Coffee-Scented Wine

A Muralha de Oxford

As ruas de Oxford estam cheias de alunos, mestres e doutores, é semana de visitação, aparentemente é necessário conhecermos os professores fora das salas, não que um púlpito onde contam como poderiam ter tido uma vida tão glamorosa, mas agora cuidam de jovens mimados possa ser chamada de intimidade.

Ao olhar de fora aparenta ser um verdadeiro castelo, ou uma daquelas escolas de magia sempre presentes em livros que se ainda não leu um dia vai ler, no interior me sinto em uma estação divisória entre um mundo mágico antigo e a era tecnológica, celulares sem o glomour de uma bela varinha. Gostaria de explorar a escola antes de tudo, mas como sempre estou atrasada, acabei perdendo a apresentação da diretoria e a palestra com os professores do curso começa daqui a poucos minutos.

Meu celular toca sem parar, reviro os olhos imaginando quem possa ser. Minha mãe não passou nem se quer um dia sem me ligar desde que me mudei. Estou a 2 h de carro da sua casa, mas ela age como se houvesse um oceano entre nós.

O corredor está vazio, todos já devem estar assistindo a apresentação. Ao procurar desesperadamente o aparelho na bolsa, para acabar o mais rápido possível com o som incessante, acabo esbarrando em alguém e caindo

- Aí. - parece que trombei com uma muralha.

- Me desculpe não vi que estava aí. -uma voz tranquila e firme, digna de posições de poder.

- Deveria prestar mais atenção. - quando olho para obstáculo me surpreendo. - Caramba...

- Está tudo bem?- estende sua mão para me ajudar.

Me levanto sem romper o contato visual, facilmente me perco no céu presente em seus olhos. Devo dizer que comecei achar marcas de expressão atraentes.

Seu olhar percorre meu corpo até alcançar meu rosto, acompanhado de um frio em meu estômago. Um pequeno sorriso malicioso surge em seus lábios quando termina de me analisar minisiosamente, enquanto pateticamente só consigo balbuciar algo indescritível. Pela primeira vez senti que o vestido preto de cereja que ganhei como presente da minha mãe pelos meus 18 anos poderia seduzir alguém.

Antes que eu consiga concluir seja lá o que estivesse tentando falar, a porta de onde acontecia as introduções abre e um homem alto de cabelos grisalhos breca assim que percebe quem estava a minha frente.

- Ah, o que está fazendo aí parado? Vamos, estamos atrasados! - diz o "empata foda" virando as costas e entrando rapidamente para a sala.

O homem a minha frente movimenta a cabeça divertidamente e antes de seguir para sala me dá um aceno acompanhado de um breve sorriso. Sigo na mesma direção, me recuperando da situação embaraçosa.

Procuro algum lugar vago em frente a plateia junto ao rosto que vi na entrada da sala, me deparo apenas com algumas cadeiras vazias no meio do público, creio que não haja muito o que escolher. Lembro de desligar o celular antes de focar completamente no palco.

- Iniciando as apresentações dos professores de RI, tenho o prazer de dar a palavra a um dos nossos melhores professores, encarregado do curso de economia desse ano Mr. Carden.

Uma salva de palmas começa e me surpreendo com a atraente " muralha" as recebendo com grande honra. Ao se dirigir ao púlpito não demora para que seus olhos encontre novamente os meus, no mesmo segundo sinto minha expressão se formar em um leve espanto com um reconhecimento repentino, ele retribui com um lindo sorriso de satisfação, é nítido seu orgulho desde o seu jeito de andar, e não pode ser comparado ao ego depressiativo dos outros professores. Não é algo fácil evitar se interressar por alguém assim, e nem pretendo, meu professor de economia era um dos melhores e provavelmente um dos mais concursados, gato para caralho, aparentemente uns 20 anos mais velho, e tinha acabado de flertar comigo, o que mais poderia querer?