Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos
Sigmund Freud
Alex pegou a camisa de Davi que estava jogada no chão e vestiu rapidamente. Fez um gesto para Davi ficar em silencio total e respondeu sua mãe.
- Que foi mãe?
Jogou a mochila de Davi para debaixo da cama, apontando para ele se esconder lá também. Pegou a cueca e vestiu tão depressa que a usou do lado contrario. Abriu a porta devagar fazendo uma cara de sono para ela que estava em pé na frente da porta.
- Nossa me acordou mãe - disse fingindo um bocejo.
- Claro, eu nunca vi você fechar a porta pra dormir - ela disse entrando no quarto e olhando por alto, sem muita preocupação.
Alex se desesperou ao ver a embalagem da camisinha no pé da cama.
"Meu Deus ela vai ver, eu tô ferrado, vou ser expulso de casa".
- Você viu o Davi hoje? - questionou virando para ele.
- Não.
"ela sabe ou desconfia" pensou aflito.
- O pai dele tá desesperado procurando ele, parece que sumiu sem dar sinal o dia inteiro. Se você souber de alguma coisa me avisa.
- Eu não sei mãe. Ele ficou de vir aqui a tarde mais não apareceu. - estava começando a ficar convincente na mentira - vou ligar pra ele pra ver se me atende.
- O Claudio já tentou, só da caixa postal. Deixa eu avisar pra ele que você não faz ideia. - desceu com pressa preocupada realmente com o paradeiro de Davi.
Alex encostou a porta assim que ela saiu, levou à mão a cabeça e tentou não surtar.
- O que a gente vai fazer agora? - disse Davi saindo debaixo da cama.
- Fala baixo. - aproximou-se de Davi - eu não faço ideia, mas tenho que te tirar daqui.
Davi pegou a mochila, abriu e viu o celular chamar, pela décima vez.
- É ele.
- Não atende - sussurrou Alex.
- Ele tá me procurando.
- Eu sei, mas você já sabe o que vai dizer?
- Não. - a decepção da impotência era óbvia.
- Você não pode dizer que esteve aqui, nem que me viu hoje. - Alex começou a preparar um plano para os tirar daquela situação desesperadora.
- Pode deixa que com meu pai eu me resolvo, eu só preciso sair daqui.
- Tá, eu sei. Me deixa pensar um pouco.
Davi tentou da um beijo nele para tentar acalmá-lo, mas a angustia falou mais alto.
- Para com isso. Não tá vendo na merda que a gente se meteu.
Davi se afastou, não esperava uma resposta tão ríspida.
- Tudo bem, eu vou tentar pular a janela, não é muito alto - disse Davi tristonho.
- Você tá doido? Não faz isso. - deu um abraço nele percebido o qual ríspido foi - me desculpa só tô nervoso.
Davi o abraçou de volta, estava tão feliz que não sentia a mesma angustia de Alex.
- Eu não me arrependo de nada do que houve aqui, e faria tudo de novo.
- Eu também - deu um beijo curto em Davi - eu vou descer pra ver o que tá acontecendo fica aqui calado.
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O Garoto da casa ao lado
Teen FictionAlex é um jovem que despertou um forte sentimento de amor por seu novo vizinho Davi. Entre as loucuras e o cotidiano da vida adolescente, os dois tentam descobrir a melhor maneira de viver esse amor. Nessa jornada vão descobrir sobre o que é amar um...