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Type

Me manter calmo neste momento está sendo uma tarefa muito difícil. Tudo bem que eu errei, passei um ano longe dele, mas, agora, com ele sentado na minha frente e claramente incomodado com algo que o Long falou, sinto vontade de esganar ele.

Fico em pé não aguentando mais e bato minha mão na mesa, assustando todos que estavam ali meio bêbados.

— Você, vou te dar um aviso, — aponto para o Long irritado. — fique longe do MEU Alfa — digo e todos me olham atônitos, vou até o Tharn que parecia estar aéreo, pego o braço dele, puxando-o e o tiro de perto do Long.

— Ei! Ele é meu namorado — Long diz e bufo puxando o Tharn para longe dele, já que queria ser chiclete e não sair de perto do meu Alfa. O Long tentava se aproximar do Tharn ficando na frente dele, o Champ e o Techno estavam em pé.

— E daí? Não está me parecendo que ele é o seu namorado, ele está tão incomodado com sua presença. Se contente com o pouco que você teve, Long e entenda uma coisa, antes que eu quebre a sua cara. — digo e empurro Long para mais longe de nós dois. Paciência não era muito bem o meu forte. — Ele é o meu Alfa, entenda, é a porra do meu Alfa. Se contente com as migalhas que ele te deu e pode ter certeza que com você ele não fica.

— Você perdeu sua chance a muito tempo, Type, acha mesmo que ele vai perdoar você? — Long estava tentando me provocar, só pode. Estreito os olhos para ele.

— Isso é assunto meu e dele, não seu, sua jararaca falsificada — digo e ele me olha irritado tentando avançar para cima de mim. Eu estava preparado para quebrar essa cara dele. Acha mesmo que vou sair por baixo?!

Aguentei ele se esfregando no meu Alfa a noite toda, aguentei ele beijar a boca dele, mas cansei dele falando coisa que não sabe.

— Ele nunca vai te querer de volta — Long tinha um sorriso vitorioso no rosto quando pegou uma garrafa para quebrar em mim, mas antes mesmo de ele fazer qualquer coisa, eu e o Tharn seguramos a mão do Long, por puro reflexo. Eu tiro aquilo da mão dele.

— Você é tão baixo, acha mesmo que vai me matar? — provoco quase que em um sussurro. Eu ia pra cima dele, mas mãos fortes seguraram a minha cintura com firmeza e minhas costas bateram contra o peito de alguém. O cheiro de café chega às minhas narinas, pisco várias vezes surpreso por ele estar tão perto de mim.

Só que toda a minha surpresa cai por terra quando ele me tira do chão tão rápido que me pergunto se sou pesado, já que ele me carrega como se eu não pesasse nada.

— Tharn — reclamo e tento bater nele, mas ele me segura com certa firmeza e me joga em seus ombros.

— Um aviso — ele diz em um sussurro. Só agora noto que todos estavam olhando para a gente, até a música tinha parado. Fico vermelho de vergonha, sinto vontade de me esconder nas roupas do Tharn, mas meu sangue deve estar na cabeça — nunca mais... — ele se aproxima do Long e eu tento fazer o possível para enxergar.

— Pera aííí, deixa eu ver desgraça. Não quero ficar vendo a sua bunda gostosa, quero ver a cara da jararaca falsificada com o que você vai dizer — começo a reclamar e me assusto ao notar que falei isso em voz alta. Isso faz o Tharn rir de um jeito que faz com que me arrepie completamente.

Ele me puxa, faz com que eu desça por seu corpo, fico vermelho na hora por estamos tão perto. Agora, em vez de me jogar como um saco de batatas em seu ombro, ele me pega no colo no estilo noiva.

— Agora consegue ver? — ele me pergunta e eu fico com muita vergonha para poder falar alguma coisa.

— Fala sério, Tharn! Você vai mesmo perdoar esse daí? — Long continua e eu bufo irritado. Tento sair do colo do Tharn para dar uns bons tapas no rosto desse daí.

— O que eu faço é da minha conta, não dá sua, já te expliquei o que tínhamos. Já vou, que a noite já deu tudo que tinha que dar. — ele diz e tento sair do colo dele, mas ele me segura com mais firmeza. — E você, fique quietinho, antes que eu te coloque em meus joelhos e bata na sua bunda por ser tão teimoso e desobediente — diz. Eu bufo revirando os olhos, ele me coloca no chão e me levanto.

Paramos em frente a uma BMW branca, ele abre a porta e me obriga a entrar, cruzo os braços emburrado, fingindo não ver nada, ele passa o cinto e prende, dá a volta e entra.

— Aonde tá me levando? Não vou a lugar nenhum com você — digo fazendo beiço e ele me olha, mas logo volta a olhar para a estrada, ele tinha um sorriso divertido no rosto.

Ele estar tão perto de mim depois de tanto tempo me deixa ansioso e com medo, propenso a dizer coisas que não devia, de falar besteira.

Chegamos ao prédio do apartamento, quase morro do coração ao notar que ele ainda tem o cartão de acesso, ele sai do carro e acompanho ele calado.

Ele entra no apartamento e passa um tempo olhando ao redor, eu tento fugir dele de uma forma nada sutil.

— Type, a gente precisa conversar — ele diz sério e eu mordo o meu lábio. Viro para ele.

— Eu... — olho para ele parecendo um idiota. — Desculpa por bater no seu namorado, eu não tinha o direito, eu... — antes que eu terminasse de falar, ele me beija. Demoro um pouco para processar tudo que estava acontecendo, mas quando as mãos dele passam em volta da minha cintura, eu finalmente acordo e começo a retribuir o beijo. Passo os braços ao redor do seu pescoço com as mãos entre os fios, para aprofundar o beijo.

Meu coração... dói por estar batendo tão forte...

Meu Alfa está aqui. 

Inimigos Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora