Raul 12

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GATILHOS - suicídio. 

Meu Deus! Não tinha reparado em como sua boca é perfeitamente desenhada, em como ela passa a língua pelos lábios todas as vezes que é obrigada a pensar em algo.

— Eu adoraria estar no banco de trás do seu Jeep, iluminada pela lua — merda, merda, merda, não Princesa, não deveria ser esta a sua confissão.

— Não deveria ter me dito isto, porque agora você não está mais chapada e não tenho mais nenhuma desculpa sensata para não me enterrar dentro de você.

— Eu rebateria contra cada uma de suas desculpas, sou boa com respostas. — Não tanto quanto eu, disso tenho certeza. — Se prepare para responder está confissão então, o que você faria comigo, se eu não fosse quem sou?

O que ela não sabe, é que a esta altura do campeonato, não me importo mais com quem ela é, não me importo mais em ela ser boa em pisões, em ela puxar o "r" e ser uma caipira.

Não vou pensar para responder, ou melhor, responderei tudo de acordo com o que estou pensando, sem tirar nem pôr.

— Primeiro, te beijaria, aqui neste quarto mesmo, ficaria feliz que você fosse a primeira garota a ser beijada aqui, depois eu seguiria beijando cada parte de seu corpo, cada centímetro, enquanto estivesse, a beijando, iria ir tirando sua roupa, pararia de vez em quando para te olhar, só para ter certeza de que você está desejando cada centímetro do meu toque, para te ver arrepiada, só porque eu a toquei. Faria com que você implorasse pelo meu toque, pelos meus beijos, e só depois de você pedir, eu transaria com você, começaria rápido, mas depois seguiria bem devagar, entrando e saindo, ficaria neste ritual, até você gozar para mim, chamando meu nome, e faria isto quantas e quantas vezes você quisesse e me pedisse. E tudo isso eu faria, por ser você, não desejo estar com ninguém além de você.

— Não sei se deveria ter sido tão claro assim Plebeu — diz ela pegando seu moletom que estava pelo chão escuro do quarto e o colocando.

Eu a assustei? Será que eu a assustei? A encarei enquanto falava cada uma das palavras que falei, ela está vermelha, e soando.

— Não deveria ter dito isto, foi mal.

— Não, não deveria mesmo, porque agora eu quero. — Ela fica em pé, parada na minha frente, me levanto, olho em seus olhos e respondo.

— Mas não podemos.

— Não podemos, — ela repete, mas parece que faz isto no modo automático, como quem diz para si mesmo.

Fui para o almoço na intenção de irritar meu pai, mas não pensei que tudo isto aconteceria.

— Melhor irmos embora, já deve estar escurecendo, te tirei de casa antes do almoço, acredito que esteja faminta.

— Estou, não faz a menor ideia de como.

— Duplo sentido?

— Os sentidos já deixaram de ser duplos uma hora desta. — Ela tem razão, estou decepcionado por ela não ter pedido para que eu transasse com ela, eu teria cedido, na segunda tentativa, até porque não consigo dizer não a dizer não, por mais que eu tente com todas as minhas forças, ir ao sentido contrário deste ímã que nos atrai.

Desistiria de tentar, a um único sinal dela, a um único pedido.

Provavelmente essa caipira será a minha ruína, ou a minha salvação.

— Minha mãe sempre me disse, que a salvação e a perdição andam lado a lado, que um mero deslize, você passa de um lado para o outro. Seremos a perdição ou salvação um para o outro, Princesa? — Não entendo porque a pergunto isto, é ela quem faz as perguntas sem respostas, não eu.

Dos sonhos eu sou o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora