Duas xícaras de café e uma dose de tempo.

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Marcos saiu de dentro de casa em desespero após ouvir os gritos de Alex. Seguiu em direção ao seu filho e se deparou com a visão de Claudio caído.

— O que aconteceu aqui? — perguntou Marcos atônito.

— Eu não sei, encontrei ele assim — respondeu Alex.

Cristina chegou em seguida, e assustada com o que estava acontecendo só conseguiu colocar a mão na boca em sinal de total espanto. Marcos apoiou um dos joelhos no chão e segurou a mão esquerda de Claudio para verificar o pulso.

— Ele tá vivo? — perguntou Alex.

— Ele tá respirando — disse Marcos que estava aferindo os sinais vitais de Claudio.

— Alex é melhor você entrar agora. Seu pai e eu cuidamos daqui — Cristina fez um aceno com a mão para que Alex pudesse entrar e logo se virou para o marido — Eu vou chamar uma ambulância.

— Não precisa, ele só tá podre de bêbado — Marcos pegou Claudio pelo braço esquerdo e segurou as costas com o braço direito fazendo força para levanta-lo — me dá uma ajudinha amor — disse quase que pausadamente.

— Eu não quero... fica com o carro — resmungou Claudio numa espécie de sonho gerado pela bebida.

— Ajuda a gente a te ajudar cara — Retrucou Marcos.

Cristina ajudou a levantar o homem grande que era Claudio até que Marcos conseguiu apoio. Agora com um de cada lado segurando os braços e as costas era possível entrar com ele dentro da casa. Com cuidado e dando um passo de cada vez, quase que arrastando-o até a porta, eles conseguiram entrar.

— Meu Deus, tem alguma coisa morta aqui dentro – Cristina falou enquanto fazia uma expressão de nojo e angústia pelo odor fétido que a casa exalava.

— Achei a coisa morta.

Enquanto colocavam Claudio deitado no sofá da sala, Marcos pisou em cima de uma caixa de pizza com alguns pedaços dentro. O mal cheiro subiu imediatamente, provavelmente dos vários pedaços que ali estavam a dias. O chão da sala dividia espaço entre móveis, caixas de pizzas velhas e infindáveis garrafas vazias de bebidas alcoólicas.

— Como alguém consegue chegar nesse estado? — Cristina perguntou enquanto se desviava das garrafas que estavam no chão.

— Nem posso imaginar— Marcos respondeu.

— Vou no quarto pegar um cobertor, esse que tá no sofá tem cheiro de cachorro molhado — disse Cristina.

Marcos pegou as caixas de pizzas espalhadas pelo chão e levou até o saco de lixo da cozinha que estava quase cheio e com um cheiro tão ruim quanto a sala.

Depois de colocarem o vizinho bêbado deitado no sofá e agora coberto com um cobertor limpo, eles fecharam a porta e foram para casa.

— Ele tá bem? — perguntou Alex que estava na escada assim que seus pais entraram.

— Ele vai ficar bem, foi só cachaça além da conta — disse Marcos.

— Filho, não conte nada para o Davi, isso vai deixá-lo mais preocupado e não vai mudar muita coisa — Falou Cristina com um tom de preocupação.

— Sim, eu sei.

Alex subiu a escada em direção ao quarto enquanto seus pais foram para a cozinha. Marcos caminhou até a pia e higienizou as mãos com sabão líquido e água.

— Você devia falar com ele— disse Cristina.

— Amor o Alex vai ficar bem — Falou enquanto pegava a garrafa de café.

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⏰ Última atualização: Sep 06, 2021 ⏰

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