Inimigos Do Amor

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Ignorar o Tharn, este é meu plano, sempre foi, mas ele vive na minha cola dizendo que precisa cuidar de mim. Quantas vezes tenho que dizer que eu não preciso que ele cuide de mim?

Fui no Tul, ele me passou alguns medicamentos para tomar enquanto estava com um sorrisinho vitorioso no rosto.

Chego em casa, ando até o meu quarto, ignoro o Tharn que estava sentado no sofá me observando, saio do quarto e me sento do lado dele.

— Ok, dá pra parar de agir como se fosse um... — tento encontrar algo para falar, mas não encontrava uma boa palavra que descrevesse o que o Tharn está fazendo.

— Ah, não é só você que está chateado, eu também estou — ele diz e estava fazendo beiço, eu olho para aquele ser em minha frente fazendo beiço parecia estar louco, só pode.

— Tharn, entenda o seguinte: eu que estou com raiva aqui — falo, mas parecia impossível falar com aquele ser que estava emburrado. Ele se acha uma criança, não é possível alguém ser assim.

— Eu estou chateado. Você só me usou e nem lembra de mim, você prometeu que seria só meu e tá por aí jogando o seu charme para outras pessoas — ele diz e eu arqueio a sobrancelha.

— Eu não disse isso. — respondo e ele suspira, pondo a almofada que abraçava de lado e vem até a minha direção. — O que está fazendo?

— Eu vou te comer — ele diz e logo está em cima de mim, bufo e tento sair, mas ele me mantém preso, deixo minha mão no peito dele impedindo que ele se aproxime de mim.

— Tharn, nem sonhe — digo e ele está sorrindo, dando um selinho, me abraça, jogando todo o seu peso em meu corpo, faço beiço quando ele se aconchega em meu corpo.

— Você é muito bebê — Tharn diz e respiro fundo.

— E você tá se tornando cada dia mais insuportável! — digo e ele ri, tento afastá-lo de mim, mas estava sendo uma missão impossível. Esse cara não me larga. — Tharn, me soltaaa! — reclamo e ele sorri, começando a distribuir beijos pelo meu rosto.

— Sabia que eu gosto tanto de você?! — ele diz e finalmente fico quieto, olho para ele tentando me acalmar. — Não precisa ficar tenso, eu vou fazer você me amar tanto, que você vai chorar de tanto amor e tudo mais. — ele beija o meu queixo. — Vou lhe dar muito amor e carinho até lá, aguentar seu jeito bipolar louco e nem um pouco gentil.

— Eiii — reclamo e ele ri.

— Eu te amo, mas tenho que falar a verdade, você assusta qualquer um — ele me dá outro selinho e mais outros, até que finalmente junta os nossos lábios, mesmo que sem querer, começo a retribuir o beijo dele. Ele para quando precisamos respirar, meu rosto estava vermelho, empurro ele, que sai de cima de mim, me sento e ele estava com um sorriso.

— Tudo bem, eu espero — ele ri.

— Eu não vou cair no seu charme barato — ele se levanta e olha para mim.

— Você já caiu — ele diz e pisca para mim quando sai, eu respiro fundo.

Esse... esse... esse... filho de uma...

Não acredito que ele fez isso, ele tá achando que eu sou o que? Eu vou matar ele, jogar ele da varanda, isso que eu vou fazer.

Praticamente corro para a varanda que tinha ali na sala e me sento em uma das poltronas, realmente precisava pensar ou fazer alguma coisa. Não posso pensar nele, não posso.

Eu não gosto dele, ele só está sendo convencido demais, é isso que está acontecendo. Nunca vai acontecer nada entre a gente, vou me manter bem distante.

Respiro fundo e decido ir lavar as minhas roupas, coloco-as na máquina e noto que os lençóis que estavam antes no meu quarto já estavam ali, limpos e dobrados. Toco neles e sinto minha respiração pesar.

— O que está acontecendo comigo? Por que olhar para a porcaria de um lençol me deixa feliz? — falo sozinho e pego aqueles lençóis para guardar enquanto minha roupa batia na máquina.

Começo a arrumar a casa. Estava fazendo faxina, precisava pensar e por isso, estava me ocupando. Na verdade, creio que não estava pensando em nada realmente, só estava me distraindo passando o tempo.

— O que está fazendo? — Tharn pergunta e olha para mim perdido — quer ajuda?

— Sim, você fica com os quartos, arrume tudo. — digo e ele me olha com certa preguiça. — Vai logo! — empurro ele, que sai emburrado para arrumar os quartos e o banheiro.

Terminamos depois de muito tempo, quando já estava anoitecendo.

Tharn estava de banho tomado, já eu estava preparando o café para a gente. Por que? Eu não faço ideia.

Assim que termino de preparar, arrumo a mesa e vou tomar um banho. Volto já vestido com uma bermuda de algodão e uma camisa regata, me sento e o Tharn logo estava ao meu lado.

— A gente parece um casal recém casado — Tharn comenta e respiro fundo.

— Prefere ficar sem comer pela eternidade? — reclamo e ele ri.

— Eu sei que você me ama e fica fazendo charminho, pode continuar, por enquanto vou deixar — ele diz e eu bufo.

— Você anda muito... rapidinho — digo e ele ri olhando para mim de uma forma divertida.

— Rapidinho? Eu estou sendo direto, porque o meu Ômega é muito difícil e se eu ficar enrolando, dando indiretas, acho que você fingiria demência. Já está fingindo assim, imagina se eu fosse indireto.

— Você tá querendo dizer o que? — pergunto baixo e ele sorri.

— Estou dizendo que eu estou dando em cima de você, — diz. — estou dizendo que eu tô paquerando você, que você vai ser o meu namorado porque eu sou apaixonado por você e você por mim, só ainda não admitiu isso.

Olho para ele, parando o que estava fazendo, ele segura a minha mão, e a beija sorrindo para mim.

Não deveria me sentir balançado por isso ... deveria?