Capítulo 20

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Chefe dos BG

Quando entrei nos BG sabia que em algum momento as coisas iriam dar errado, tentei ao máximo não deixar rastros, mas a cada dia que passa mais rastros a polícia encontra e mais perto de me encontrarem estão.
Mortes? Bom, mortes acontecem a todo momento, mas a pessoas que morreram por causa do BG só morreu porque se intrometeu aonde não foi chamado e bom, a morte foi uma consequência bruta de uma intromissão.
Vicente também morreu...
A morte do Vicente foi um acidente, um trágico e maldito acidente, um acidente causado por homens meus, que não entenderam o que mandei, e nunca mais irão cometer erros, porque estão mortos.
Celio estaciona o carro na porta do galpão do BG, em seguida ele salta para fora e abre a porta do banco de trás para mim, no mesmo instante, salto para fora e fito um dos meus homens parado na porta, com suas armas, fazendo a segurança do local.
Passo por eles entrando no galpão e fito Aguiar sentado olhando um bebê que está na cama, assim que me vê, ele levanta.

- Senhor! É bom te ver!

- O que está fazendo?

- Estou cuidando da criança. Vou entregar ela as 14hrs no hotel de sempre.

Balanço a cabeça assentindo.

- Lembra de pegar o dinheiro antes de dar ela para os novos pais.

- Pode deixar!

- Alguma informação do hospital Parker?

- Do hospital Parker? Mas teríamos que esperar informações de lá? Por que?

- Porque minha filha vai ser operada hoje. Quero saber como ela está.

- Vou pedir para o Tadeu ligar lá para tentar alguma informação!

- Está bem!

Quando faço menção de ir para minha sala, volto falando:

- Pagaram a fiança do Gregorio Brown?

- Pagamos! Pagamos sim! Ele deve sair logo. O que fazemos com ele?

- Nada. Por enquanto nada. Ele vai ficar quieto, pelo menos por enquanto. Se ele tentar abrir a boca, a gente apaga ele.

Aguiar franze a testa.

- O que foi?

- Vai mesmo matar o Sr. Brown?

-

Se for necessário, sim! Eu apago ele. Gregorio pode não ter feito parte do BG, mas ele sabe quem é o chefe, sabe que sou eu, então não podemos correr riscos.

Ele balança a cabeça assentindo.

- Ok! Ficaremos de olho nele.

- Isso! Agora eu preciso cuidar de algumas pendências.

O bebê começa a chorar, um choro sentido e desesperado, respiro fundo.

- Cuida dessa criança, Aguiar!

Não foi escolha minha me tornar chefe de uma grande quadrilha de tráfico humano.
Os BG existiu muito antes de mim, essa quadrilha existe desde que Bruno Gomes era o chefe, e ele morreu deixando seu grande negócio nas minhas mãos.
Bruno era um dos acionistas da empresa Pluris, a empresa pela qual dedico anos da minha vida, e ele me deu a direção do BG após ser vencido por um câncer, esse negócio era tudo pra ele e bom, não consigo entender o porquê de tamanha afeição em sequestrar bebês e vender para adoção.
E por mais que eu não entenda, acabei aceitando ser o chefe dessa quadrilha  por ter uma grande gratidão por Bruno, ele era como um pai e eu não poderia decepcionar alguém tão importante em minha vida quanto Bruno Gomes.
Deve estar se perguntando como Gregorio sabe de tudo isso... Bom, antes de fazer o convite a mim, Bruno fez o convite ao Gregorio, ele não aceitou, não quis assumir os BG porque achava um absurdo tamanho crime. Chegou a ameaçar Bruno, disse que contaria para a polícia sobre o BG e foi calado por Bruno, que ameaçou Tâmara, Helena e Teresa. Greg não teve outra escolha a não ser ficar quieto, mesmo recusando o convite.
Logo depois Bruno veio até mim, é seu convite foi aceito. Gregorio sabe de absolutamente tudo e só não contou a polícia, porque a ameaça contra Tâmara, Helena e Teresa continuou de pé.
Não, não foi o Gregorio quem sequestrou a filha da Teresa, fui eu mesmo. Sara era exatamente o que o casal Teixeira pedia, Aline viu e me contatou, quando soube que era da Teresa, por um momento cheguei a hesitar, mas o que estava em jogo ali era muito maior, então dei as ordens para Aguiar mandar a enfermeira Aline dizer que Sara estava morta, ela já estava sequestrando crianças para a gente há algum tempo, era ela quem falava do perfil de cada recém nascido, mas era a primeira vez que ela teria que fazer uma mãe achar que o bebê estava morto.
Depois disso, ela levou a menina para casa dela e eu mesmo, em pessoa, fui buscar a criança, se tratando de uma criança com sangue dos Brown, eu não poderia deixar qualquer um levar ela até o hotel, então a buquei e eu mesmo a levei para o hotel, a entregando para o casal Teixeira.
Gregorio soube disso há pouco tempo, quando eu soube que o casal havia sofrido um acidente e que Lucia, a filha de Teresa, estava internada no hospital podendo ser descoberta a qualquer momento, levei os documentos da adoção ilegal até ele, mostrei os documentos com foto da menina quando era um bebê e fotos do casal.
Ele sabe que se alguém soubesse de tudo, as coisas não ficariam boas para ele é muito menos para as 3 mulheres da vida dele, por isso ele assumiu a culpa pelo sequestro da menina.
E eu como um bom amigo, não poderia deixar ele preso, sabendo o tamanho do sacrifício que ele fez.

