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ELOISE.
O sol apareceu pela primeira vez hoje.
Eu perdi as contas de quantos segundos haviam se passado e dolorosamente eu não me sentia forte o suficiente pra continuar contando.
Eu comecei a aceitar o fato que Marcel queria minha morte, visto que sequer me deu um gole de água desde que cheguei. Minha garganta havia secado e eu aprendi a ignorar meus sentidos, que gritavam para que eu me soltasse dali. Mas não havia brechas.
Eu jurei pela minha vida que se houvesse qualquer chance eu abraçaria e faria de tudo. Mas não houve. O tempo passou, a chuva intercalou ente forte e fraca e o sol deu as caras, mas nada mudou pra mim.
Até agora.
Foi inevitável não ouvir os berros de Marcel logo quando despertei, fazendo meu coração disparar instantemente. Ele gritava em uma língua que eu não conseguia distinguir pela distância. Mas certamente não era bom.
A porta foi aberta abruptamente e eu prendi a respiração, ouvindo passos apressados chegarem até mim. Observei Kevin indo até meus pés e começando e desatar os nós das cordas.
— Mas o que.. - Minha garganta arranhou quando tentei falar e eu tossi, observando-o se aproximar mais e tirar minhas mãos do encaixe metálico. Elas continuaram presas uma na outra, mas agora eu conseguia me mexer.
Se não fosse pela tontura excessiva e a visão turva quando sentei, eu teria pulado no pescoço daquele homem e quebrado sua espinha com as próprias mãos.
— Vem logo, porra! - Exclamou, me pondo e pé e segurando minhas mãos com firmeza. O cano gelado contra minha nuca me fez recobrar meus sentidos rapidamente, começando a andar na direção que ele indicava.
Percorri o lugar com os olhos e entortei os lábios, enjoada com aquela imundície. Isso parecia um..
— Puta merda. - Sussurrei, observando os corredores escuros com várias portas. Algumas estavam abertas, então era possível ver várias "camas" iguais a que eu estava. Engoli a seco e a pressão na minha nuca aumentou, fazendo-me andar mais rápido.
Porra, eu preciso fazer alguma coisa.
Como se lesse meus pensamentos, Kevin ativou o gatilho naquele exato instante. Pressionei os lábios secos e continuei andando, logo chegamos a saída.
Passamos pela enorme porta metálica e adentramos o jardim, havia milhares de plantas mortas e um cheiro terrível dominava o ambiente. Apertei a mandíbula e encarei o enorme arco de ferro na fachada do local.
Psychiatric Hospital Gardens.
De longe fui capaz de ver Marcel parado ao lado do seu carro, que estava levemente destruído devido ao nosso embate. Mas eram apenas eles dois ali. Estranhei.
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Genius
Fiksi PenggemarEu não tive tantas opções, mas eu poderia ter simplesmente escolhido alguns caminhos mais fáceis na minha vida. Provavelmente seria tudo mais simples. Mas também é uma merda que os caminhos mais difíceis me trouxeram até você. Como faço pra fugir...