Capítulo Treze

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Eles entraram no quarto e Annya ascendeu as velas para iluminar o local.

Pelo menos é uma cama de casal. A garota pensou.

Uma cama de casal, um armário de madeira, uma janela para a rua e os telhados de outras casas, uma mesinha redonda com duas cadeiras e uma porta para o banheiro.

As bolsas foram para a cama. Annya tirou o cinto com as pistolas prendeu os cabelos em um rabo de cavalo alto.

- Arhg nunca odiei tanto uma águia.- Annya se aproximou do garoto e o ajudou a tirar o sobretudo. Havia três arranhões no ante braço.

- Vá tomar um banho, lavar o ferimento com água corrente.- a menina disse segurando o sobretudo.

- Tudo bem, depois eu cuido desses ferimentos

- Não. Eu cuido.- ele a olhou.- Além do mais você se machucou por minha culpa.

- Não foi a primeira vez que eu cai de um cavalo.

- Mas já foi atacado por uma águia e enforcado por uma corda feita de água?

- Tudo tem uma primeira vez.- a garota riu fraco, Dante pegou roupas da sua bolsa e entrou no banheiro fechando a porta.

A garota arrumou as pastas vendo se os desenhos foram estragados, mas nada sofreu dano. Annya decidiu que escreveria para os seus pais e enviaria a carta antes de sair dessa cidade.

A senhora bateu na porta do quarto e entregou um kit com materiais para os ferimentos de Dante, ela disse que iria trazer o jantar logo.

A garota agradeceu e fechou a porta.

O garoto abriu a porta do banheiro fazendo uma expressão de dor, os ferimentos estavam limpos mas agora bem visíveis. Annya o olhou e engoliu a seco, rezava para não estar corada.

Dante estava com os cabelos vermelhos molhados, sem camisa, com uma calça normal e descalço.

- Fique aí mesmo, a luz é melhor.- o garoto assentiu, devagar ele se sentou no espaço perto da pia de mármore. Annya entrou no banheiro e ele estava abafado, o espelho coberto por água do vapor do banho.

Ele tinha um ferimento no rosto, um no braço e um na barriga. Anastasia colocou a caixa de madeira na pia e abriu a mesma pegando um pano e uma pasta de ervas verdes.

- Pelo menos nenhum é profundo.- a garota disse enfiando uma ponta do pano na pasta.

- Mas ainda dói. Aquelas ervas de Luca seriam úteis agora.- ele contraiu a barriga e resmungou de dor com o primeiro toque do pano na ferida da barriga.

- Desculpa.- Annya disse tentando passar o mais devagar possível. Ela tentava não olhar o tronco do garoto, um porte magro mas com os músculos definidos.

- Tudo bem, aliás, eu que te sequestrei primeiro. Eu que peço desculpas.- a garota sorriu de lado.- Aquilo que você fez...foi incrível, eu nunca tinha visto aquilo.

A garota molhou os lábios.

- Eu não sabia que eu podia fazer aquilo.- ela cortou um pedaço de esparadrapo para colocar em cima da ferida.

- Você controla as sombra, não é?

- Eu tento...elas não me obedecem, uma bruxa disse que elas estão me testando, porque eu já tenho idade para assumir o cargo da minha mãe.

- E você não quer ele?- Annya terminou o ferimento na barriga e começou a passar a pomada no do braço, o garoto se segurava para não resmungar de dor, não queria preocupar Annya.

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