Estava a ponto de começar a gritar, antes de ele chegar e me salvar daquele idiota.O que me deixa aliviada, mas ao mesmo tempo impressionada, e triste, homens só respeitam homens. Bastou um cara qualquer chegar e tudo foi resolvido, as vezes que eu disse não, não passaram de "charmes", como se tudo fizesse parte de um jogo barato de conquista e sedução.
É por isso que não gosto de festas, porque sempre tem um homem que se acha dono de uma mulher, só porque a achou atraente, e por mais que digamos que não estamos afins, somos vistas como "difíceis", não somos difíceis. Somos até fáceis demais quando queremos. O meu não, não significa que estou fazendo charme, significa simplesmente que não quero, sem charmes, sem joguinhos, não é não.
Eu não quero um homem para me salvar sempre que for preciso, quero ser ouvida, quero ser respeitada.
— Você tem algum número de taxi ai? Tem como chamar um pra mim? — Pergunto, me sentindo na necessidade de sair deste lugar.
— Não quer que eu te leve? — ele pergunta enquanto caminhamos para a entrada.
— Não, não precisa, só fica comigo até o carro chegar, pode ser?
— Pode sim, eu fico. — Concorda enquanto me olha de canto de olho.
Ele chama um taxi para mim, e avisa que vai demorar em torno de 30 minutos para chegar, ficamos escorados em um carro qualquer perto da porta de entrada.
— Então... — ele começa e depois para, olho para ele, o incentivando a continuar — Você é da onde, Princesa?
— Já falei que não gosto que me chame assim!
— Na verdade, você não falou não, você quase me xingou e pisou no meu pé, mas falar mesmo, não falou não — não sei se ele está sendo sincero, ou debochando, ao me dar essa resposta.
— Pois bem, estou falando agora, não gosto que me chame assim, então pare, por favor.
Não há um motivo certo para que eu não goste do apelido, já fui chamada assim antes, mas foi antes de tudo acontecer, não sou mais a mesma Aurora do antes.— Qual o problema em te chamar de Princesa? Você esta me chamando de Plebeu, e eu não reclamei.
— Problema seu, se insistir em continuar a me chamar assim, vou pisar no seu outro pé.
— Você é sempre esquentadinha assim, Princesa?
— Só com caras chatos.
— Eu não sou um cara chato, meus amigos me acham bem legal.
— Seus amigos são uns tapados, igual a você, certeza.
— Eu não sou tapado. — Não sei o que este garoto tem, mas ele com certeza têm a "mania de me irritar".
— Você trombou em mim duas vezes, no mínimo cego então você é. — Estou impaciente, o balançar da minha perna direita prova isso, será que esse táxi ainda vai demorar muito?
— Você pisou no meu pé, feito uma louca, e depois eu te salvei, estamos quites.
— Eu não pedi a sua ajuda — só na cabeça dele se ele pensa que pode me chamar de louca, e depois vir com essa de que me salvou, esse garoto tem uns miolos a menos, tenho certeza disto, sinto novamente a chama crescendo dentro de mim, tenho vontade de pisar de novo em seu pé, desta vez mais forte do que antes, e eu teria feito isto, se uma das minhas músicas favoritas, não tivesse começado a tocar — Eu amo essa música.
— Então dança comigo — coitado.
— Nem em sonho.
— Ah, Princesa, qual é?! — iludido.
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Dos sonhos eu sou o Amor
RomanceAVISO IMPORTANTE! Ao decorrer da narrativa, serão citadas questões como Abuso sexual, suicídio, vícios (uso de drogas e álcool). Peço que você leitor preste atenção, e caso seja uma leitura pesada, não leia. Tenho outras obras "leves" que vai fazer...