Capítulo 40

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Teresa

Ter minha pequena Lucia de volta é tudo que eu mais quero, sonho com isso desde o dia em que eu soube que ela estava viva.
Eu queria pegar aquela mulher, a mulher que a comprou e bater, dizer tudo que tenho engasgado em minha garganta. Ela comprou a minha filha como se ela fosse uma mercadoria, um produto na prateleira de um supermercado. Não se importou com a família dela, nem com a dor que foi causada em mim durante esses 3 anos.
Quando Heriberto me pediu para ficar longe, para me afastar, foi como se ele pedisse para eu matar alguém, senti uma dor tão grande, mas me afastei, obedeci porque eu sabia que a investigação iria continuar e um dia eu teria a Lucia de volta.
Agora eu tenho 2 filhos, sou mãe de duas vidas, e em breve estaremos os 3 juntos e bom, assim que a investigação terminar, estaremos os 4 juntos, Vicente, eu, Lucia e nosso filho, que eu tenho a leve impressão, ou melhor, tenho a ousadia de afirmar que é um menino. Nosso José Vicente.
Sim, eu penso na batalha que talvez eu vá travar ao ter a Lucia de volta. Para ela, não será um reencontro, eu vou estar tirando ela da pessoa que ela conhece como mãe, que ela chama de mamãe por 3 anos, então eu sei que não vai ser nada, nada fácil.
Giro a maçaneta da porta e fito mamãe sentada no sofá, olhando para o nada, queita, parada e tento imaginar a quanto tempo ela está dessa forma.
D

esde que meu pai morreu, dona Tâmara nao é mais a mesma, ela está está diferente, tão dispersa, e quem a vê, vê o seu sofrimento e a dor que a morto do meu pai causou nela.

- Mamãe?

Ela não me responde, continua alheia, as mãos unidas em cima das pernas e percebo algumas lágrimas rolando por suas bochechas. 

- Mãe?

Me aproximo e sento ao lado dela no sofá, pegando sua mão, então, ela volta a si e se vira para mim, rapidamente limpa suas lágrimas e abre um sorriso forçado.

- Já chegou, querida! Eu, eu achei que fosse ficar de plantão hoje.

- Não. Eu nao posso voltar a ativa 100%. Estou indo devagar - sorrio acariciando sua mao. - Está tudo bem?

- Sim! Sim, meu amor. Está tudo ótimo. Eu, eu vou preparar a janta. Você precisa comer e...

- Antes eu acho que a gente precisa conversar, não?

- Conversar? Sobre o que?

- Helena e eu estamos preocupadas, mãe. Preocupadas com a sua dor. Você já não é a mesma. Não, não liga pra saber da loja, não trabalha, não sai de casa e quando cheguei, estava olhando para o nada, completamente alheia... Você não está está.

Vejo lágrimas se formarem em seus olhos, respiro fundo apertando sua mão e mostrando que eu estou lá e que ela nunca está sozinha.

- Eu estou sentindo falta do Gregório... E, e, e sinto como se eu fosse enlouquecer. A dor, Teresa, a dor parece que vai me consumir. Não apenas a dor, mas a culpa... eu sou culpada pela...

- Não! Nada disso - a interrompo. - Você mae, você nao tem culpa de absolutamente nada! Tiraram a vida do papai, pessoas ruins, que que merecem o perdão de ninguém. Eles sim são os culpas, você não, você só fez o que achava que estava certo.

- Eu o amava e mesmo assim me separei dele. Eu, eu me divorciei do amor da minha vida. Eu entreguei ele pra polícia. Eu agi tão mal com ele, filha, e agora, agora ele está morto

- Mãe... Você esteve com ele nos últimos momentos. Ficou ao lado dele e eu tenho certeza que ele te perdoou, ele sabia que você só pensou já gente, em mim, na Lucia.

Unidos Por Ela - 2° Temporada - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora