Capítulo Dezoito

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- Como está minha afilhada?- Liand perguntou as sombras, a bruxa terminava de mexer seu chá.

- Bem, minha deusa. Ela já descobriu que Dante é príncipe Daniel.

- É mesmo? Me pergunto se ela vai me apresentar a ele, um príncipe corsário.- ela riu fraco e bebeu o chá, a cabana transmitia um calor agradável.

- Eles chegaram logo em Athennias. A senhora acha que Anastasia conseguirá?

- Sei do potencial dela, ela tem meus poderes igual a mãe. Mas ela teve mais treinamento que Isabel, foi treinada desde pequena.

- Você acha que tem a possibilidade dela quebrar sua maldição?- a bruxa abaixou a xícara e olhou para o líquido amarronzado com aroma de canela.

- Não, ela poderá abrir um espaço mas quebrar totalmente não. Ela teria que absorver para quebrar por completo, iria...iria matá-la se fizesse isso.- engoliu a seco.- A maldição foi feita com raiva e ódio, sentimentos pesados que sobrecarregam as trevas, nem eu mesma sei quebrar a maldição.

- Anastasia iria morrer?

- Talvez sim, talvez não, não sei quais seriam as consequências.- colocou a xícara na mesa.- E William e Isabel?- disse para trocar logo de assunto, não queria pensar na possibilidade de Anastasia morrer.

- Vivos e bem, passaram por uma longa tempestade, sofreram perdas de botes e uma vela, mas todos estão vivos.

- Onde eles estão?- perguntou preocupada.

- Em uma cidadezinha no litoral de Portugal, estão reconstruído a vela e ajeitando o navio.

- Eles sabem de Annya?

- Sim, senhora. Eles receberam uma carta da garota, estão preocupados ainda mas aliviados que ela está viva.

- Muito bem. Pode ir, continue espionando.

- Sim, minha deusa.- as sombras sumiram da cabana.

Morgana se sentou na cadeira perto da janela do seu quarto, a mulher viveu a milênios mas nunca se sentia cansada. Perdeu amigos, companheiros e seu amor, mas ao longo dos anos foi ganhando novos amigos.

Ela achava os céus entediantes, por isso ficava na terra em corpo humano, a terra era mais emocionante.

A mulher pegou uma caixinha de madeira e abriu a mesma, nela tinha seus pertences matérias mais preciosos. A primeira concha que existiu, a primeira rosa e lírio conservados em magia, algumas joias com valor sentimental.

Liand afastou os objetos e pegou do fundo um papel mais grosso em formato quadrado, tinha tomado a coloração meio amarelada mas ainda estava conservado.

Era a fotografia de seu tempo em Athennia, a única coisa que levou com sigo depois que saiu daquela ilha.

Ela sorria enquanto abraçava o pescoço do marido, ele com os braços na sua cintura, atrás havia a casa deles, seu marido não olhava para a frente, olhava para ela.

No fundo da caixa, Liand também tirou sua aliança conservada com magia, era de ouro com detalhes em bronze.

Eram memórias dolorosas que a deusa gostava de relembrar, já tinha chorado o suficiente, mas gostava de relembrar de como era a sensação de ter uma vida normal durante alguns anos.

Ela guardou tudo na caixa e escondeu em seu armário, a bruxa fechou a porta do quarto e desceu para o segundo andar.

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