Você uma vez disse que eu era pó
O pó que o vento carrega
O pó que das árvores resplandece
O pó que nasceu do fogo
O pó que aqui padeceEu não entendi a princípio
Por que eu era as cinzas de algo acabado?
Se no bem eu permaneço
Por que eu era as sobras do equilíbrio perturbado?Você estava calmo
Minha confusão te divertia
Você disse que era engraçado ver em mim
Uma interpretação que não existiaEu era pó
Disso você tinha certeza
A opinião que eu contradizia
Era a mesma que você dissertava com destrezaNos seus olhos
Eu finalmente entendi
Eu sou pó
Porque do pó eu surgiEu não sou sobra
Eu sou inconstância
Sigo o ar que por aí rodeia
Me adapto tão bem quanto qualquer substânciaEu não sou resultado de algo acabado
Eu sou consequência de algo superadoEu sou o fim da batalha
Eu sou o incio da esperançaEu sou pó
Mas você já sabia disso
Por que o pó que eu me tornei
Te tornou no pó que era preciso
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Palavras de um coração perdido
PoesíaUm espírito livre preso em correntes de pensamentos. Às vezes a loucura deve ser compartilhada, né?