Capítulo 15

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Teresa

Meu coração está batendo tão forte que posso sentir e o o pulsar em meu peito, enquanto olho para os documentos que Vicente me mostra, vejo o nome de Aline, a enfermeira em cada linha, cada documento e uma foto dela em uma das folhas.
Sinto um bolo se formar em minha garganta e meus olhos arder ao se formar lágrimas, não sei ao certo o que sinto... raiva, medo, angústia...
Vicente me olha e pega minha mão no mesmo instante minhas lágrimas abandonam meus olhos.

- Vamos conseguir fazer ela falar! Agora vamos oferecer um acordo tão bom que ela vai acabar falando.

- Ela disse que falaria...

- Como?

- Ela disse que falaria. O nosso advogado conseguiu. E ela disse que falaria tudo.

- Tem certeza?

- Sim, amor, sim! Ela disse que amanhã contaria tudo o que ela está guardando. Foi o que contaram ao Lucas, inclusive ele está indo pra lá agora mesmo pra acompanhar.

- Não! Isso não é bom... Agora que sabemos com o que estamos lidando, não é bom que Lucas fique por perto. É perigoso pra ele, Teresa.

- Acha que eles podem querer fazer algo com meu cunhado?

Vicente respira fundo.

- Vice...

- Eles tentaram me matar, eles são perigosos, meu amor e é melhor deixar a polícia cuidar disso.

Balanço a cabeça assentindo.

- Quando a pegaram, tentaram fazer ela contar quem era o chefe e falar tudo sobre essa maldita quadrilha, mas ela permaneceu quieta. Fiel. Eu mesmo já interroguei ela e ela continuava resistente.

Ele fica quieto, olha para os documentos e respira fundo.

- O que foi?

- Talvez esse seja o fim dela.

- Como assim, Vicente?!

- Consegue ligar pra sua irmã? Ou para o Lucas?

- Consigo... Por que? O que está acontecendo?

- Liga pra eles que vou ligar para o Heriberto!

- Mas antes, me explica o que aconteceu...

- Se ela for contar mesmo, precisamos proteger ela, colocar ela em um local seguro.

- Acha que eles podem matar alguém deles?

- Isso já aconteceu, Teresa. Não duvido que possa acontecer novamente. Se chama queima de arquivo.

Não consegui falar com Lucas e muito menos com Helena, o que me deixou aflita e minhas mãos estão trêmulas.
Vicente conseguiu falar com Heriberto, ele disse que tem um celular descartável, não dá para rastrear e isso o mantém em segurança, o que nesse momento é o que ele mais precisa.
Penso em Sara, ou melhor, Lúcia... Para onde a levaram quando ela nasceu?
Em que braços ela esteve?
Quem cuidou dela enquanto a família adotiva não chegavam
Eles, eles compraram minha filha como se ela fosse um objeto qualquer. Como se ela fosse algo em uma feira, shopping, mercado... Como se ela fosse uma mercadoria barata, quando ela era tudo para mim.
Quando fiquei grávida foi um susto, um susto, tudo aconteceu tão rápido, e eu nem tinha um relacionamento com o pai dela, mas foi tudo tão rápido que também foi rápido quando me acostumei com a ideia de estar gerando uma vida, a vida da minha filha. Fiquei ansiosa por sua chegada, preparei roupas, comprei berço, e esperei ansiosa. E quando ela nasceu, ela foi tirada, arrancada dos meus braços da forma mais brutal e dolorosa que poderia ter.
Heriberto chegou há alguns minutos, Vicente contou tudo a ele enquanto fiquei sentada na cama, administrando tudo o que está acontecendo e percebendo que agora não é apenas um caso de sequestrou, agora é um sequestro para tráfico humano, agora tudo vai virar de cabeça para baixo.

Ah, Lúcia... a sua vida, minha filha, também vai virar de cabeça para baixo...

- Amor?

Levanto meu olhar e fito Vicente parado me olhando, Heriberto está no telefone falando com alguém, respiro fundo e Vicente senta ao meu lado e me abraça, deito minha cabeça em seu ombro e ele acaricia meu braço e antebraço.

- Estou com medo... - sussurro.

- Sei que está. Mas eu estou aqui, ok? E mesmo que eu esteja aqui nesse fim de mundo, eu vou te proteger. Vou proteger você e a nossa filha que...

- Nossa filha?

Pergunto o interrompendo e levantando a cabeça para o encarar.
Ele ainda não sabe da gravidez e bom, acho que vou esperar um pouco para contar.

- Sim, nossa filha! Sara, não, a Lúcia  será a nossa filha. Eu vou cuidar dela junto com você. Seremos os pais dela.

Sorrio e selo meus lábios nos seus.

- Tenho certeza que ela vai adorar você, meu amor.

- Vamos colocar todos, todos eles na cadeia. Inclusive o chefe. O mandatante. Esse daí é o que eu mais quero pegar. E depois, eu vou voltar, vamos nos casar e vamos criar a Lúcia.

- Casar? Quer se casar?

- Claro! Bom, se você quiser, você não quer?

- Claro que quero, meu amor! Me casar com você seria um sonho.

Rimos, então percebo que está na hora de contar, contar que:

- Não vamos criar apenas a Lúcia...

- Vamos criar a Kate também?

- Bom, não é uma má ideia - falo rindo. - Mas não. Kate pode ficar com a gente sempre que quiser, mas não é dela que estou falando...

Vicente franze a testa.

- Não vamos criar apenas a Lúcia, porque vamos ser pais daqui há alguns meses...

Vicente levanta, com a testa franzida, então ele se vira, e me encara.
Posso ver algumas lágrimas se formarem em seus olhos, sorrio.

- Você... Você está... grávida?

- Sim, meu amor! Grávida. Devo estar de 2 meses, quase 3...

Vicente olha para Heriberto, que ainda está no telefone e olhando para nós com os olhos arregalados.
Então ele acena para nós e sai da cabana fechando a porta rapidamente, volto a olhar para Vicente e no mesmo instante sou surpreendida por um abraço.

- Aí meu Deus, meu amor!

Falo entre risos.

- Vou ser pai! Vou ser pai!

- Você vai ser papai, meu amor!

Vicente começa a gargalhar e me pega no colo, então quando ele gira, nossa risada preenche toda a cabana. Rapidamente ele para e me coloca no chão, ficando sério e colocando a mão em minha barriga.

- Não pode rodar, o bebê! Desculpa, filho, papai se empolgou!

Começo a rir.

- Não tem problema, meu amor! Ele, ou ela, ainda é uma sementinha.

- Uma sementinha muito amada!

- Muito amada!

Sorrio, então Vice segura meu rosto acariciando minhas bochechas com seu polegar e sela seus lábios nos meus, em seguida, começamos a nos beijar.
Seremos pais!
Seremos pais do fruto do nosso amor! Nosso filho, nosso bebê.
Nem nos meus melhores sonhos e imaginaria isso. Pensar que hoje cedo eu estava tão triste, e agora não tenho apenas a alegria de ser mãe novamente, tenho a alegria de saber que o amor da minha vida está vivo.

- Eu te amo, Teresa Brown!

- Eu também te amo, Vicente Smith!

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Eita lasqueira!

Obs: troquei o nome das enfermeiras kkkk me perdoem doidinha ♡

Até amanhã!

Unidos Por Ela - 2° Temporada - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora