Capítulo 17 - A rejeição

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Foram pra aula de Noções de Direito mas não trocaram mais nenhuma palavra, apenas cumpriram com o combinado e após o fim da aula foram se encontrar. Mas Matheus tinha passado a aula toda com a cabeça nas nuvens.

Cosmo, como de costume chegou primeiro, vantagens de ser andante, e Matheus chegou em seguida.

-Cara antes de começarmos, eu realmente não sei quem sou mais. Chorou.

-Como assim? O que aconteceu? Ainda é sobre a ejaculação...?
-Sim, e muito mais. Eu sempre fui muito bem definido pegador, eu as vezes pegava alguns caras antes da cadeira, mas meu lance era mulher, não sei o que aconteceu. (Começou a ficar vermelho, com raiva).
-Agora tô refém dessa porra dessa cadeira, dessas sondas, nem CAGAR eu consigo normalmente e agora quando eu já tinha aceitado que não gozava mais, ai eu gozo com VOCÊ. Um homem. Porra. Eu não sou gay.

Cosmo, assutado com o tom que Matheus estava soltou.
-Mas eu nunca disse que você era gay.

-Justamente, você nunca disse, você nunca disse nada. Bissexualidade? Não é pra mim também. Mas porra naquele dia você me fez gozar como ninguém. E não sei se deveriamos continuar com isso.

-Você que sabe, quer desabafar mais alguma coisa? - disse Cosmo.
-Não, não, por enquanto.

Passaram um bom tempo olhando pro nada até que Cosmo disse: Acho melhor eu dormir no chão hoje, fica com a cama só pra você, beleza?
-Não precisa disso.
-Precisa sim, e vai ser assim.
-Ok, eu até dormiria em algum outro lugar ou no chão, mas já esta tarde achar a porra de um hotel acessível agora não dá mais e também não posso dormir no chão duro por conta dessas merdas dessas pernas, que não servem de nada, só me atrapalham
-Ei, não fala assim, mesmo que você não sinta elas ainda tem sua certa utilidade
-Que utilidade em Cosmo? Ter que ficar passando hidratante nelas? Feito uma mulher. Ter que dormir com meias de bailarina pra evitar espasmos? Porra, tem horas que queria que eu fosse amputado, talvez fosse melhor.
-PARA. É melhor você ir tomar banho pra dormir, não ta falando nada que preste. Amanhã conversamos mais.
-Soltou um suspiro e saiu.

Cosmo pegou um forro e colocou no chão e se ajeitou pra dormir, se deitou, mas só conseguiu dormir depois que viu Matheus na cama.

Matheus tomou banho, passou a sonda, passou hidrante com raiva nas pernas e se deitou. Mas sua cabeça não parava de pensar, tinha começado a pensar na possibilidade de contar a algum dos poucos amigos que restou sobre o que estava acontecendo, porém, achou muito arriscado o que pensariam? gay e cadeirante? e sua família? sua mãe? que sempre se gabava do filho pegador? trancaria a faculdade e esqueceria tudo isso? E Cosmo?da última vez que se afastaram ele não aparentou, mas estava mal... sua mente ia EXPLODIR aquela noite. Ele tinha que tomar uma decisão e em meio a tantos pensamentos a vontade de fazer sexo ainda prevalecia, se sentiu burro por não deixar essa discussão com Cosmo pra depois. Porra, ele sempre queria mais também quando era desejado pelas mulheres. Mas Cosmo provocou algo nele muito peculiar sempre queria mais e mais.

Começou a recordar das suas noitadas, geralmente ia a algum clube que tivesse aberto e beijava várias e no final ia pra cama com uma. Então analisou que era sempre ele que dava o prazer, deixava as mulheres loucas no pré-sexo e depois só prenetava, que algumas até reclamavam da demora pra ejacular e no fim maioria não fazia carinhos nele. Seria isso? Cosmo tinha visto ele, tinha visto além do seu pênis ou seu perfume forte, viu que ele estava frágil e que poderia ficar em outro papel sem ser o que necessariamente fazia tudo? E quando chegou aqui finalmente ele dormiu.
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