A chegada do filhote

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—  Acorda! Acorda pavê! — Dizia o loiro balançando o bicolor que tentava raciocinar o que estava se passando. — Shouto… — Ditou baixo o nome do meio a meio um pouco desanimado por ela não acordar, e não era para menos, os meses em que o híbrido passou de gestação foram o suficiente para acabar com as noites e dias de sono do vampiro.

Ajeitando-se na cama, Bakugou saiu da cama com dificuldade, assim caindo no tapete pelo peso que carregava causando um estalar em sua coluna pela posição que cairá, por sua sua barriga estava intacta e Katsuki com muito custo saiu do cômodo indo até a cozinha que não era nem um pouco perto do quarto. Geralmente o amado lhe deixava frutas ao lado da cama, o problema foi que o vampiro acabou desmaiando de cansaço e fraqueza, já que o mesmo também passou a não se alimentar bem por culpa do loiro.

Demorou alguns minutos e o loiro chegou finalmente na cozinha sentindo cada vez mais pesar, até finalmente uma dor aguda atingir abaixo de sua barriga o fazendo rosnar alto de dor e tentar chamar pelo bicolor. O orgulho do loiro subiu junto da culpa quando lembrou o tanto de trabalho que havia dado ao parceiro, então Bakugou tratou de se virar sozinho sem ajuda.

Passou-se então algumas horas até o vampiro abrir os olhos e se separar com um certo Izuku de orelhas levantadas o olhando curioso, ele não assustou-se com o pequeno e sim olhou em volta a procura do seu híbrido e logo o meio gato saiu de cima de si.

— O kacchan já teve o filhote! A Ochako veio cá o ajudar quando a magia que ela havia colocado belê no começo da gestão a alertou, e olha que o kacchan nem sabia dessa magia. — As orelhas do esverdeado baixaram.

— Já?! Eu preciso vê-lo. —  Ao terminar a frase, o bicolor se levantou. — Onde eles estão?

— No quarto que fica perto da cozinha! — Respondeu Izuku animado e logo seguindo-o.

Shouto, não perdeu tempo e correu para o cômodo se deparando com seus amigos na porta, alguns ansiosos e outros mais tranquilos. Kaminari e Kirishima estavam mais animados que os demais, Mina também estava ansiosa andando de um lado para o outro.

Aos poucos todos foram se acalmando quando Ochako chegou com um embrulho nos braços, estava em um pequeno cobertor branco.

— Ele é… — A fala do vampiro foi cortada pela acastanhada.

— Uma menina! — Com a fala da garota todos se animaram.

— Bakugou está bem? — Quem perguntou foi kaminari.

— Dormindo, foi meio difícil já que o primeiro. — Com animação a mesma riu depois de ver a cara do vampiro. — Papai Shouto.

— Vou ver Bakugou primeiro… cuidem dela. — Dizendo isso, o bicolor foi até onde seu híbrido dormia coberto com seus cabelos mais bagunçados e a face corada, certamente pelo esforço. 

O mesmo ficou ali fazendo carinho nos cabelos do amado o observando dormir com certa tranquilidade o que é raro por parte de Katsuki, então o meio a meio ficou ali um pouco ao lado do parceiro, estava mais que feliz com sua filha e seu híbrido.

Seus dedos passaram pelos cabelos loiros até parar no rosto do híbrido onde ficaram ali fazendo inúmeros carinhos até o mesmo abrir os olhos aos poucos com dificuldade e logo os carmesim se encontraram com os heterocromáticos e ambos sorriram juntos, por mais que fossem sorrisos pequenos eram notáveis por ambos.

— Nossa filha está dormindo, eu acho. — Comentou o mais velho fazendo com que o olhar do outro perdesse um pouco a agonia e preocupação. — Eu não a vi ainda porque quero ver ela com você.

— Pelo menos uma vez na vida fiz alguma coisa boa, ou melhor fizemos, né? — Bakugou, com a ajuda do vampiro sentou-se na cama com cuidado.

— É verdade. — Concordou, Shouto o beijando nos lábios.

