paz e acordo se transformou em um campo de batalha, com os clones saindo de seus esconderijos e entrando na luta.

— Atirem apenas para atordoar, não para matar! — Ordenou Obi-Wan. 

— O que diabos está acontecendo!? — Perguntou Kohr-Ann, mas não obteve resposta. Skywalker parecia estar tão perdido quanto ele.

A luta terminou com a maioria dos nativos atordoados, enquanto o resto saiu correndo, seguindo Hetro que deu a ordem para recuassem. Nenhum acordo de paz seria feito tão cedo depois do que tinha acabado de acontecer.

***

Olá, caro leitor!
Eu não poderia estar mais grato com os resultados da fanfic na primeira semana de publicação, muito obrigado a quem leu, comentou e votou nos capítulos, isso tudo não estaria acontecendo se não fosse pelo seu apoio.

Acabamos de concluir a segunda semana de Star Wars: Honra e Desonra, e sabemos que a tendência no decorrer das semanas é diminuir o engajamento, então quero agradecer a você que estava aqui na primeira semana e permaneceu aqui comigo, peço que compartilhe a fanfic com seus amigos para que mais pessoas possam conhecer a história de Kohr-Ann.

Esses três capítulos são os que mais gostei de escrever até agora, e espero que tenha gostado tanto quanto eu. Comecei a introduzir mais elementos de The Clone Wars, uma série genial que carrega uma legião de fãs apaixonados (eu incluso).

Os próximos capítulos serão publicados na próxima sexta-feira, dia 28/05, e será a penúltima semana. Agora que passamos da primeira metade da história, tudo se encaminha para a grande conclusão, e uma importante pergunta fica:

Existe alguém capaz de sobreviver a Darth Vader?

Star Wars: Honra e DesonraOnde histórias criam vida. Descubra agora