7. O QUE DÓI EM SEU CORAÇÃO?

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          Eu sai desnorteada da sala da Flynn, eu precisava de ar, os meus pensamentos estavam confusos, sem nem ao menos pensar, peguei o elevador até a recepção do prédio editorial, atravessei a rua e ao entrar no estabelecimento, o cheiro de café tomou as minhas narinas e eu comecei a me tranquilizar. Jordan's tinha se tornado um lugar de conforto para muitos naquela região, mas principalmente para mim e os meus amigos.

-O que devo a honra de ter Julie Molina no meu café no meio do dia? – Ouvi a voz que eu reconheço muito bem dizer atrás de mim.

-Mike... – eu me virei e ele percebendo que eu estava prestes a chorar veio até mim e me abraçou.

-O que dói em seu coração, criança?

-Sinto que estou sendo testada, mas eu não estudei para essa prova. – digo rindo, porém tentando não chorar, ainda em seus braços.

-A Flynn me contou que você e o novato não se entenderam muito bem.

-Isso foi ela sendo legal. – Eu disse agora saindo de seu abraço.

-Senta Julie, eu vou te pegar um café – e ele saiu, já fazendo eu me sentir melhor com nem ao menos 5 minutos de interação.

          Michael tinha me trazido o meu café, mas antes mesmo dele poder sair, a porta abriu e o sino tocou no estabelecimento, eu olhei, porém ele se manteve olhando para mim, sabendo de quem se tratava, claramente

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          Michael tinha me trazido o meu café, mas antes mesmo dele poder sair, a porta abriu e o sino tocou no estabelecimento, eu olhei, porém ele se manteve olhando para mim, sabendo de quem se tratava, claramente.

-Você contou para ela que eu estou aqui? – eu disse calma.

-Eu não precisei – ele sorriu e continuou rindo – você diz isso como se não soubesse que ela te conhece.

Então ele saiu, no meio do caminho abraçou a esposa e a deu um beijo na bochecha, senti uma pontada no coração, querendo um dia ter o que eles tem. Ela se afastou e veio até mim, mas parou na frente da cadeira vazia, hesitando.

-Esse lugar está ocupado, Jules?

-Nunca para você, Fly, você sabe disso. – eu dei um pequeno sorriso, porém sincero.

Ficamos alguns segundos em silêncio, eu olhando para o meu café e senti o olhar dela em mim, até que ela disse:

-O que está acontecendo, Jules? Eu entendo que podemos não gostar de alguém, mas você nunca ficou irritada a esse ponto, nunca.

-Fly, eu sinto que... que...- eu soltei o ar que eu segurava e continuei – eu sinto que eu preciso provar algo, não como para mostrar que eu sou melhor, mas como... Eu fiquei em silêncio perdida no meu pensamento tentando achar uma explicação, mas eu não precisei, a Flynn disse exatamente o que eu sentia.

-Como se você não fosse o suficiente – eu concordei após a sua fala e ela disse – Jules, eu não estou te testando, eu não preciso que você se torne suficiente, você já é, sempre foi, sempre admirei o seu talento. A sua matéria ficou incrível, mas eu quero mudar o modo como fazemos as coisas, se renovar não é sinal de que somos insuficientes, mas sim um sinal de que temos confiança o suficiente para nos desafiar. Podemos correr, cair e se levantar, mas de modo algum podemos nos permitir ficarmos parados porque temos medo de nos machucar.

-Fly... – eu a olhava com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

-Jules... – ela agora ponderava o que falar – não se feche para o Luke, talvez hoje você não veja o que eu vi, mas isso não quer dizer que você não possa.

Eu concordei, mas eu fiquei pensando que talvez o meu medo na realidade seja de ver o que ela viu nele.

            Eu concordei, mas eu fiquei pensando que talvez o meu medo na realidade seja de ver o que ela viu nele

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LADY MAY | AU JUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora