Seus olhos brilham, eu nunca vi nada que brilhasse tanto, nem a melhor das drogas, me traria a sensação que os seus olhos me trazem, me sinto sóbrio, mas, ao mesmo tempo, totalmente entorpecido.
— Vem cá — pego em sua mão e a levo até a ponta da cama — sente-se aí.
Eu não deveria ter a trazido para cá, não sei onde eu estava com a cabeça.
Desde que trombei com ela naquela balada, tudo o que faço é agir de maneira diferente, como se eu estivesse fora de mim.
Ter segurado em sua mão foi um erro, sinto uma energia toda percorrer pelo meu corpo quando a toco.
Esta é a sensação que os livros de romances descrevem? Preciso parar urgentemente de ler esse tipo de livro, e de pensar nisto, pois tudo está afetando o meu julgamento.
Desviar o meu olhar do seu é uma missão impossível, essa garota vai me trazer problemas, ou seria eu quem levaria problemas a ela?
E se fossemos a perdição um do outro?
Já sei o que fazer.
— Debaixo do travesseiro, tem uma lata de metal, pode pegar para mim, fazendo favor? — ela queria fumar não queria? Pronto, vamos realizar cada um dos pedidos.
Plebeu uma ova, hoje sou seu gênio da lâmpada hoje.
Ela me passa a lata, abro, e faço um cigarro de maconha para ela, meu pai vai me matar se descobri que estou a ponto de drogar sua enteada.
— Pegue — digo a ela, ela estende a mão, e pega. — Tem certeza disto? — pergunto, ela precisa saber que tem opções, que tudo o que ela quiser, farei simplesmente, porque ela quer e não porque a forcei a algo.
— Sim, mas não faço a menor ideia de como fumar um cigarro.
— Vem cá, eu te ensino.
Ela faz da maneira que ensinei, engasga das primeiras vezes, mas depois se sai bem, segue todas as minhas dicas, como se eu fosse o professor e ela a aluna, e talvez hoje eu seja, como já disse, serei hoje, o que ela quiser e precisar que eu seja.
Revezamos o cigarro, até chegar ao fim.
Mateus daria risada se me visse agora.
Ela está sorrindo, muito, mais do que o normal, já faz tanto tempo que fumo sozinho, que havia me esquecido de como é a primeira vez, ela está chapada, e agora está me olhando de uma maneira estranha, será que ela está tentando me conquistar? Me seduzir? Tenho vontade de rir, dela e para ela, e dizer que ela não precisa estar chapada para ser atraente.
Ela definitivamente é uma caipira.
— Você já fez sexo chapado Raul? — sim, ela está tentando me seduzir.
— Sim e você?
— Nunca fumei, esqueceu? — eu não havia esquecido, só queria ouvir ela falar, acho que gosto do seu jeito arrastado para pronunciar cada palavra, fico feliz em saber que participei de alguma primeira vez em sua vida.
— Você já fez sexo? — desde quando isso se tornou algo da minha conta?
— Algumas vezes, e você? — agora ela está jogando usando as mesmas palavras que eu.
Estamos deitados de costas para a cama, e esta pergunta prefiro não responder, porque agora eu não sei se quero jogar este jogo sedutor que ela está tentando, quero transar com ela, não sei de onde vem este desejo que tenho por ela, talvez ele sempre tenha estado aqui, desde antes de eu a ver com aquele vestido amarelo, julgo que a desejo desde quando nos trombamos na balada e ela pisou em meu pé.
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Dos sonhos eu sou o Amor
RomansaAVISO IMPORTANTE! Ao decorrer da narrativa, serão citadas questões como Abuso sexual, suicídio, vícios (uso de drogas e álcool). Peço que você leitor preste atenção, e caso seja uma leitura pesada, não leia. Tenho outras obras "leves" que vai fazer...