Capítulo Dezenove

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Eram as primeiras horas do dia quando a ilha foi avistada.

Athennia. Annya pensou.

Era enorme, dava para ver a praia mas depois dela um paredão de sombras que cobria a ilha toda, ele era mais alto que o navio e as sombras se mexiam, parecia até uma nuvem preta e densa cobrindo tudo.

A garota engoliu a seco e se perguntou se conseguiriam abrir um espaço no meio daquele paredão, ela ainda não acreditava que a lenda era real, o que significava que essas trevas eram sombras puras do poder da deusa.

Anastasia saiu dos seus pensamentos com gritaria de comando vindo do convés principal.

O plano era abrir um espaço e deixar aberto, explorar o reino para garantir que as invenções existem e estão intactas, navios da marinha da Inglaterra já estavam a caminho para transportar as invenções.

Annya apertou o rabo de cavalo, a garota usava uma blusa branca, um colete vermelho, o cinto com suas pistolas, calças e botas marrons escuras junto com o sobretudo.

Ela se aproximou do convés principal onde parte da tripulação estava, os botes já estavam no mar. Aos poucos os piratas desciam por meio de cordas até eles.

Dante já havia descido e ido no primeiro, os dois trocaram poucas palavras naquela manhã, o capitão estava muito ocupado dando ordens, a garota ficou na sua cabine testando seus poderes.

Anastasia desceu pela corda, com cuidado para não cair no mar e colocou os pés no bote onde tinha Emma, Windson e outros piratas.

Eles começaram a remar na direção da praia.

Quanto mais se aproximavam, mais parecia que aquele paredão assustava Annya, porém ao mesmo tempo a chamava, não gritavam seu nome mas era como se tivessem amarrado uma corda em seu corpo e a puxassem.

- Annya?- a garota saiu de seus pensamentos com Emma chamando, a contramestre estava sentada na sua frente.- Você está bem?

- Estou.- disse.

- E ainda mais assustador de perto.- Windson disse ajeitando o óculos enquanto olhava para frente.

O bote chegou a praia, as botas de Anastasia tocaram a areia, o paredão era gigante, talvez maior que um palácio.

Dante assoviou e todos se juntaram, Annya foi para frente, para o lado do corsário.

- Se eu estou certo, aqui era o Porto.- olhou Annya.- É todo seu agora.

- Vou ver se consigo.- Daniel se aproximou do ouvido de Annya.

- Você consegue.- ele se afastou ficando dois passos atrás da garota.

Anastasia soltou o ar do pulmão, a garota olhou o paredão na sua frente, levantou as mãos para frente e se concentrou.

As sombras se mexeram, alguns piratas deram passos para trás com medo. Annya colocou mais força e ele começou a se abrir.

Aos poucos, as trevas iam se afastando para os lados e dava para ver a cidade, alguns piratas já ficavam animados.

Annya abaixou as mãos e respirava ofegante, agora havia um espaço grande entre o paredão. Dante foi para o lado de Anastasia.

- Você está bem?

- Estou.- a garota disse regulando sua respiração.

- Então vamos.- ele fez um sinal para os piratas e eles atravessaram pelo espaço livre.

Era um reino como todos os outros, mas estava vazio, completamente vazio. Não havia nem esqueletos das pessoas, era como se elas mesma tivessem virado sombras.

Sombras cobriam o céu mas alguns raios de sol atravessavam por elas e iluminavam mais ou menos o caminho. Alguns piratas andavam com lampiões nas mãos.

O grupo andou procurando algum lugar que poderia estar guardadas algumas invenções, eles tinham até o anoitecer para localizar o máximo de invenções que achassem.

Dante dividiu a tripulação e todos se separaram em grupos procurando, o capitão confiava em sua tripulação, todos já trabalhavam juntos a anos e tinham total lealdade.

- O que é isso?- Annya perguntou apontando para os dois ferros presos no chão junto com alguns pedaços de madeira na horizontal, Dante parou ao seu lado observando também e aproximou o lampião que estava na sua mão.

- Não faço ideia.

- Olhem!- Windson apontou, os dois olharam e havia algo mais na frente. Eles correram até o objeto que estava em cima dos ferros, havia o que parecia ser uma carruagem feita de ferro e metais.- É um vagão de trem.

- Trem?- a dúvida de Annya foi esqueci porque o homem entrou na carruagem de metal, havia apenas um vagão, aparentemente era um dos meios de transporte de Athennias.

Daniel subiu e estendeu a mão livre ajudando Annya, a garota entrou, havia espaços abertos nas paredes para servir de janelas, também tinha bancos.

Windson se sentou na frente onde tinha alguns botões, uma portinha, algumas alavancas e um espaço aberto para enxergar o caminho.

- Ainda tem carvão, como faremos fogo?- disse abrindo a portinha.

Daniel pegou uma pedra da rua e tirou sua espada do cinto, o pirata afiou a mesma perto da portinha e aos poucos as faíscas ascendiam o carvão.

- Se sentem.- Annya se sentou com medo, Daniel guardou a espado no cinto e se sentou ao lado da garota, a luz do lampião iluminava seus rostos, a luz do sol se intercalava entre ficar forte e fraca por causa da movimentação das sombras.

- Você sabe pilotar isso?- Daniel perguntou.

- Já li em alguns diários.- disse apertando alguns botões, a máquina fez barulho e a garota ficou com medo.

- O que está acontecendo?- Anastasia perguntou.

- Vamos nos movimentar mais rápido.- Windson disse e puxou uma alavanca, o tal vagão começou a se mexer. Annya com medo segurou o braço de Daniel, o garoto estava surpreso pelo o que acontecia, sua curiosidade de como o tal vagão funcionava era grande.

O vagão começou a andar controlado por Windson.

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