Vicente
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Quando penso no que Teresa está passando, me sinto impotente, de mãos atadas, como se estivesse em uma cela trancafiado e sem poder amparar o meu amor.
Bom, na realidade é exatamente assim que estou. Preso em uma missão que parece que nunca vai acabar, preso em uma missão que a cada dia que passa parece não chegar a lugar algum.
Sinto saudade da minha família, saudade dos meus pais, dos meus irmãos, saudade de estar com eles e ser família com eles. E o pior de tudo é saber a dor que eles sentem, a dor em achar que eu estou morto.
Não, não vou negar que penso em desistir, penso em abandonar a missão e dizer a todos que estou vivo e bem, mas me lembro que não apenas eu estou correndo perigo de vida, mas eles também.
E mesmo com todos os riscos, eu nao poderia deixar a Teresa sozinha sabendo que o sr. Brown sofreu um atentado, não mesmo.- Vicente, você esta completamente doido! Não podemos nos arriscar desse modo. Pelo amor de Deus, age com a cabeça!
- Não, Heriberto, eu não quero ficar aqui, sentado, esperando você vir com noticias quando eu mesmo posso ir até lá e buscar elas.
- Isso é loucura! Não só você estará em perigo, mas os Brown também. Isso inclui a Teresa, que esta grávida!
- Se você não me ajudar a ir até lá e ver com meus próprios olhos como ela está, eu irei sozinho.
E só essa frase fez com que Heriberto sedesse ao meu pedido. Ele pediu a alguns dos policiais que vem com ele para conseguir disfarces e finalmente eu consegui sai daquela cabana, depois de quase 3 meses preso, sozinho, trabalhando incansavelmente para descobrir quem é o chefe dos BG e prender todos eles.
Quando cheguei no hospital, fiquei no carro enquanto Heriberto ia ver quem estava no Presbiteriano, segundo ele, se alguém da minha família estivesse por lá, poderiam me reconhecer. O que é completamente impossível, estou usando óculos fundo de garrafa, máscara e uma touca, além de estar usando uma roupa de enfermeiro.
Enfim, duvido que alguém me reconheça depois de um disfarce tão tão elaborado.
Quando Heriberto voltou, me contou que Teresa havia passado mal e que estava em observação na maternidade.
Saber disso me fez entrar em estado de choque, eu só queria ver ela, só queria abracar ela e estar com ela dando meu apoio, meu carinho, e em especial, dando o meu amor.- Você vai obedecer as recomendações do médico, meu amor... e eu vou pedir para o Heriberto te ligar todos, todos os dias.
- Ah, não...
Teresa fala rindo, ela está deitada em meu peito enquanto acaricio seu braço e antebraço, sorrio selando meus lábios em sua testa e continuamos abraçados.
- Helena vai ficar no meu pé. E além além mais, o seu chefe tem coisas mais importantes para fazer, amor.
- Nada é mais importante do que a sua segurança e a segurança do nosso bebê, Teresa.
Ela levanta seu olhar para mim e então selamos nossos lábios, sorrio a olhando e percebendo o quanto eu sou sortudo em ter uma grande mulher dona de todo o meu coração, de toda a minha alma, de todo o meu ser.
O olhar dela de quem necessita de um cuidado e de colo me faz lembrar de quando éramos crianças, em um dia Teresa caiu da bicicleta e teve que ficar por uns 5 dias em casa usando uma tala no pé, ela nao poderia andar muito e tinha que manter o pé em uma altura boa para a lesão melhorar.
Lembro de ter dormido na casa dos Brown durante os 5 dias, fiquei com ela, mimando ela, e dando o meu carinho. Ela tinha esse mesmo olhar, esse olhar de quem lrevisa de carinho, colo e muito amor.- Não vejo a hora disso tudo acabar... de podermos ficar juntos - Teresa diz com um ar de esperança que enche meu coração.
- Eu, você, a Lucia e o José... Seremos uma família. E seremos muito felizes. Vamos sair aos finais de semana, fazer piquenique, brincar, correr, rolar na grama com as crianças, vamos fazer isso, Terê.
Teresa me olha, com os olhos brilhando de esperança, e um sorriso encantador nos lábios.
- Eu te prometo! Isso vai acabar, e quando acabar, seremos felizes. Muito felizes, meu amor.
Selo meus lábios em sua testa e sorrio a apertando contra meu corpo.
- Eu te amo!
- Eu também te amo!
Ficamos ali, abraçados, por alguns segundos, até que escutamos o barulho da maçaneta da porta mexendo, rapidamente me levanto colocando os óculos e a máscaras, ficando como estava quando entrei no quarto.
Me viro e fito minha mãe adentrando ao quarto, ela sorri fraco e fica parada na porta entre aberta, meu coração dispara e sinto uma vontade gigantesca de abraçar minha mãe, sinto meus olhos se encherem de lágrimas.- Posso entrar?
- Claro... Claro, dona Amélia!
Mãe...
Minha mãe...- Achei que estivesse sozinha. Atrapalhei, enfermeiro?
Não consigo dizer nada, com lágrimas rolando por minhas bochechas, olho para os monitores fingindo estar focado no monitoramento dos sinais vitais da Teresa.
Sinto o olhar de Terê sobre mim, rapidamente a encaro, e logo ela se volta para mamãe.- Não atrapalhou, dona Amélia! Ele já estava indo... Não é?
- Sim... Com licença...
Olho para Teresa me despedindo apenas com o olhar e quando olho para mamãe, por pouco nao a abraço e digo que sou eu, mas me contenho e saio do quarto rapidamente.
Quando chego no corredor, o mesmo está vazio, tiro meu óculos e puxo a máscara para baixo, apoio minhas mãos em meu joelho e tento buscar meu ar, que falta enquanto minhas lágrimas rolam por minhas bochechas sem freio algum.
Meu Deus, eu sabia que estava com saudade da minha mãe, mas não sabia o tanto que era ate ver a minha mãe depois de longos 2 meses.
Quantos meses mais vou estar longe dela? Longe do seu sorriso, do seu abraço, da sua voz, do seu calor... meu Deus, quantos meses mais?- Vicente...
Meu corpo inteiro estremece quando escuto a voz rouca e grossa do meu pai preencher o ambiente.
Rapidamente me viro colocando a máscara e o óculos.- Quem? Quem?
- É você?! É você, filho?
- Não, - mudo minha voz, tentando fazer com que ele nao me reconheça. - não sei quem é Vicente. Sou o enfermeiro Gabriel.
- Não... Não... Eu vi seu rosto. Você é o meu filho. Vicente, você esta vivo, meu filho!
Os olhos do meu pai se encherem de lágrimas, quando ele faz menção de vir até mim, dou dois passos para trás, o fazendo parar.
- O senhor está me confundindo com seu filho... Eu, eu tenho que ir. Com, com licença!
Saio caminhando o mais rápido que posso, e escuto a voz do meu pai me chamar por mais de 4 vezes:
- Vicente! Vicente!! Vicente!! Vicente!!!
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Eita lasqueira!
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Até já!
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Unidos Por Ela - 2° Temporada - Completo
RomanceAtenção: Plágio é crime! Todos os direitos dessa obra são da autora. ♡ Após a trágica "morte" de Vicente, os amigos apaixonados são separados novamente, colocando em suas vidas, mais uma vez, uma distância. Mas dessa vez, não há como seguir a vida...