ELOISE.
Estacionei minha moto no posto de gasolina, desci e tirei meu capacete. Percorri o perímetro a minha volta com o olhar, certificando-me que não havia ninguém por perto.
— Pode encher. - Entreguei o dinheiro ao frentista próximo da moto e ele assentiu, saindo dali.
Senti meu estômago roncar devido a fome e resmunguei, lembrando-me que já fazia mais de um dia que eu não comia nada. Avistei uma loja de conveniência do outro lado da rua e segui caminho até lá. Empurrei a porta com a palma da mão e pude ouvir um sininho ressoar, indicando que alguém havia entrado. O lugar era pequeno e estranhamente frio, visto que lá fora estava um calor terrível.
Andei dentre os corredores atrás de algo que não me fizesse querer vomitar. Tenho repulsa de todos esses salgadinhos processados ou de comidas industrializadas demais, fato o qual dificulta muito minha alimentação, pois eu raramente paro em algum lugar decente pra comer. Ainda mais agora.
Fui até o caixa ainda sem nada em mãos, percebendo que atrás do balcão havia uma máquina de Donuts que aparentavam estar apetitosos. Não seria minha primeira opção, mas nesse caso é a melhor. Bati minha mão brevemente no sino em cima da bancada de vidro, tentando chamar atenção de alguém para vir minha atender.
— Ei, tem alguém aí? - Indaguei um pouco mais alto e não obtive resposta, o que me fez bufar. Voltei meu olhar pra máquina que exalava um cheiro agradável e esperei.
— Ah, oi. Desculpe a demora. - Um homem com cabelos ligeiramente cacheados apareceu atrás do balcão, fazendo-me franzir o cenho, reconhecendo-o no mesmo instante. Christian Beadles. Eu li a ficha dele e de todos os capangas do Bieber quando começaram a me seguir novamente, eu sabia que Russell tinha se aliado com alguém poderoso, ele por si só não teria homens tão habilidosos. Mas não acreditei que seria tão burro ao ponto de pedir ajuda ao homem que mais odeia.
— Olá. Eu quero um donut, por favor. - Continuei com o teatro e ele assentiu um pouco desconfiado, certamente não havia visto meu rosto ainda, então não sabe quem sou. Ele virou de costas, abriu a máquina e me entregou. — Desculpe, qual o seu nome? Acho que te conheço de algum lugar.
— Steve. - Murmurou aleatoriamente e eu ergui a sobrancelha, analisando-o de cima a baixo.
— Que engraçado. - Soltei um riso nasal enquanto me aproximava do balcão, apoiei-me pelos cotovelos e passei a língua sorrateiramente pelos lábios, percorrendo meu olhar pelas suas feições curiosas. — Posso te contar uma coisa? - Indaguei, batendo com as minhas unhas contra o vidro.
— Pode sim. - Assentiu receoso e se aproximou de mim, ainda tentando desvendar o mistério que rondava sua cabeça.
— Sabe, Steve.. - Passeei a ponta das minhas unhas pelo seu antebraço, me inclinei um pouco mais na sua direção, o que acabou deixando meu decote mais avantajado, fazendo-o esboçar um sorriso perverso. Mais fácil do que eu pensei. Peguei sua mão que estava próxima da minha e deixei meus lábios deslizarem em um sorriso ladino. — Está escrito Brad na sua camisa. - Debochei risonha e no mesmo instante torci sua mão pra trás, fazendo-o gritar após ouvir o estalo do osso quebrando. Puxei sua nuca contra o balcão com força, fazendo sua cabeça bater no vidro que se estilhaçou instantaneamente.
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Genius
FanfictionEu não tive tantas opções, mas eu poderia ter simplesmente escolhido alguns caminhos mais fáceis na minha vida. Provavelmente seria tudo mais simples. Mas também é uma merda que os caminhos mais difíceis me trouxeram até você. Como faço pra fugir...