07. Desculpas precisam ser ditas

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Michelle Evans

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Michelle Evans

Nove anos atrás...

Quem vai ao cinema com o pai aos treze anos de idade? Digo, nenhuma das minhas amigas fazem isso, porque nós já somos adolescentes e sair com o pai significa ver filmes de crianças e fazer coisas de crianças. Eu não sou mais criança.

Entretanto, eu gosto de ir ao cinema com meu pai, mas Deus me livre dos meus colegas de escola me encontrarem agora. Vou ser zoada o resto do ano. Contudo, eu não desgosto de sair com meu pai. De ir ao cinema com ele. Nós vemos bons filmes e comemos besteira. Minha mãe estaria aqui conosco, entretanto, ela é enfermeira cirúrgica e teve que ficar devido a uma cirurgia de emergência também. Pois é, aparentemente, não são apenas médicos que ficam agarrados no trabalho salvando vidas.

— Acho que deveríamos tentar a receita da lasanha de novo. -Meu pai diz e pega amendoins do meu pacote. Ele me olha.

— Por que? Deu tudo errado. -Suspiro. Era a receita da vovó e deu tudo errado. A lasanha despedaçava, parecia mais um molho com queijo do que uma massa.

— Porque aquilo foi uma tentativa errada, não significa que foi a última.

Fico calada. Não saímos para comemorar. Foi mais um consolo. Eu não fui bem no jogo treino vôlei na escola. Iria entrar para o time mas fiz tudo errado. Então meu pai simplesmente disse que iríamos ver um filme no cinema, não estava afim, entretanto, ele estava animado. Acabei me animando também.

— Michelle você é brilhante. Não deixará de ser brilhante porque perdeu. A única coisa que não pode acontecer é perder a si mesma. -Diz. Olho para ele e sorrio. Meu pai sorri também, mas antes que pudesse dizer algo um homem aparece.

O capuz do seu moletom não me deixa ver seus olhos e a arma em sua mão me assusta. Meu pai me deixa atrás dele e eu seguro o braço ele com força.

— Me passa a grana. -Ele não está pedindo.

É confuso, eles discutem, meu pai não entrega o dinheiro, porque não tinha. Eu vi quando ele gastou a última nota para comprar o amendoim para mim. Eu não sei o que acontece porque agarro com força meu pai e mesmo assim ele cai depois do som alto do tiro. Ele cai.

Eu caio junto com ele.

Acordo assustada e seguro meu travesseiro com força. O sol está radiante lá fora. É sexta-feira, um dia brilhante depois de uma chuva que durou a noite inteira. Eu não consigo me sentir animada, porque eu odeio pesadelos. Eu realmente odeio eles.

Vejo meu celular brilhando e quando desbloqueio, vejo algumas ligações e mensagens de Rosane. Hoje é dia de ir a uma festa de crianças, mas eu tenho que sair de lá. Avisar que irei me demitir porque vou ganhar mais em menos tempo. Vou ganhar muito mais sendo a acompanhante de um milionário do que ganharia trabalhando toda minha vida nesse bufê. Porém, não tinha em mim tanta coragem assim de abandonar esse emprego. Eu realmente gosto dele, não na parte de servir pessoas metidas que acham que eu sou o robô de entrega, mas eu gosto da parte de fazer comida, para essa gente se deliciar e ter uma boa comemoração, ou até mesmo, uma despedida menos dura.

Love Or Money || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora