Ao seu lado

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Stiles estava preocupado com o rumo que aquilo estava tomando. Derek estava alterado na noite anterior. O castanho sabia que aquelas palavras foram sinceras, mas não sabia se o Hale se lembraria do ocorrido. Isso poderia afetar as coisas de uma maneira positiva ou negativa.

A maneira positiva seria se Derek notasse que poderia confiar no castanho, cedendo assim ao desejo do Stilinski de fazer o tratamento, já que o moreno havia demonstrado um momento de fraqueza e ficando bêbado aos cuidados do enfermeiro mais uma vez.

A maneira negativa seria caso Derek se fechasse depois do ocorrido de ontem. Muitas pessoas, ao demonstrarem fraqueza, acabam se fechando para as testemunhas de seu “calcanhar de Aquiles”. Muitas vezes por medo. Medo de que possam usar aquilo ao seu favor, medo de serem subjugadas. Outras vezes apenas por vergonha, a falta de coragem para erguer o queixo e esquecer do passado para que pudesse alcançar a aceitação.

O homem de cabelos castanhos temia que ocorresse a segunda alternativa.

Derek já era um homem recluso devido ao acidente e ao abandono por parte da mulher. Isso o tornava um paciente de difícil acesso para o Stilinski. E o castanho de olhos da cor âmbar temia que o moreno se tornasse de um acesso mais difícil ainda depois dessa noite.

Ele tentara de tudo para fazer Derek voltar ao tratamento, não que ele tivesse desistido. Não, não, jamais! Ele iria insistir, sim, no tratamento. Ele havia prometido a Cora, Erica e Laura. Faria Derek voltar ao tratamento custe o que custasse. Mas ele não esperava ter suas cicatrizes, de “ferimentos ” passados, reabertas e cutucadas... O magoando.

Naquela discussão com Derek, quando ele socou a parede várias vezes sem parar... Fora naquela discussão que Stiles percebeu que Derek poderia ter algo ao favor dele. Se Derek, de algum modo, focar no assunto Malia... Ah, todas as armas de Stiles cairiam. O castanho iria ficar completamente desnudo na frente do moreno. Vulnerável a qualquer coisa, ao mesmo tempo que se tornava volátil e agressivo.

Malia.

Essa era a kryptonita de Stiles.

A mulher de cabelos loiros que ele conhecera na faculdade era o seu ponto fraco. A morte da mulher era o maior ferimento que Stiles conseguiria adquirir em sua vida. Aquele ferimento não se fechava e ele tinha a certeza de que nunca iria se fechar. Aquela dor que já fora insuportável, agora era apenas um lembrete que lhe dizia todos os dias o tesouro que ele havia perdido para sempre.

Ninguém!

Ninguém era capaz de fazer Stiles sorrir, de forma tão pura e sincera, como Malia fazia. A loira não precisava fazer nada. Bastava ela piscar os olhos, puxar um pouco os lábios para os lados e soltar uma pequena brisa pelas narinas. Isso era tudo o que Stiles precisava que Malia fizesse para que um sorriso imenso surgisse em seus lábios.

Stiles sorriu se lembrando dos dias que passou ao lado da mulher. Ele sorriu tristonho ao descer o olhar para a corrente que se encontrava em seu peito, onde as duas alianças se mantinham juntas rente ao seu peito. Ele levou uma das mãos até os dois anéis de ouro e os ergueu, até ficar na altura de seus olhos.

Ele se lembrava muito bem do sacrifício que fora para pagar aquelas alianças. Nem fora ele quem as escolhera. Ele havia perguntado para a melhor amiga de Malia, se a mulher já havia falado algo sobre alianças. No mesmo instante a mulher respondera que Malia havia lhe falado que adorou umas alianças que tinha visto em uma vitrine, mas que dizia serem muito caras para que um dia ela pudesse usar.

No mesmo dia Stiles as encomendou. Ele ainda fazia faculdade, por isso ainda não ganhava como um médico. Ele trabalhava meio período numa editora. Ele era o rapaz das entregas. Mas no mesmo dia em que encomendou as alianças, Stiles procurou um segundo emprego.

Meu anjoOnde histórias criam vida. Descubra agora