Assino alguns papéis e escuto batidas na porta do meu escritório, digo para entrar e logo Aguiar surge.

- Tem notícias da minha filha?

- Sim! Parece que a cirurgia foi adiada.

- Adiada? Como assim?

- Eu não entendi direito, mas disseram que a doutora que ia operar ela sofreu um acidente e vai ter que ficar de repouso por algumas semanas.

- Teresa sofreu um acidente?

- Teresa? Essa Teresa é a mesma Teresa que o senhor mandou libertar?

- Não te interessa! - levanto sentindo uma raiva invadir meu corpo. - Eu vou embora. Fica atendo as coisas e leve aquela criança no horário certo, entendeu?

- Pode deixar!

Aguiar faz menção de falar algo mas saio imediatamente, logo que chego do lado de fora, fito Celio encostado no carro esperando, logo que me vê, ele se afasta e abre a porta do banco de trás, salto para dentro e Celio fecha a porta, em seguida entra no carro.

- Para casa, senhor?

- Não! Para o hospital Parker!

- Ok!

Não demora muito e Celio liga o carro dando partida, e logo saímos da frente do galpão dos BG.
Como assim Luz não foi operada?
Como assim Teresa sofreu um acidente?
Como assim repouso?
Que diabos está acontecendo naquele hospital?
Pego meu celular e coloco o número de Amélia, na quarta chamada ela atende.

- Oi, querido!

- Como está a Luz? Acabei de sair da empresa, amor. Estou correndo o mais rápido que posso.

- Tudo bem... Não vai ter mais cirurgia?

- O que? Como assim?!

Finjo surpresa.

- Como assim não vai ter mais cirurgia? O que houve?

- Primeiro teve que ser adiado o horário, e agora foi adiado o dia. Então, ainda vão falar a data.

- Mas o que houve? A Teresa teve alguma emergência?

- Não, amor, não... ela sofreu um acidente. Caiu da escada e agora vai ter que repousar. Eu estou indo ver ela no quarto que ela está...

- Estou indo para o hospital... Ficarei com Luz, depois a gente se encontra.

- Está bem! Luz está bem, está tranquila e está preocupada com a Teresa. Assim que eu terminar a visita, vou para o quarto dela, está bem?

- Ok, querida! Até daqui a pouco!

- Até daqui a pouco! Te amo!

- Também te amo, meu amor! Tchau...

Desligamos.
Que Teresa Brown esteja bem.
Sei que depois de tudo que aconteceu, em especial o sequestro da filha dela, eu espero que ela esteja bem, mesmo com tudo, ela é como se fosse uma filha, e bom, meu Vicente a amava.

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SEGUREM ESSA BOMBA!

Nada é o que parece e vocês descendo a lenha no pobre do Gregorio.

Até amanhã kkkk

Unidos Por Ela - 2° Temporada - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora