Jardim de rosas

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Em meio a madrugada, Shouto ficou a observar o loiro que dormia em seus braços, certamente ele estava exausto pelo que haviam feito, marcas pelo corpo e uma expressão dolorida mesmo que estivesse em sono profundo. O bicolor afagou-lhe os cabelos pela última vez antes de admirar os traços do menor e sorrir aproveitando que ele não veria seu sorriso. Ele também ficou passando os dedos pelo rosto do loiro e sentindo o aroma que ambos emanavam.

Pelo pescoço do lobisomem, ombros, costas e coxas haviam marcas de mordidas e sangue seco também. O vampiro sentiu-se culpado com alguns atos de horas atrás, mas não poderia voltar atrás, poderia? Shouto notou que o loiro se moveu um pouco e por isso retirou logo os dedos que estavam em contato com a pele macia do outro. O vampiro deixou a cama vagarosamente para não despertar o lobisomem e vagou para foda do quarto em busca de algo para beber, aliás ele não pensava que o sangue de Bakugou era tão bom, e mesmo assim preferiu buscar algo para beber e deixar o loiro descansar um pouco mais.

O Todoroki, caminhou por um dia vários corredores onde as paredes eram em tons escuros de marrom e o piso era um carpete carmesim como as cortinas que haviam, alguns quadros de obra de arte, outras recreações.

Chegando na cozinha, Shouto caminhou até a pia lavando as mãos, Shouto começou a preparar o café da manhã, ele precisava mesmo era de ingredientes que não haviam em sua cozinha.

Precisava de pães e leite.

Com um sorriso pequeno, Shouto voltou ao seu quarto notando que o loiro estava frente a janela observando algo, possivelmente o jardim. Todoroki, notou também que Bakugou estava só enrolado em um lençol enquanto levantava as orelhas de lobo ouvindo os pássaros cantando.

— Bakugou. — Shouto, o chamou ficando ao seu lado.

— Eu... — As orelhas do lobo abaixaram e ele logo se afastou do vampiro, parecia um pouco apreensivo em relação ao bicolor.

— Calma-te. — Shouto, afastou-se um pouco.

Bakugou, se virou indo até a cama se deitando na posição fetal e logo se escolhendo, possivelmente com medo do que o vampiro iria fazer, as lembranças do loiro vieram a tona com tudo, as agressões, e mordidas juntamente com suas forças em vão em relação vampiro, Bakugou não era do tipo que se deixava dominar, mas após ontem seu psicológico estava diferente, Bakugou tinha medo e ao mesmo tempo raiva dos atos do bicolor por ontem.

Ele se lembrava de tudo, desde as palavras até as ações, Bakugou nunca se sentiu tão mal e para piorar o cio não havia ajudado e era o primeiro cio e para o azar do loiro, sua virgindade havia sido cortada da maneira mais violenta possível, também Bakugou teve a visão de a primeira vez será especial, destruída, Bakugou por um tempo deixou de acreditar nisso.

— Por que não vem comigo para o jardim? — O meio a meio olhou para o loiro o vendo levantar as orelhas — Venhas comigo.

— Pavê melhor eu me vestir, não é? — Bakugou sentou-se na beira da cama.

— Claro, vista o que preferir. — O vampiro virou-se para ir embora.

— Nunca mais vou deixar você tocar em mim seu meio a meio desgraçado. — Rosnou o lobisomem se levantando totalmente nú — Olha o que fez comigo?!

— Tu que queiras e não me deixaste preparar e… — O mesmo fez uma pausa — Tudo bem, desculpe-me.

— Desculpar você? Eu adoraria ir embora daqui, mas não posso, não é? — Bakugou estreitou os olhos — Fica longe de mim!

Bakugou, acabou correndo do loiro saindo do quarto, então Shouto, passou os dedos pela própria franja em nervosismo, Bakugou havia fugido do vampiro só usando um lençol? Ele não conhecia o lugar e muito menos tinha noção de onde ir, isso era preocupante de certo modo.

Talvez Bakugou só estivesse com raiva, e o culpado era ele.

Bakugou, chegou até um cômodo que mais parecia um outro quarto e entrou procurando algo para se vestir, e ali encontrou botas marrons, uma calça de tonalidade tão escura quanto o negro, uma camisa branca e e um agasalho verde musgu, o loiro também cortou uma camisa branca com os dentes e enrolou no abtebranço cobrindo alguns ferimentos e então olhou-se no espelho.

— Aquele idiota…, — Murmurou ele vendo sua cauda abanando — Eu não posso gostar de alguém como ele! Não!

Bakugou, saiu do quarto indo pelo corredor vazio, era a hora de tentar fugir mas, a questão era, ele estava preso? Até mesmo a coleira não parecia incomodá-lo. O loiro parou próximo da janela notando que o bicolor estava saindo do castelo com roupas longas pelo sol. Era a oportunidade de ir embora.

Correndo pelo castelo Bakugou conseguiu sair sem problemas e acabou indo parar no jardim que estava observando mais cedo, era realmente muito bonito com rosas vermelhas, então o loiro caminhando pelo jardim cheirou algumas das rosas abanando a cauda devagar.

— Pensei que irias embora, Katsuki. — Shouto, estava atrás do loiro ainda usando as vestes longas e capuz — Eu precisaria sair para buscar pães e leite, no entanto acabei esquecendo-me de alguém.

— Você não precisa comer, e porque deixou tudo aberto? Você me coloca uma porra de coleira deixando claro ontém que sou seu, mas sai e deixa aberto para eu ir embora? — Rosnou o lobisomem não entendendo muito bem, sua calda se agitou por ver o vampiro.

— Eu iria fazer seu café da manhã, aliás. — Uma das mãos do bicolor acariciou os cabelos loiros do lobisomem — Desculpe-me por ontem, sim? Eu não sei lidar com sentimentos muito bem…

— Ta. — Bakugou afastou-se.

— Podes tirar a coleira, mas não lhe garanto ser seguro caso o encontrem. — Afirmou o bicolor.

— Ei… você não deveria estar no sol, né? — As orelhas do loiro abaixaram-se.

— Irei buscar os ingredientes para ti, podre esperarme? Prometo não tardar a voltar. — A voz calma do meio a meio fez Bakugou abaixar o olhar — Podes explorar o castelo, afinal enquanto quiser, também serás teu lar.

— Volta logo. — Bakugou, jogou-se em meio as rosas fechando os olhos.

— Até depois Katsuki. — Acenou.

Por fim, o vampiro desapareceu rápido indo em direção a saída e deixou para trás um loiro pensativo, Bakugou queria entender algumas coisas e não poderia culpar só o mais velho, todavia ambos não sabiam se expressar muito bem. Às vezes Bakugou só queria voltar a ser criança e correr pela floresta em busca de borboletas para seguir ou de uma cachoeira para se refrescar. Do nada sua vida mudou e bastava ele escolher viver as mudanças, se prender ao passado ou buscar um novo presente. Tantas escolhas e por fim Bakugou acabou se preocupando em deixar o meia a meio ir sozinho e ficando apreensivo por ficar só naquele lugar, mesmo que seja um lindo jardim de rosas.

Carmesim -  TodobakuOnde histórias criam vida. Descubra agora