É real

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A família estava toda na sala de jantar, seu pai como sempre no canto da mesa e sua mãe trazendo os pratos da cozinha.

- Vocês viram os vizinhos novos? - Alex jogou o assunto na mesa.

- Alugaram a casa? - o seu pai perguntou desinformado sobre o assunto.

- Sim - Alex respondeu.

- Eu os vi hoje cedo, parecem ser boas pessoas - disse a sua mãe.

- É, parecem - ele confirmou - Mas o senhor é meio esquisito.

- Por que acha isso? - sua mãe perguntou curiosa.

- Ah, ele tava usando camisa social de manga comprida em pleno calor. Além de brega é doido - deu uma pequena risada.

- Vamos parar de falar da vida dos outros? - seu pai questionou sério.

- Todo mundo fala da nossa. A gente só tá alimentando o ciclo - Alex disse com ironia.

Seu pai o olhou firme, já sabia que não era hora da brincadeira. Começaram a comer a lasanha de berinjela que sua mãe fez divinamente bem. O assunto dos vizinhos não voltou à mesa, mas por algum motivo não saiu de sua cabeça.

Terminou de jantar e subiu para o quarto, ainda tinha um trabalho de história para completar. Sentou em frente ao computador e começou a pesquisar. O trabalho era sobre a segunda guerra mundial, as perspectivas do povo alemão sobre o terceiro Reich. Quarenta minutos de trabalho e já começou a voltar em sua cabeça os pensamentos sobre o seu novo vizinho. Definitivamente ele mexeu com Alex, que já havia gostado de outros garotos, mas nunca tão rápido quanto esse.

Resolveu abandonar o trabalho um pouco e espionar a casa ao lado. Sua janela dava de frente para um dos quartos da casa. Se posicionou estrategicamente, mas nada pode observar, as janelas estavam fechadas apesar das luzes acesas. Quando pensou em desistir da missão de C.S.I, ouviu um barulho vindo dos fundos da casa.

Correu do quarto para a lavanderia de casa, que ficava na parte de cima dos fundos, lá teria uma vista privilegiada. Abriu a janela grande dos fundos e recebeu seu prêmio, lá estava ele, o vizinho novo do qual nem o nome ele sabia. Estava sem camisa e usando uma bermuda Tactel preta, dava socos em um saco de areia, seguidos de chutes, parecia está treinando uma luta específica. Seus músculos eram muito bem desenhando para sua provável idade, agora Alex sabia o porquê.

- Alex?

Ele bateu a cabeça na janela com o susto da voz de sua mãe.

- Nossa - reclamou da dor.

- O que faz aqui, nesse escuro? - ela questionou.

- Vim pegar um ar fresco.

Foi direto para o quarto com a mão na cabeça e a lembrança do que viu.



Se gostaram não esqueçam de curtir e colocar na biblioteca de vocês.

Tudo aqui é feito com muito carinho pra vocês "

- SF Muniz

O Garoto da casa ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora