Veneno

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Como veneno
Entrando em minhas veias
E competindo com meu sangue
Até que não sobre mais nada

Nada que não seja impureza
Condenada a escorrer
Gotejar no chão imundo
Me fazer estar estátua, não me mover

Laços que não tem nó
Caindo em queda livre
Grita, dói, sufoca
Queria não me sentir tão só

Mais um dia assim
Um dia de muitos
Uma fogueira que nunca apaga
Um gelo que não derrete

Sente meu coração pulsar
Ele não bate mais
Um ato de desespero
Um choro amargurado

Um dia que não tem fim
Outro dia que começa igual
O desespero é rotina
O medo irracional

Olho-me no espelho
Eu não sou tão mais eu
Dor parece fazer morada
Esperei parar de existir o eu

Torto como meu caminho
Machuca como meus espinhos
Não consigo me mover
Será que meu destino é morrer?

Palavras de um coração perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora