Capítulo 31

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Teresa

- Pai, papai, papai, não! Não faz isso. Por favor.

Me ajoelho no chão.
Olho para todos os cantos procurando a pessoa que atirou no meu pai, mas não tem ninguém, apenas o aglomerado de pessoas que se aproximaram ao verem a situação.
Papai está todo ensanguentado, e tem sangue saindo de sua boca, ele me encara e algumas lágrimas abandonam seus olhos, sua respiração esta desregrada, ele parece estar sufocado.
Abro os botões de sua blusa.

- Já chamei a ambulancia. Estão a caminho.

Uma moça diz tocando em meu ombro. Balanço a cabeça assentindo e me sento no chão, então devagar, pego a cabeça do meu pai e coloco em meu colo, acariciando seus cabelos pretos e sentindo uma dor gigananteca percorrer meu corpo.

- Fi...

- Não! Não. Você não não dizer nada. A ambulância está chegando. Você vai sair dessa, pai e vamos achar quem fez isso. Está bem? Não, não diga nada. Poupe as energias.

Ele balança a cabeça assentindo, quando ele faz menção de fechar os olhos, o chamo, e logo ele os abre, me encarando.

- Fica acordado. Não dorme. Não faça isso. Eu estou aqui - minha voz está completamente embargada pelo meu choro. - Helena, mamãe e eu estamos aqui e precisamos de você.

- Eu... Eu... Amo... A... Amo...

- Eu sei... Eu sei, papai e eu também te amo. Nós te amamos.

Devagar, com as mãos trêmulas, ele coloca sua mão em minha barriga, sorrio colocando a minha mao sobre a dele.

- Cui... Cuida... Bem... filh... lha...

Escuto o barulho da sirene da ambulância.

- Olha, - começo a procurar a ambulância, o barulho da sirene aumenta. - estão vindo! Estão vindo...

Quando abaixo meu olhar, meu pai está com os olhos fechados e sua mão que estaca em minha barriga cai, no mesmo instante o abraço, o abraço apertado e desabo em lágrimas.
Isso não pode estar acontecendo, não pode, isso só pode ser um pesadelo, um terrível pesadelo e eu vou acordar, eu vou acordar.

- Meu pai... meu pai... meu pai... papai... papai não!! Não!!

- Você é famíliar do Gregório Smith?

Levanto meu olhar e fito uma senhora de aparentemente uns 60 anos, ela é uma enfermeira, sei por causa do uniforme e do crachá.
Balanço a  cabeça assentindo.

- Sou a enfermeira Gabriela. Também estou no caso do pai. Eu trouxe um café pra você. Faz mais de 5 horas que esta aqui, parada, olhando para o nada.

Pego o copo de café e sorrio fraco.

- Obrigada... - bebo um gole rápido do café. - Meu pai está bem?

- Ele está em cirurgia. O médico que está com ele está se dedicando. Mas ele precisa lutar.

Balanço a cabeça assentindo.
Não consigo acreditar que tudo isso esteja acontecendo, não consigo acreditar que meu pai está entre a vida e a morte.
Que atiraram nele em público, a queima roupa, assim, do nada.
Meu Deus, pai, temos tanto, tanto para viver ainda. Vocês tem que ver suas netas crescerem, tem que ver seu neto, meu filho, nascer, você você pode nos deixar assim, não pode.

Unidos Por Ela - 2° Temporada - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora