6. PARTE DA CONVERSA

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Julie's POV

          Desliguei o meu celular e fui até a sala da Flynn, provavelmente ela tinha alguma dúvida sobre a matéria que eu tinha escrito ou até mesmo dar uma devolutiva, ela dava muito atenção aos detalhes da revista e isso sempre foi algo que eu e...

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          Desliguei o meu celular e fui até a sala da Flynn, provavelmente ela tinha alguma dúvida sobre a matéria que eu tinha escrito ou até mesmo dar uma devolutiva, ela dava muito atenção aos detalhes da revista e isso sempre foi algo que eu e ela combinávamos, então segui tranquila até a sua sala.

-Pode entrar – disse a editora-chefe após ouvir o som da minha batida na porta. – pode se sentar Jules.

-Está boa a matéria? – eu perguntei já querendo dar início para o porquê de eu estar lá.

-Está boa, Jules, mas... – ela é interrompida pelo som de outra batida na porta da sua sala. – pode entrar.

Virei a minha cabeça para saber quem estava entrando na sala e eu sinceramente não deveria ter feito isso.

-Você está ocupada, Flynn? Eu posso voltar outra hora – disse o homem preocupado.

-De maneira alguma, Luke, você faz parte dessa conversa.

-Porque ele faz parte da conversa, Flynn? – eu disse ansiosa enquanto ele se sentava na cadeira ao meu lado direito.

-Luke, você pode ler a matéria que a Julie escreveu sobre a Maria e o Harold, por favor? – ela continuou ignorando a minha pergunta. Eu conheço a Flynn, ela só faz isso quando tem algo em mente, sinto o meu estômago embrulhar e tento me concentrar no porta retrato que tem na mesa dela, mesmo ele estando voltado para ela, eu sei que é uma foto dela e do Mike quando se casaram, foi um presente meu para ela na festa de fim de ano da editora.

          Hoje eu venho contar uma história de esperança que eu encontrei não muito longe de São Francisco, peguei o caminho e me encontrei em São José, Califórnia e é para lá que pretendo levar o coração de vocês. Quando eu recebi a carta, sim, uma carta, não um e-mail, uma ligação ou até mesmo uma DM nas minhas redes sociais, eu senti que isso era um ótimo indício de uma história que deveria ser contada. Pedro C. da Silva decidiu que deveria contar a história de vida da sua mãe, Maria, até aquele momento Maria Aparecida C. da Silva. Uma mulher que nasceu e cresceu em Cornélio Procópio uma cidade do Paraná, Brasil. Fiquei interessada em como eu teria que começar a entender uma nova cultura, nós temos uma brasileira como a nossa protagonista, isso é diferente das histórias que eu estou acostumada a contar. Eu posso dividir com vocês que quando eu terminei de ler a carta, eu cheguei à conclusão que ia muito além de esperança, era a história de uma mulher que possuía uma força, uma aquela que a ajudou a lidar com a dor de perder um marido para a tuberculose. Digam-me, o que dói mais: pessoa que você direciona o seu amor vem a falecer e você tem que amar as memórias e não poder criar novas ou ter o coração partido enquanto ela ainda está viva e você tem que seguir com a sua vida, pois vocês decidiram não criar essas lembranças?

Os nossos noivos entram nesse embate. Harold P. Jones, um britânico que nasceu e cresceu em Londres, Inglaterra, cruzou o oceano até chegar ao nosso país para usar todo o seu conhecimento como advogado para ensinar os futuros da profissão após um divórcio conturbado. Quando eu o conheci, vi em seus olhos um brilho a olhar para a Maria. Sorte tem a pessoa que já recebeu um olhar como esse direcionado a si.

LADY MAY | AU JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora