Pierre me deixou faz dez minutos ou algumas horas, não sei ao certo, mas acredito que as pessoas ao meu redor não ficariam paradas no mesmo lugar por tanto tempo. Ele estava certo, não sinto minha cabeça doer, mas agora tem uma pressão estranha sobre ela. As luzes estão mais fortes e consigo captar apenas palavras soltas das conversas ao meu redor. Meus movimentos são pesados quando atravesso a multidão e uma onda de enjoo começa subir pelo meu estômago.
Os flertes de Miranda com a garota de cabelo azul eram libertinosos, o que me leva a crer que provavelmente estão em algum quarto. Subo as escadas me segurando ao corrimão e quase piso em falso em um trecho com um casal ocupando a madeira de apoio. A procuro de um lado ao outro do corredor e identifico Pierre em um canto distante e escuro, há também uma garota, talvez seja a nona essa noite.
- Pierre ! - me aproximo, pensando que talvez saberia onde minha prima poderia estar e então percebo que as mãos da garota não estão em um lugar apropriado.
- Sai daqui! - me despensa com raiva por estar atrapalhando seu momento, mas não me importo, preciso ir embora.
- Não vou sair, preciso falar com você. - se uma expressão matasse eu estaria sangrando no chão.
Percebo a garota se recompor e o agarrar em um beijo constrangedor.
- Depois você me procura. - a vejo passar esbarrando em mim, andando com a cintura de um lado para o outro com um vestido roxo de tubinho que subia a cada passo. É linda, mas parece uma puta, o que faz lembrar que está igual a mim.
Antes que possa reformular o que vim fazer aqui, sou pressionada pelo seu corpo na parede e por uma de suas mãos em minha garganta irritada.
- O que foi isso? - suas pupilas dilatadas queimam sobre meu rosto, mas não são em felicidade ao me ver, e tenho a impressão que não possui controle sobre seu temperamento - Ciúmes, mon lapin? Já te disse que sou todo seu.
- Está me machucando. - inutilmente tento tirar sua mão do meu pescoço, mas só faz com que aumente a investida. Sinto minha passagem de ar reduzida.
- E você é toda minha, não é? - a mão livre desliza em minha cintura e sinto meu estômago antes embrulhado, gelar. Seu toque para na bainha do meu vestido e começa a investir para dentro. - Podemos tonar isso um fato. - a força em meu pescoço suaviza, mas ainda me mantendo presa a parede. Mesmo que pudesse, não correria.
Não é a violência que me mantém imóvel, mas um desejo súbito de querer ficar. Meus sentidos aflorados se perdem no ambiente que se tornou apenas seu peso contra mim, o volume sobre meu abdômen e a respiração quente e acelerada nas minhas bochechas. Espero o próximo passo.
Seus dedos são invasivos e continuo grata ao universo por ultimamente só usar calcinhas para fodas. Me toca de maneira gentil, apenas deslizando em mim, analisando minha forma através do tato, meus olhos se fecham e o sinto pressionar com mais vigor.
- Darcy? - uma voz conhecia acompanhada de risadas. Vejo Miranda e a garota de mechas coloridas me olhando curiosas e entusiasmadas.
- Não atrapalhe minha foda de novo, chéri. Se não você vai estar me devendo uma. - Pierre cochicha em meu ouvido e finalmente se afasta .

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Coffee-Scented Wine
RomanceDarcy é uma doce garota em busca de emancipação, a qual ela vê proxima através de uma bolsa para uma das mais reconhecidas Universidades do Reino Unido. A pressão em ser uma boa filha, estudante e pessoa , tornaram sua infância rigorosa a fazendo...