"Nunca mais" e "outra vez".

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[N/A: Olha eu aqui de novo! Queria agradecer muitooooo pelo carinho no último capítulo, e em toda essa história! Espero que curtam este! Amo vocês!]

"Não me diga que está grávida!" Pepper disse.

Nat rolou os olhos, mas sorriu para a amiga.

"Não. Não é nada disso. É algo que deveria ter contado antes, mas... Tive vergonha, não quis tocar no assunto. Enfim."

Maria abraçou uma almofada e tomou um longo gole de vinho. Nat começou pelo começo - as pequenas demonstrações de ciúmes, a vontade de ter um filho com ela a qualquer custo, os comentários a respeito da aparente infertilidade dela - até as primeiras agressões. Contou que no começo, ele tentava se justificar e pedir desculpas, dizer que não ia mais acontecer; depois, começou a dizer que é porque ela provocava, e era difícil de lidar. Começou a dizer que ninguém que não fosse ele ia querer se casar com ela - que ela era difícil de amar e impossível de conviver, mas ele fazia um sacrifício.

Contou das traições infinitas, que as amigas já sabiam. E por fim, contou do último episódio. Ao fim de tudo, chorava copiosamente, como nunca tinha chorado contando aquela história para ninguém - bem, até porque não tinha contado. Quem sabia, sabia porque viu, e não porque ela contou.

Disse também que tinha feito tudo que era possível, que ele tinha sido preso e devia uma indenização, e que queria seguir em frente de tudo aquilo, por isso estava contando.

Ao fim, Carol e Pepper estavam chorando junto com ela, e Maria tinha os olhos úmidos.

"Nós te amamos, Nat." Carol disse, abraçando a amiga e dando um beijo na bochecha dela.

"E agradecemos por você ter contado." Pepper complementou.

"Eu realmente só quero sair desse momento da minha vida, e não consigo sozinha." Nat disse, abraçando as duas amigas ao mesmo tempo.

"Achou um terapeuta que gostou?" Maria perguntou.

"Achei dois fortes candidatos. Acho que logo consigo me decidir."

Hill se juntou ao abraço, e Nat se sentiu subitamente muito amada. Não que não soubesse, mas se sentir acolhida daquela forma era tudo o que precisava naquela hora. Acabaram não falando sobre Steve. No fim de tudo, Carol a puxou para si em um abraço.

"Ele está bem. Lucy falou com você?"

Nat fez que sim com a cabeça.

"Mencionou. Disse que ele está trabalhando em algo?"

Carol deu de ombros.

"Ele sempre gostou de escrever, talvez esteja fazendo um livro... ou roteiro. Quem sabe."

"Podia fazer isso aqui." ela sorriu triste.

"Se for ajudá-lo a se resolver, eu super apoio. E obrigada por contar, Nat. Não é nada fácil, mas vai melhorar, prometo."

As duas se abraçaram e Nat voltou para casa em seguida, já que Carol estava caindo de sono. Pepper também a abraçou, e disse que estaria sempre ali quando ela precisasse de qualquer coisa. Maria apenas sorriu. Nat sabia desde que tudo tinha acontecido que podia contar com ela em qualquer situação.

Quando chegou em casa, foi tomar banho. Tinha sido uma péssima ideia beber aquele monte de vinho com o tanto que estava vomitando. Prometeu a si mesma que quando as coisas melhorassem, faria uma endoscopia.

O que quer que "as coisas" e "melhorassem" significassem.

Definitivamente, não foi o que aconteceu na semana que se seguiu. Melina apresentava um declínio acelerado da doença. Quando foram para a Rússia, ela estava iniciando um estágio moderado. Tinha dificuldades em reconhecê-los, e às vezes se perdia na própria casa, mas ainda conseguia fazer muitas coisas sozinha. Até mesmo tricotava, e querendo ou não, se lembrava de várias coisas do passado. A mantinha que ela tinha começado a fazer para Maya estava pela metade.

Starboy - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora