Saturn

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[N/A: eeeee estamos nos aproximando do fim! Devemos ter mais uns dez capítulos pela frente! Obrigada, obrigada e obrigada pelo carinho e pelo apoio, e espero que curtam mais esse pedacinho!]

Passava das onze da noite. Steve dirigia em uma estrada escura, e estava próximo de Grand Junction, no Colorado. Ainda faltavam quase doze horas para chegar a Los Angeles, mas precisava dormir. Tinha dirigido aquele dia inteiro, e naquele momento, estava há seis horas direto no volante. Precisava descansar urgentemente. Sentia como se tivesse areia nos olhos, e as luzes azuladas do painel começavam a incomodá-lo.

Viu uma grande placa simpática que sinalizava uma entrada para um hotel dali a dois quilômetros. Esperava ter sorte; os anteriores não eram nada inspiradores. Ou pareciam sujos, ou perigosos, ou simplesmente completas cenas de crime. Este, por outro lado, tinha uma pintura salmão e pequenas varandas, com grades bem pintadas. A garagem também era guardada por um portão, cuja placa dizia ser fechado após a meia-noite. Entrou e estacionou, pegando do carro apenas a mochila, que continha poucas mudas de roupa, o carregador de celular e o caderno. Os demais pertences estavam todos no porta-malas.

Foi cumprimentado por um senhor simpático na recepção, que não olhou duas vezes para o rosto dele após ver a identidade, e deu um quarto legalzinho. Subiu um lance de escadas pelo pátio externo e caminhou em um longo corredor. Não havia nenhum som vindo dos quartos; a maioria estava vazia. Um ou outro deixava passar a luz azulada dos televisores. Ao chegar ao aposento 136, Steve viu uma cama com lençóis claros; uma janela grande. O banheiro tinha azulejos velhos, mas era muito limpo. Seria uma noite agradável.

Após tomar banho e escovar os dentes, ele se jogou na cama, exausto. Tinha prometido a si mesmo que ia cortar o cabelo e se barbear antes de chegar a Los Angeles, mas estava com muito sono.

Até ali, estava viajando há mais ou menos três dias. Dirigia quatro horas, parava por 30 minutos. Depois de doze horas, parava para dormir.

Pensou naqueles dias de viagem. Pensou no roteiro levemente baseado na vida do irmão que tinha acabado de escrever. Achava que ainda faltava alguma coisa, mas não conseguia pensar naquele estado.

Dormiu como uma pedra, e no dia seguinte, apenas tomou outro banho, escovou os dentes e pôs uma roupa limpa. Pensou em fazer checkout sem comer nada, mas o estômago reclamou de fome. Afinal, a última vez que tinha comido algo tinha sido às quatro da tarde do dia anterior.

Pediu para fechar a conta. Quem estava no balcão dessa vez era uma senhora, talvez a esposa do homem que o tinha atendido na noite anterior; e ela sim o reconheceu, mas não fez nenhum comentário.

Steve escolheu uma mesa próximo à janela e pegou uma xícara de café e um croissant. Não era o melhor café da manhã que já tinha tomado na vida, mas definitivamente, era o melhor daquela viagem. As toalhas xadrez eram limpinhas, apesar das manchas do tempo, e ele se lembraria daquele lugar.

Não que planejasse fazer outra viagem daquelas; não de carro, pelo menos.

Tinha acabado de adoçar a segunda xícara de café enquanto olhava para a TV sem prestar atenção de verdade. Passava um daqueles programas que falavam da vida de famosos, em que duas ou três pessoas ficavam sentadas com fichas na mão em um sofá de cor duvidosa. Steve riu para si mesmo, sarcástico. Escapava à compreensão dele alguém realmente dar audiência para aquilo.

Parou com a xícara a meio caminho da boca quando viu uma foto de Melina enquanto as apresentadoras falavam.

A legenda dizia "Morre aos cinquenta e seis anos a figurinista Melina Vostokova."

Steve ficou mais de dois minutos encarando a tela da TV. Ela estava doente, mas quando ele saiu, não estava tão mal... Será que tinha evoluído tão rápido? Nada mencionava a causa da morte.

Starboy - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora