015

105 20 0
                                    

O caminho através da floresta era semelhante ao do riacho, onde praticava suas divinações, mas desviou o rumo ao escutar a água corrente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O caminho através da floresta era semelhante ao do riacho, onde praticava suas divinações, mas desviou o rumo ao escutar a água corrente. Apesar da oposição inicial, Severus não perdeu tempo perguntando aonde iam, deixando a navegação a cargo de Aerona. A mão segurava a dela com firmeza, e o toque não se abalou quando a vegetação rasteira foi substituída por um campo de jacintos silvestres.

A clareira iluminara-se com o brilho azulado emanado dos cogumelos que a cercavam, maiores que os nascidos do círculo mágico durante o ritual. Os esporos espargidos lembravam vagalumes, elevando-se na névoa esparsa. A música das fadas ecoava na floresta, em sua comemoração própria de Calan Awst.

Aerona soltou sua mão da de Severus e, a cada passada, um espaço se abria entre os jacintos para recepcioná-la. Ao retinir distante e gracioso dos sinos, ela se despiu do vestido e deixou-o aos seus pés. Ao se virar na direção de Snape, encontrou-o no mesmo local onde o deixara. O professor não se furtou de mirá-la, do jeito que se admira uma obra de arte preciosa demais ao toque; distante e enternecido.

Quando ela começou a se mexer, por um instante, o tempo parou. Os movimentos graciosos acompanhavam o ambiente etéreo, traduzindo em ação os sentimentos que a atmosfera de devaneios provocava. Aerona dançava sem pensar no que fazia, guiando-se pelo velho conhecido instinto. E como se conjurasse a magia para si, a clareira entrou em simetria ao se orientar pela maestrina.

Mesmo engolfada por aquele estado de enlevo, o olhar encontrava brechas para mirar Severus. Era difícil ler, na postura e semblante, o que se passava na cabeça dele. Considerava normal que trouxas e bruxos ficassem hipnotizados ao avistarem a dança das fadas, mas o mestre de Poções não era uma pessoa comum.

Ao vê-lo dar o primeiro passo na sua direção, o corpo reagiu à aproximação, bombeando adrenalina nas veias. Ela continuou a dançar, rodeando-o com a delicadeza da brisa que fazia a pele arrepiar. O olhar dele a seguiu como se o mundo ao redor não existisse para nada além de abrigá-los, coadjuvante à prima ballerina.

Com o coração agitado, Aerona parou em frente a Severus e o encarou sem constrangimento. Ele estava ali. Estava ali, mesmo que coberto por um novo invólucro, e nunca a abandonaria de verdade, como prometera há mais de um século. A bruxa passou a mão a poucos centímetros do rosto de Snape, atenta à maneira plácida com que o professor fechara os olhos, tão disposto em face do comportamento arredio dos primeiros dias em Annwn.

As mãos dela desceram pelo torso de Severus, desabotoando a sobrecasaca devagar, vigilante às reações que ele deixava escapar sob a persistência involuntária de se permitir prosseguir. Aerona o despiu com brandura, rodeando-o e parando às suas costas na hora de puxar as peças de roupa. Os braços o envolveram e as mãos subiram por dentro da camisa; a pele se arrepiando e o abdômen se contraindo diante do contato prazeroso.

— Alguém... — ele engoliu em seco, umedecendo os lábios — Alguém nos verá aqui?

— Você não se importou da última vez. — Aerona o beijou no ombro, arrastando os dedos até alcançar a braguilha das calças do professor. — Caso se sinta desconfortável, podemos...

Hiraeth ϟ PotterversoOnde histórias criam vida. Descubra agora