Capítulo 4

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— Vamos embora, mas não pense que nossa noite terminou, baby. — Sina levantou e me puxou pela mão, quase me fazendo tropeçar nos meus próprios pés.

Pegamos um táxi e paramos em um lugar aleatório, percebi que era um karaokê, só cai na real quando entramos na sala. Sina me deu um instrumento e começou a cantar animada em cima da mesinha, era quatro da manhã e saímos de lá já eram seis.

— Vamos tomar um café. — Dessa vez eu puxava Sina pela mão já que a mulher andava com os olhos fechados.

— Eu quero dormir, Heyoon. — Murmurou curvando seu lábio inferior.

— Vamos tomar um café e aí, te deixo em casa. Não quero que você fique de ressaca.

A mulher resmungou e grudou na minha cintura andando com os olhos fechados, acabei rindo daquele seu jeito manhoso. Nem parecia que era uma mãe, naquele momento parecia apenas uma adolescente.

Entramos na cafeteria e ajudei Sina a se sentar, pedi uma comida reforçada para ela, já que bebeu mais do que eu. Fiz a mulher ir até o banheiro e lavar o rosto enquanto eu arrumava a mesa para que quando ela chegasse já comesse.

— Isso tá muito bom. — Ri vendo a mulher quase se engasgar por estar comendo rápido. — Parece que você é minha mãe. — Ri novamente vendo que ela não parava de comer mesmo falando.

— Meu lado protetor. — Dei de ombros tomando um gole de café.

— Isso está muito bom de verdade, precisa experimentar. — Mal deu tempo de responder e Sina enfiou um pedaço de sua torta de limão na minha boca. Comecei a rir quase engasgando e a mulher se apavorou se levantou me dando uns tapinhas nas costas. — Uma água por favor! — Pediu para uma das atendentes. Mesmo quase morrendo engasgada eu continuava a rir. Era engraçado como Sina ficou apavorada. — Yoon, aqui... tome devagar. — Assenti e tomei alguns goles e pude respirar fundo de alívio. — Desculpa.

— Tudo bem. — Sorri ao ver que ela realmente se preocupou comigo. — Volte a comer antes que o seu café esfrie.

— Parece a minha mãe. Credo.

Realmente eu não conseguia controlar meu lado mãe. Mesmo que Sina fosse provavelmente mais velha do que eu, eu sentia que poderia cuidar dela.

Depois que tomamos o nosso café, pegamos um táxi. Eu iria deixar Sina primeiro em seu apartamento e só depois eu iria para a minha casa. Queria ter a total certeza que ela ficaria bem.

— Não quer entrar mesmo? — Neguei abrindo a porta de seu apartamento. — Uh, vamos sair mais vezes, já que cuidou muito bem de mim. — Ela riu pegando a chave de seu apartamento e jogou seus saltos na sala assim que entrou.

— Tome um banho e descanse Sina, se não se sentir muito bem, pode me ligar que irei vir o mais rápido possível.

Sina ergueu seu indicador para mim, e fiquei a olhando enquanto a mesma pegava o seu celular.

— Droga, meu celular... morreu? — Sina tentava ligar seu celular, mas o mesmo estava totalmente descarregado. — Eu iria te ligar agora, mas é... morreu. — Eu ri vendo que ela realmente estava falando sério. — Tão fofa. — Apertou minhas bochechas. — Tudo bem, baby. Irei te ligar assim que acordar só para você ter certeza que estou viva. — Piscou para mim e sorriu. — Descanse também, quero você novinha em folha para mim mais tarde.

Engoli em seco ao ouvir aquelas palavras. Com certeza eu não deveria levar a sério já que ela não está totalmente sóbria. Me despedi e sai do seu prédio, entrei no táxi e finalmente passei o meu endereço. Eu estava exausta, louca para sentir o meu colchão.

Cheguei em casa e tomei um banho rápido, pois eu necessitava muito dormir. Coloquei uma camiseta grande e larga e um short leve e fechei as persianas. Deitei em minha cama e gemi de cansaço quando senti o colchão, era tão bom... Fechei meus olhos e senti o peso de minhas pálpebras, resmunguei quando ouvi meu celular vibrar.

"Obrigada por sair comigo e cuidar de mim. Te vejo mais tarde, baby. Descanse bem. Beijos."

Sorri ao acabar de ler aquela mensagem e posso jurar que eu dormi sorrindo, como um anjo.

[...]

Mesmo com dificuldade eu me obriguei a levantar, o barulho da campainha ecoava em minha cabeça como granada prestes a explodir. Desci as escadas tropeçando em meus próprios pés e quase caindo sobre os degraus. Nem mesmo conseguia manter meus olhos abertos.

Eu só queria dormir, era pedir muito?

Abri a porta sabendo que eu deveria estar com os olhos abertos, mas a claridade, o sono, eles não me deixavam, mas aquele perfume foi o que me deixou embriagada, era ela, Sina estava na porta, ou será um sonho?

*—*—*—*

Imagina se a Sina aparecece na sua porta?
Eu ia zerar a vida ali mesmo.

Até mais🏃‍♀️

A mãe da amiga da minha filha | Siyoon//HeynaOnde histórias criam vida. Descubra agora