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boa leitura

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[...]

Type

Me mexo na minha cama devagar, meu corpo estava completamente dolorido, me lembro de ter ido para o hospital, abro os olhos devagar.

— Aii, minha cabeça — reclamo voltando a me deitar, mas quando estava quase dormindo é que sinto algo agarrar a minha cintura. Abro os olhos imediatamente, a cama era para agarrar?

Me afasto e me viro para ver quem era o invasor do meu quarto. Por incrível que pareça, não era algo que eu estivesse animado, mas quando vejo um corpo branco, os cabelos muito bagunçados e um cheiro forte de café com morangos que exalava de meu quarto, fez com que eu travasse no mesmo lugar e saísse praticamente correndo.

Prendo a minha respiração, assustado com o que poderia ter acontecido ali.

Será que eu fui abusado? Será que o Tharn me seduziu? Aproveitou que eu estava doente? Devo ligar para a polícia e dizer isso?

Seria o certo, ne?

Depois de procurar muito, acho o meu celular e fico um tempo decidindo para quem ligar primeiro, para o Mild, mas quando vejo a data.

Isso tá errado, hoje não é 26, hoje é 23. Esse celular tá doido ou eu tô no futuro, fui teletransportado, foi isso.

Coloco a mão em minha boca, tampando-a, nervoso.

E nesse futuro, eu fico com o Tharn? Fico... isso é muito forte, "ficar com o Tharn", não gosto nem da ideia de morar no mesmo apartamento que ele.

Mordo o lábio para não rir, Tharn se mexe do meu lado, me olha parecendo estar perdido, mas não parecia estar tão dolorido como eu estava, mas todas as marcas roxas em seu corpo mostravam que talvez algo tivesse acontecido.

— Errou o quarto e veio parar no meu?! — reclamo e ele respira fundo.

— Você quem me forçou a ficar aqui e agora está agindo assim — Tharn fala e sai da cama. Ele estava vestindo uma calça e eu olho ao redor tentando entender o que tinha acontecido. Ele anda até a minha varanda e abre as cortinas que bloqueavam a entrada do sol em meu quarto e abre a porta de vidro que tinha ali para que toda aquela mistura de feromônios fosse embora.

PERA AÍÍ, FEROMÔNIOS, NÃO... NÃO... NÃO.

— A GENTE... — fico em pé na cama nervoso, o lençol que cobria o meu corpo cai e noto que eu estava nu, Tharn nem estava olhando para mim, pego o lençol cobrindo o meu corpo.

— Type, não grite essas horas, faz mal. Foi culpa sua, você queria, além do mais você entrou no Cio e começou a se machucar, eu só queria te ajudar, então aconteceu. Agora para de drama, que não vi você reclamando nesses 3 dias, sem deixar eu parar dois segundos —diz. — e o doutor Tul disse para você ir ver ele.

Eu morri, eu tô no inferno. Eu... dormi com o Tharn... eu... eu não fiz isso, não fiz isso... não fiz isso.

Saio do quarto e corro para o banheiro, me encosto na porta sentado no chão, precisava pensar.

Precisava lembrar. Por que eu não lembro de nada, por que não lembro? Preciso me lembrar da minha humilhação.

Respiro fundo e tomo um banho bastante demorado, estava tentando tirar o cheiro daquele Alfa do meu corpo, mas parecia impossível. Me seco e visto meu roupão, ando para o meu quarto que já estava limpo.

Acho que o Tharn limpou.

Me visto, mas quando paro em frente ao espelho checando o meu pescoço, respiro aliviado por não ver nenhuma marca ali.

— Menos mal, já não lembro mesmo, nem tem problema. Fingir que nada aconteceu — respiro fundo e saio do quarto desconfiado, vou até a cozinha para preparar algo que pudesse comer, mas quando vejo a mesa posta com tanta coisa, eu olho para o Tharn.

— Pra que tudo isso? — pergunto ao Tharn, que estava falando ao telefone, assim que ele desliga, vem até mim.

— Gosto da ideia de cuidar do meu Ômega — ele diz simples e direto.

— Não sou seu Ômega — falo sentindo minhas orelhas esquentarem e vou me sentar encabulado. Realmente começo a comer, é melhor manter a minha boca ocupada do que prestar atenção no que o Tharn está falando.

Escuto a risada dele e logo ele se senta, olho para qualquer coisa, menos para o Tharn, é mais seguro.

Óbvio que não estou com medo.

Só não quero olhar para ele, tem algum problema fazer isso? Nenhum, eu só não quero ficar perdendo a paciência vendo o rosto do Tharn, não faz bem para minha saúde mental.

Esse Alfa metido a besta, "cuidar do seu Ômega", "seu Ômega" minha bunda. Nunca vou ser seu Ômega e não costumo voltar atrás da minha palavra.

Nunca.

Sinto o toque do Tharn em meu rosto, começo a me engasgar com o suco que eu tomava e finalmente olho para ele, ele estava com um sorriso divertido.

— O que está fazendo? — pergunto rápido e ele sorri.

— Você é mesmo um bebê, se sujando para comer — ele diz e eu mordo o meu lábio.

— E daí? Não se mete na minha vida, já disse isso. Esqueceu que eu estou com alguém? — falo e o olhar do Tharn muda em poucos segundos, mas logo estava do mesmo jeito divertido. — Por que está me olhando assim?

— Por que sei que você está com alguém — ele diz e um sorriso convencido aparece em seu rosto.

— Se sabe, por que ainda está me tratando assim? Fique longe de mim e não tente cuidar da minha vida — falo e agora quem estava com um sorriso vitorioso era eu, mas mesmo assim ele continuava sorrindo. Ele se levanta e vem até mim, passando a mão em meu rosto.

— Eu sei. — sorri e se abaixa na minha altura. — Eu tenho que cuidar de você. Afinal, eu sou o seu namorado — ele diz calmamente. — e eu gosto da ideia de cuidar do meu crush.

Talvez eu tenha morrido neste momento. 

Inimigos Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora