Acordei sem pensamento. Observei o corpo de meu pai e me ajoelhei perto dele, percorri seu corpo com minha palma, agarrei seu rosto e fechei seus olhos.
O enterro foi um dia depois, haviam duas pessoas: Eu e Marisa. Ofertei cartas ao seu túmulo e flores ao seu epitáfio. As cartas diziam palavras de um criminoso culpado, procurando perdão, pedidos de ajuda.
Seguiram-se dois anos depois dos acontecimentos, não importa muito o que aconteceu durante esse tempo, apenas três coisas: O título de nobreza de meu pai passou para mim, Marisa tomou a maldição, e ela sofria. Passava meus dias ao seu lado, ocupado em ensiná-la como ser uma boa pessoa, como ter cultura, levava ela aos museus e em viagens, nessas saídas eu podia me esquecer de minha culpa por um tempo, a noite tudo vinha de volta pra mim, uma sombra disforme tocava meu ombro e dizia que eu era culpado, eu ficava ao lado de Marisa, na sua cabeceira enquanto ela dormia, e chorava baixinho enquanto ela também o fazia, minha irmã sentia toda a minha tristeza, me sentia ainda mais culpado por isso.
Despertei magia em mim nesse período, me descobri não um feiticeiro ou um bruxo, mas um arcanista. Arcanistas usam um tipo diferente de magia que os outros, a magia dos bruxos vem da natureza e da energia dela, a das outras pessoasvem da benção divina dada pela filosofia, mas a dos arcanistas vem pelo sentimento. Um sentimento extremamente forte pode transformar uma pessoa em arcanista, nunca se soube o porque disso como se soube o porque da bruxaria e da feitiçaria, alguns dizem que a magia vem dos três peregrinos e sua apreciação pelo sentimento, outros dizem que ela é fruto do Limbo*.
No dia que despertei estava ao lado de Marisa sentado no banco de um parque, observando um lago enquanto as pétalas brilhantes das alyveras* caíam numa dança conduzida pelo vento, senti essa determinação ao ver o rosto cândido de Marisa sob meu colo, sua pele negra reluzia no brilho azulado das pétalas, senti essa onda de amor, de determinação e as pétalas ficaram vermelhas. Sabia que precisava fazer alguma coisa por ela como meu pai fizera por mim, tinha dezoito anos na época, usava uma camisa negra desbotada e uma calça de linho duro tudo debaixo de um manto branco sujo com listras arroxeadas*. Decidi estudar como meu pai. Estudei incessantemente sobre filosofia. Achei a filosofia dos malsins e me interessei, "a verdade cura o mundo", era esse o lema. Na mesma praça onde eu e meu pai recitávamos quando ele era vivo anunciei que eu me tornara um malsim, no objetivo de trazer a verdade às mãos do povo que vivia na mentira.
Eu ouvia sussurros nas ruas, múrmuros sobre mim e minha decisão. Os outros nobres não gostavam de minha posição contra o governo, sendo um malsim era meu trabalho trazer a verdade, pois o governo era feito de mentira e manipulação. Estudei a fundo as leis, os gastos do Estado, as decisões do conselho e todas as verdades que pude eu revelei. Revelei que a televisão impedia o homem de pensar e se rebelar, que o ser humano vivia num regime voluntário de pão e circo, esquecendo o mal e apoiando as causas que ele não conhecia, revelei que muitos são fantoches que preferem a ignorância, que preferem ser as ovelhas do carrasco do que os pastores de sua própria vida.
Poucos gostaram de minhas revelações. Manifestavam na frente de minha casa com tochas e adagas*, literalmente e em conotação. Recebia várias cartas e ameaças de morte, de setores do governo, de transmissoras, de companhias de comida processada, do povo em geral, que me acusava de calúnia. Não me importei com as ameaças que me pareciam movimentos desesperados e vazios por parte daqueles que querem garantir seu lucro, garantir a falta de expressão, ou só gente temente a sair de seu mundinho confortável.
Marisa se curava cada vez mais e cada vez mais parecia saudável e sadia. Mas seu rosto ganhou vida num sentido e perdeu em outro, ela continuava chorando a noite, continuava chorando lágrimas de outrem, e sem sabedoria para se melhorar com a dor, sucumbia muito. Arranjei esse novo objetivo de poder curar Marisa de sua cura, sua candidez havia desaparecido, tudo aquilo que me encantava nela havia se enterrado profundamente em seu coração para não mais aparecer, seu sorriso, seu brilho no olhar, ela não me dizia mais que eu era especial, me dizia que queria morrer, que tudo acabasse. Então ocupei meu pouco tempo nas pesquisas sobre a verdade e nas pesquisas sobre a cura. Alguns fios de cabelo ficaram brancos de estresse. Só me esquecia de tudo quando saía com Marisa para ver as alyveras no outono, sentados no banco de um parque, perto do lago onde me encontrei, onde despertei, dançava com Marisa na superfície do lago, toda vez que via seu sorriso aflorar por poucos momentos enquanto rodopiávamos, meu coração transbordava de alegria e emoção, e a cada rodopio, a cada ondinha no lago minha determinação ficava mais forte.
Num dia enquanto estava estudando na biblioteca nacional, achei uma carta para mim, inserida num dos livros que já lia há muito tempo.
"É um ultimato, malsim. Aqui quem fala é sua sombra, que te observa..."
Olhei para trás com um medo supersticioso, alguns jovens inescrupulosos e irresponsáveis do sindicato deviam estar pregando peças comigo. Não era tão incomum as peças entre os jovens do sindicato dos estudantes, eles eram apenas um bando de vagabundos que não queriam estudar, apenas isso.
Nada vi lá além de uma prateleira de livros, com minha sombra projetada nela.
Estava apoiado numa prateleira, em pé. O cheiro de papel velho dominava o ar e o livro aberto em minhas mãos cheirava a naftalina, para manter as traças longe. Shambala era um país arcaico, sem muita integração da magia.
Logo voltei a leitura. Por alguns segundos achei ter percebido alguém passar ao meu lado. Pousei meus olhos sob o espaço vazio ao meu lado, um sentimento estranho preenchia o ar. Fechei o livro e fui para outro lugar, a biblioteca nacional da Shambala era um grande salão circular com dois corredores paralelos que guardavam algumas prateleiras de livros. Uma grande cúpula se estendia ao alto da sala circular, acompanhando sua curvatura, com várias prateleiras de livros bem lá no alto, onde os livros voavam pelo lugar e em direção a um espelho de Grimm no centro da cúpula. Andei silenciosamente pelo corredor esquerdo até chegar até uma mesa circular na sala redonda, as mesas eram forradas de couro vermelho e com as bordas da mesa com tiras de couro negro e grosso. Sempre foi um ponto muito discutido na comunidade demoníaca da Shambala o uso de couro de demônio nas mesas da biblioteca, eu nunca concordara com isso, porém, tinha que estudar, por minha irmãzinha, não podia me dar o luxo de me limitar aos conhecimentos de meu próprio acervo ou de gastar dinheiro com algo que não minha pesquisa e com o bem estar de Marisa.
Um grupo de estudantes entrou pela porta da biblioteca e sentaram-se logo atrás de mim. A luz que vinha de uma janela bem a frente dos jovens projetava suas sombras na minha mesa, via a silhueta deles pelo tampo da mesa, via a partir de seus ombros. Logo comecei a me sentir desconfortável lá, pude jurar que uma das sombras criou olhos escarlate e gritou: "Assassino"
O grito foi tão breve, tão alto, tão estranho, que me sobressaltei, levando um susto. Um arrepio me percorreu a espinha. A voz parecia distorcida, aguda, furiosa.
Saí dali com pernas bambas e engolindo em seco, com o livro no meio dos braços, não estava me sentindo bem.
-Onde vai, Pyarr? -Disse uma voz na minha cabeça, ignorei
-Me responda, garoto! -A voz gritou, as sombras dos estudantes atrás de mim pareciam se alongar de forma anormal, pareciam ter dois olhos vermelhos brilhantes, por alguns segundos
-Você não existe -Sussurrei
-Olhe para mim-Continuei andando- Olhe para mim! -A voz repetiu, gritando, senti uma forte dor na têmpora, como se tivesse levado um golpe de aríete. -A voz se assemelhava muito a ele...não queria reconhecer aquela voz
-Você não é real, não é. -Eu começava a chorar enquanto andava, minhas pernas mal aguentavam o peso do meu corpo- Não...não é -Olhei para trás. Lá estava ele. Com seu casaco de pele...papai
-Porque você me deixou ir? -Disse a voz dele, tão familiar. Essa voz martelava minha mente mais que as dores de cabeça, me fazia lembrar daquele dia, que caí sem consciência em meio as sombras dos passantes, me lembrava do que eu fizera com ele, de como eu o assassinara friamente, de como era minha culpa Marisa não ter um pai. Minha culpa...apenas minha culpa, de ninguém além de mim mesmo. Estava parado, de cabeça baixa, como uma criança envergonhada levando bronca de seu pai.
-Olhe para cima! Olhe nos meus olhos e me responda filho do inferno, porque você me tirou de Marisa?! -A voz gritava furiosa, essas palavras me matavam por dentro, sentia toda a reprovação, sentia o peso de minha falha. "Fracasso, fracasso, fracasso" era tudo o que eu pensava, não pensava em como tinha fracassado ou porque, mas debilmente repetindo essa palavra em meus pensamentos, sabendo ter falhado com ele. Olhei para seus olhos, estavam vermelhos de fúria, como naquele dia, enquanto eu estava atrás das cortinas.
-D..desculpa -gaguejei- Por favor, eu não faço mais isso, desculpa papai, eu sou um menino mal, papai, desculpa... -Eu sussurrava entre soluços altos demais, puxando o catarro do nariz, não podia controlar, não podia barrar mais, eu não era mais forte que isso, aquele arame farpado ao redor de minha garganta era meu pior inimigo, e foi ele que me venceu, que me disse que eu era fraco.
-Senhor, está tudo bem? -Uma mulher segurou em meus ombros. Não conseguia mais formar palavras, não era forte o suficiente
-Ele...ele...eu...a faca, eu não...não queria -Dizia entre soluços- A culpa foi minha? Foi minha, senhora, foi eu que fiz isso com ele? -Segurava a gola da blusa da mulher- foi eu?! -Gritei- Eu não fiz isso! Não foi eu! Não foi eu! As sombras vermelhas não são meu algoz....ele se moveu e eu não! Ele se jogou e eu não tirei a faca! Não fui eu!! Me desculpa, desculpa, desculpa, descul... -Mordi a língua involuntariamente, meus braços, abdome e todos os outros músculos começavam contrações rápidas e dolorosas, a boca espumava enquanto balançava e tremia ao chão, banhado com a espuma da minha boca. A figura de meu pai olhava para mim com desgosto visível, e cuspiu ao seu lado. Soltei um grito selvagem, o grito de uma besta, o grito da besta humana. A mulher parecia chocada, juntou as mãos e friccionou ambas, formando pequenos raios de eletricidade em sua palma. Ela botou ambas as mãos em meu peito, comecei a tremer o dobro por conta da carga elétrica.
Quando me dei conta, acordei no hospital, num leito duro. Vestia uma camisola azulada. Estava sentindo muito frio. O quarto era pequeno e o chão, ladrilhado de branco. Um aparelho emitia um barulhinho ao meu lado, apoiado numa cadeira plástica sem encosto ao meu lado. O aparelho tinha uma forma compacta e de cor cinza, ocupava toda a cadeira e nada mais, tinha algumas cavidades de onde saíam tubos de silicone que se reconectavam a máquina, formando um arco acima de tudo. De uma cavidade central no aparelho saía uma pequena mangueira com uma agulha na ponta, e a agulha estava na junção entre o braço e o ante braço direito, injetando alguma substância lentamente.
Sentia a cabeça quente latejar, além de respirar de forma arritmada e defeituosa. Meus cabelos estavam molhados de suor, percebi que esquecera de cortá-los ao longo dos meses, e agora estavam longos e desarrumados como os de um mendigo. Levantei meu abdome e fiquei sentado na cama. Tirei com raiva a agulha do braço, levantei e fui até a pia na minha frente, ao lado de uma grande TV. No armário abaixo da bancada de mármore, peguei um rolo de gaze e enrolei meu braço com ele, para impedir o sangramento.
Ouvi a porta abrir atrás de mim
-Não devia ter saído da cama, rapaz, você estava bem ruim -Disse uma voz masculina. Olhei para trás, o Gydex da Shambala vestia um terno negro. Arrepiei ao ver aquele homem. Seu semblante era anguloso e severo e ele carregava sua grande foice amarrada por um pano nas costas
-Por que está aqui, seu kurayami? -Perguntei, sem perder a oportunidade para xingar o homem.
-Ora, vim ver nosso tão aclamado malsim. -Disse ele num tom sarcástico- Vim vê-lo conde Pyarr. -Fiz uma expressão de confusão- Bom, parece que não ficou sabendo, a câmara aprovou a sua herança de título- Ele se aproximou de mim, com a cabeça acima de meu ombro-Meus pêsames por seu pai -Ele sussurrou com um maldito sorriso. Como se aquilo fosse algo para ele, algo importante, algo que ele almejava. Alrossa pegou um fio de cabelo branco e arrancou com os dedos- Hmm...-Ele analisava
-Como se atreve a citar meu pai em minha presença? Não tens nenhum respeito pela família? -Julguei-o severo
-Mais do que você pensa, cito ele justamente pela minha família. -Ele se sentou na cadeira onde estava o aparelho, tirando-o e botando na cama- Sabe...família é uma coisa complicada -Ele sacou a foice, deixando o pano branco cair, ele apoiou o cabo da arma no chão e começou a acariciar sua foice, se cortando levemente. O sangue escorria por sua mão e pingava no chão- Tomamos decisões extremas por eles, não? -Ele seguiu, pensativo- Decisões que não sabemos o porque de terem sido tomadas, decisões tão improváveis que passamos a vida as temendo, mas tomamos mesmo assim. -Ele deu um riso breve, voltou seu olhar para mim- Sabe, você ganhou muitos inimigos poderosos durante sua jornada como malsim, e vários deles querem sua cabeça numa bandeja de prata- Gelei- Mas como pessoa pública eu não posso simplesmente arrancar-lhe a cabeça por que quero ou porque querem. São tempos modernos, Pyarr! -Ele exclamou empolgado- Era das redes de informação, da ética! Eu tenho que tomar uma decisão, senhor Malsim, mas quero te advertir dela, te dar o poder de evita-la- Ele disse enfatizando as palavras "poder", "evitar". Palavras poderosas quando enfatizadas, mas não para alguém que sabe seu poder- Não preciso entrar em detalhes, senhor, mas vou te ferir onde dói mais. Preciso do apoio da certa elite da Shambala e estão batendo na minha porta todo santo dia para fazer alguma coisa ao seu respeito. -Ele sorriu- A hora é agora, se parar de dar uma de malsim, vai evitar essas feridas, você é um bom homem, merece evitar o conflito e a dor, você merece.
-Do que está falando? -Gritei. Quem era ele para me ameaçar assim? Para ameaçar me machucar, me ferir, como uma mente medieval? -Não vou parar de me levantar contra vocês apenas porquê-Tossi vorazmente, cobri minha boca, sangue. Ignorei o sangue e continuei- Porque você está me ameaçando, você é um covarde e suas ameaças são tão vazias quanto seu coração. -As feições de Alrossa adquiriram um espectro sombrio. Senti algo agarrar minhas pernas, dois braços negros saíam do chão, como se fossem feitos de sombras negras, saídas dos orbes mais profundos do subsolo, as sombras me agarravam com força prodigiosa, e eu, de forças drenadas pela convulsão e sem o catalisador, estava impotente.
Alrossa agarrou o cabo da foice e se levantou, metade do seu rosto estava encoberta por uma sombra sem textura, o olho da sombra era um ponto vermelho brilhante, como uma estrela instável e irosa, prestes a desistir de tudo e se desmantelar numa supernova, que oscilava em seu brilho. A boca da sombra possuía dentes afiados, como os dentes de um leão. Aparentemente metade do corpo de Alrossa tinha sido tomada pela sombra, deixando seu corpo negro como breu, seu corpo era breu.
-Te daremos mais uma chance- Disse Alrossa, referindo a si mesmo como "nós". Parecia que a voz do homem se partira em duas, sendo a voz a original e outra voz, de um timbre medonho e agudo, como uma serpente de voz raspada- Não só podemos como queremos muito fazer isso, mas nos sentimos obrigados a lhe dar uma segunda chance de se livrar do sofrimento e de seu futuro erro
-Eu não vou parar de lutar por um mundo de verdade para Marisa! -Gritei- Não entende que eu preciso fazer isso? Que eu preciso carregar essa missão? -Ele apoiou a curvatura exterior da foice em meu peito, rasgando o robe do hospital e cortando meu tórax. O corte ardera como nenhum outro corte que eu havia tido, gemi de dor, sem o poder de mexer as pernas.
Desferi vários socos no rosto da fera de duas caras, que nem parecia se importar. As mãos me largaram. O Kurayami abriu a porta, me olhando de esguelha com seu olho escarlate oscilante no seu firmamento de sombra. O sorriso daqueles dentes junto com aquela estrela vermelha dava ao rosto um caráter medonho e profanado, de um caráter que parecia não natural, horrível.
Mas a única coisa que me deu calafrios foi sua última frase, antes de sair, dita por aquela voz serpentina sussurrada ao fundo da voz grossa de Alrossa
-Qual era o nome dela mesmo? Ah, não importa...Marisa...
Notas do capítulo:
Tochas e Adagas: Ambos os objetos possuem grande simbolismo na frontéria, tendo sido construído ao longo do tempo, principalmente por causa dos trabalhos do demônio Seqra Yama, grande arcanólogo que estudou o significado dos catalisadores e escreveu: "A adaga representa revolução e independência, presenteada aos homens de dois principais tipos: Os revolucionários e rebeldes e os De rebeldia injustificada e inata. A adaga é o símbolo da traição, mas também conota certo pensamento próprio. Posso concluir depois de observações que a adaga é presente para "aquele que contradiz algo", seja um ideal, uma pessoa, um sistema, uma instituição ou raça. Os de "Adaga" são instáveis, embora sejam formidáveis e maquiavélicos lutadores.
Seqra também escreveu sobre a tocha:
"A tocha é presente daqueles que almejam algo, embora não seja sobre isso que ela existe. A ambição é apenas uma consequência do ideal da tocha. A tocha, por minhas observações, catalisa a magia em sua chama, que só se apagará na água ou quando o portador tiver a determinação abalada, portanto, a principal teoria é que a tocha seja a representação "daquele que vive por algo". As pessoas de "Tocha" são grandes paladinos e guerreiros, que não cairão facilmente no campo de batalha e possuem fé inabalável, as instituições de Paladinos procuram gente de "Tocha" tanto quanto gente de "Mangual", a tocha pode assumir diversas formas de acordo com personalidade e estilo de luta assim como qualquer outro catalisador. Uma importante nota sobre a tocha é que seus portadores quase sempre são os dois extremos de arquétipo físico: Urso, ou RouxinolArquétipos corporais: Classificação da estrutura variável da musculatura, um estudo protagonizado por Guavlim, filha de Yarin, do clã dos Agamurán, uma anã da cidade-montanha de Leugim, grande amiga e esposa de Seqra. Os arquétipos foram feitos para o aproveitamento máximo na educação dos guerreiros do clã, devido ao contexto das guerras civis dwárficas, diferentemente dos estudos arcanos de Seqra, usados para combater o preconceito contra a raça dos demônios. O corpo possui classificações inspiradas nos animais. As classificações são divididas em níveis de força, destreza e fraqueza naturais.
Urso: 4 Yar de força e 1 de destreza
Leão: 3 Yar de força e 2 de destreza
Lobo: 2 Yar de força e 3 de destreza
Lebre: 1 Yar de força e 4 de destreza
Rouxinol: 5 Yar de destreza 2 Yar de fraquezaYar: Medida criada por Guavlim, filha de Yarin, dos Agamurán, para medição da predisposição física de soldados e guerreiros e para a análise de onde seu trabalho seria mais bem aproveitado

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Réquiem: Aos velhos tempos
FantasyUm destino oculto fermenta abaixo das inúmeras camadas de mistério que permeiam a terra e suas rochas imemoriais. Algo rasteja flutuante pelas matas e bosques escuros, gritando ao Empíreo a cada dez noites, na constante lembrança de algo que lhe fo...