Logo o beijo foi correspondido por parte do loiro e se formou um beijo um pouco desajeitado ali com o loiro sendo pego nos braços pelo bicolor que afastou seus lábios dos dele o carregando consigo ainda coberto por um lençol por estar um pouco frio. Katsuki pareceu não se importar com isso então ficou quieto ali mexendo a cauda devagar com as orelhas que logo levantaram quando um choro baixo de bebê foi ouvido.

Por instinto o híbrido pulou dos braços do vampiro e correu seguindo o som o que arrancou uma gargalhada do meio a meio que foi atrás do loiro.

— Bakugou calma! — Gritava kaminari tentando tirar o híbrido de cima de Izuku, este que miava alto assustado com a bebê embaixo de si que chorava e Bakugou estava rosnando em cima de ambos.

— Bakugou é uma mãe e tanto, ala. — Riu Eijirou com uma mão na boca. — Ri Bakugou ninguém vai machucar sua filha, não! Ela estava chorando porque acordamos ela sem querer.

— Vem. — Com muito custo o vampiro conseguiu tirar Bakugou de cima do meio gato, Midoriya choramingou entregando a bebê para o casal.

Era uma linda bebê com as bochechas rosadas e os cabelos albinos, os olhos da pequena ainda estavam fechados e os fios albinos bagunçados como os de certo Bakugou que quando viu ficou todo sem graça mesmo não querendo demonstrar.

Segurando nos braços a pequena, Bakugou ficou fazendo carinho com o maior cuidado do mundo na filha, mesmo desajeitado o loiro parecia confiante de estar fazendo certo, já o bicolor apenas observava e sorria com os gestos do amado que saiu com a bebê nos braços deixando todos para trás no cômodo.

Até pensaram em dizer algo, no entanto a expressão do vampiro já dizia o suficiente então aos poucos todos foram se despedindo e saindo, Shouto esperou todos irem para procurar Bakugou e sua filha.

Chegando ao jardim depois de uma longa e cansativa caminhada em busca dos dois, Todoroki se deparou com a cena mais fofa do dia, que era seu amor deitado por entre as flores com sua pequena nos braços e ambos pareciam estar bem calmos ali. 

A cauda peluda do loiro logo começou a balançar quando ele notou sua presença.

— Olha meio a meio, ela tem meia olhos e o seu cabelo. — Afagando os cabelos da pequena, Katsuki olhou para seu "namorado".

— Olhos carmesim. — Sussurrou o vampiro se deitando junto dos dois, assim deixando a pequena entre eles, tal essa que estava acordando com uma expressão de irritação, provavelmente puxou isso de Katsuki.

— Acordou ela idiota! — Rosnou o híbrido arrancando uma expressão de indignação do outro.

— Você que acordou ela falando alto comigo e ela puxou seu mau humor… — Sorriu pouco o bicolor, beijando o topo da cabeleira loira de Katsuki que desviou o olhar.

— Tsc… Qual vai ser o nome? Eu tô sem ideias. — Confessou ele.

— Não tem como combinar nossos nomes… então pensei em Hana, ela gosta das flores pelo que parece, pois se acalmou só de eu dar uma flor a ela. — Com uma rosa na mão, o mais velho foi passando próximo do rostinho da bebê que sorria sentindo o aroma.

— Hana é? Pode ser, também não tenho ideia. — Bocejou o loiro se ajeitando por entre as flores.

— Nossa pequena… — Sorria o de cabelos meio ruivo olhando as pequenas presas de leite da pequena Hana que sorriu de volta para o casal.

Abraçando melhor Katsuki, Shouto ficou ali com ambos, a madrugada estava só começando E a ventania fraca não parecia incomodar em nada, logo se via que o loiro mais exausto acabou por adormecer primeiro com Hana nos braços. Isso deu tempo para o vampiro ficar ali observando ambos dormirem e relembrar muitas coisas por sinal 

Não era possível imaginar que um híbrido de lobo selvagem mudaria sua vida, e lhe traria com isso não só um amor, mas também uma família.

Os olhos heterocromáticos se encheram de lágrimas por se recordar de tantas coisas e de como se conheceram, de como se amaram pela primeira vez e os momentos juntos em até ambos choraram, ambos riram.

Definitivamente Ochako estava certa há muitos anos atrás quando disse: Os olhos carmesim mudaram sua vida. E realmente, mudaram.

Carmesim -  TodobakuOnde histórias criam vida. Descubra agora