O silêncio da sala estava sufocante.
Jay, Mark e Anne estavam sentados no maior sofá da casa dos Tomlinson, de frente para Louis e Harry, que estavam sentados em duas cadeiras colocadas ali pelo mais alto.
Eles haviam acabado de contar sobre aquilo.
A gravidez.
A desculpa foi, que os dois estavam juntos no quarto do Ômega em um dia que não havia ninguém em casa, uma coisa levou à outra e o resultado foi um bebê.
Louis estava de cabeça baixa, sentindo-se envergonhado, ele encarava suas mãos em seu colo, mordendo o lábio inferior com tanta força que sentiu sangrar.
Já Harry, estava sentado ao seu lado, seu olhar passava de Jay para Mark, de Mark para sua mãe e então de volta para Jay. Seu coração batia acelerado por terem finalmente contado aos seus pais aquela grande novidade.
Eles decidiram contar duas semanas após o baile de formatura e após a cerimônia oficial de conclusão de ensino médio. Foram dias ensaiando como iriam contar, mas no fim, nada saiu como o planejado. Louis perguntava todos os dias se Harry estava certo do que ele queria - até mesmo alguns minutos antes de chamarem os pais para a conversa, ele o questionou novamente. Mas Harry estava tão certo da sua escolha. Nem por um mini segundo ele pensou em voltar atrás. Quando Louis soltou a frase para seus pais dizendo que estava grávido de um filho de Harry, o Alpha sentiu seu lobo soltar faíscas de felicidade, e foi preciso muita concentração para não deixar um sorriso escapar de seus lábios.
Isso o deixou assustado. O Alpha não pensava em ter filhos, mas aquela frase "Eu e Harry vamos ter um bebê", fez todo o seu corpo se arrepiar, suas mãos suavam e seu coração batia tão acelerado em seu peito que era capaz de destruir sua caixa torácica. Ele estava feliz, de verdade, sentia cada poro do seu corpo ansiar por aquilo, ver o filhote, tê-lo em seus braços.
E quanto a Louis... Harry o adorava. O adorava por ser tão corajoso e lindo, não apenas na aparência - com seus lindos olhos azuis, a sua franja delicada, seu sorriso delicadinho e branco e seu corpo monumental - mas por dentro, a alma de Louis era uma das coisas mais belas que o Alpha já admirou.
Harry não era bobo, ele sabia o que era aquela tremedeira nas mãos e palpitação acelerada no coração toda vez que falava de Louis, via Louis e estava com Louis. Harry apenas mascarou tão bem seus sentimentos, que até ele mesmo esqueceu deles.
E só se lembrou quando propôs assumir o bebê.
Mas ele não assumiu pelos sentimentos, não totalmente. Assumiu porque via, em meio as lágrimas, o desejo de ser mãe nos olhos de Louis e entendia o medo do garoto ser desprezado pelos pais.
Ele entendia, porque estava sentindo ali, sentado naquela sala, medo por Louis. Não por si, porque sabia que sua mãe apenas lhe daria um longo sermão sobre como fora irresponsável e que um bebê é algo sério que coloca todo o futuro deles em jogo e, por fim, diria que se Harry pensasse por algum segundo em abandonar o Ômega e seu filhote, ela lhe daria vários tapas.
Estava pronto para o sermão, não ligava. Mas tinha medo das reações de Jay, o jeito que as mãos da mulher tremiam enquanto absorvia a notícia, e principalmente da de Mark, que a cada segundo que passava, parecia mais perto de explodir.
- Falem alguma coisa.- Harry murmurrou, mas se arrependeu no segundo seguinte, quando Mark lhe lançou um olhar mortal e saiu da sala rosnando baixinho. A porta de saída bateu alto, fazendo Louis se encolher e choramingar, o Alfa segurou sua mão.
- Eu estou tão decepcionada com vocês dois.- Foi Anne quem falou, olhando feio para os dois meninos. O coração de Harry se apertou ao ouvir aquilo da própria mãe. Ele estava preparado para o sermão, não para vê-la triste. - Principalmente com você Harry, onde estava com a cabeça?- Ela riu sarcástica. - Aah! Eu sei muito bem onde você estava com a cabeça.- Ela se levantou, cruzando os braços. - Vamos embora.- o Alfa ergueu os olhos arregalados para a mãe, abrindo a boca para dizer algo, mas foi interrompido quando ela disse lentamente. - Agora.
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Everyday Life {L.S × ABO}
RandomLouis e Harry, juntos há doze anos, não poderiam refletir mais felicidade. Uma vida interiorana ao sul da Itália, cercados por seus filhotes e amor palpável, não há nada mais que se possa pedir, e muito menos o que seja capaz de abalar raízes tão fu...